23/01/2020
Desemprego no Brasil continuará elevado nos próximos anos, prevê relatório da OIT
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O desemprego vem aumentando no mundo todo e no Brasil o cenário não está muito diferente. Relatório anual da Organização Internacional do Trabalho (OIT), divulgado na segunda-feira (20), mostra que – apesar de uma pequena redução no desemprego brasileiro – a previsão é de que ele fique entre 12% em 2020 e 11,5% em 2024. As taxas estão quase três vezes maiores que a média global de 5,4%.
Caso as previsões da OIT sejam confirmadas, o nível de pessoas sem um posto de trabalho no país continuará sendo o mais alto nos últimos 30 anos. Segundo o relatório, 2019 terminou com uma taxa de desemprego de 12,1% no Brasil. O dado é contrário ao divulgado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), que encerrou novembro com uma taxa de 11,2%.
Segundo a OIT, em 2020 o índice cai para 12%; em 2021, para 11,8% e, em 2022, para 11,6%. Já para os anos de 2023 e 2024 a taxa prevista é de 11,5%.
Queda no desemprego
“Não vemos um empurrão importante para permitir que a taxa volte ao que existia em 2014”, afirmou Stefan Kuhn, macroeconomista da OIT. Naquele ano, a taxa de desemprego era de 6,7% e o número de desempregados era de 6,7 milhões, praticamente metade da cifra atual.
Segundo ele, uma volta às taxas anteriores à crise pode levar anos ainda para ocorrer. “Pode levar muito tempo”, alertou. “Atualmente, não há como saber. Não há uma previsão de queda acelerada (do desemprego) no Brasil”, disse.
A OIT aponta que o modelo usado pelo Brasil para garantir seu crescimento, baseado em exportações e commodities, é um dos problemas que impede a queda do desemprego. “A economia global está se deteriorando. Será cada vez mais difícil implementar o modelo liderado pelas exportações”, explicou o economista.
Medo do desemprego
A alta taxa de desemprego vem aumentando o medo do brasileiro, como mostrou a Pesquisa da Confederação Nacional da Indústria (CNI). O Índice de Medo do Desemprego caiu 2,1 pontos em relação a setembro do ano passado, mas ainda atingiu 56,1 pontos em dezembro. São 6 pontos acima da média histórica, que é de 50,1. O índice varia de zero a 100.
Desemprego no mundo
O desemprego global permaneceu praticamente estável nos últimos nove anos, com uma taxa de 5,4%. Entretanto, a desaceleração do crescimento econômico global mostra que, embora a força de trabalho aumente em todo o mundo, não estão sendo criados novos empregos suficientes para absorver os que entram no mercado de trabalho.
O relatório da OIT destaca que o número de pessoas desempregadas deve aumentar em cerca de 2,5 milhões em 2020. O diretor-geral da organização, Guy Ryder, explicou que para milhões de pessoas é cada vez mais difícil construir uma vida melhor por meio do trabalho.
“As persistentes e substanciais desigualdades e exclusões relacionadas ao trabalho estão impedindo-as de encontrar trabalho decente e de construir um futuro melhor. Essa é uma descoberta extremamente preocupante, que tem repercussões profundas e alarmantes para a coesão social”, disse Ryder.
Na avaliação do presidente do Sindicato dos Bancários de Catanduva e Região, Roberto Carlos Vicentim, o cenário brasileiro necessita da implementação de medidas urgentes para estimular os investimentos privados e do Estado.
"O país precisa de políticas que melhorem o mercado de trabalho e os salários, como a Política de Valorização do Salário Mínimo. O que gera emprego é o crescimento da economia. E a economia só cresce com investimentos em obras de infraestrutura; aumento do crédito, dos gastos públicos, dos salários e dos investimentos em máquinas, ciência, tecnologia e educação. E de maneira igualitária, beneficiando toda a população", explica Vicentim.
"E para isso é fundamental a mobilização da classe trabalhadora, para que essa retomada do crescimento econômico seja em benefício do trabalhador com recuperação do emprego formal e das perdas salariais, e não apenas para o bolso dos empresários", conclui o presidente do Sindicato.
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