13/12/2019
                
        Diversidade só no papel: banco Itaú exclui participantes negros de programa de trainee

(Foto: Reprodução)
Em pleno Mês da Consciência Negra, novembro, o Itaú esqueceu de tirar o discurso sobre diversidade do papel e aplicá-lo na prática. Isso porque o banco realizou uma seleção para seu programa de trainee e excluiu majoritariamente candidatos negros e pardos.
Em uma foto que viralizou nas redes sociais, os 125 aprovados no processo seletivo não demonstram que a diversidade racial foi um requisito para a escolha dos finalistas.
Em matéria divulgada pelo Sindicato dos Bancários de São Paulo, o coordenador do coletivo de combate ao racismo da entidade, Júlio Cesar, criticou o comportamento do banco. Para ele, os trainees são lapidados como “novas lideranças” do banco e eles serão invariavelmente lideranças sem representatividade racial. "Nos bastidores, o banco faz palestras valorizando a diversidade, e no discurso tudo é lindo, mas o que se vê na prática é, silenciosamente, o Itaú selecionando quem eles querem que representem a imagem do banco, excluindo pretos e pardos”, disse o dirigente.
“Recentemente, o IBGE trouxe dados sobre os negros ocuparem 50,2% das vagas nos cursos de ensino superior. Se temos negros e negras capacitadas, com formação superior, onde o banco identifica problemas para contratá-los?”, questiona.
Uma das bandeiras mais importantes defendidas pelo movimento sindical é a igualdade de oportunidades para todos, independentemente de raça, gênero, orientação sexual ou religião.
O diretor do Sindicato dos Bancários de Catanduva e Região, Sérgio Luís de Castro Ribeiro (Chimbica), acrescenta que o Sindicato tem se empenhado na luta pela promoção de políticas para eliminar desigualdades e discriminações, sobretudo nos locais de trabalho, e destaca que a categoria, uma das primeiras a ter desde o ano 2000 a igualdade de oportunidades como cláusula na Convenção Coletiva de Trabalho, também foi pioneira na realização do Censo da Diversidade.
"Valorizar a diversidade é respeitar todos como são. Só assim conseguiremos driblar as dificuldades do preconceito e da exclusão. É preciso que todos tomem consciência da importância de lutar para combater a discriminação. A luta do Sindicato é pela conquista de direitos iguais para todos, auxiliando na construção de um país justo e igualitário", defendeu.
Resposta do banco
Em resposta à revista Raça, o representante do Itaú reconheceu que a seleção de trainees não refletia a diversidade do país: "Reconhecemos que o resultado do processo de seleção de trainees deste ano, mesmo com as mudanças que fizemos para torná-lo mais inclusivo, não reflete a diversidade que todos nós gostaríamos de ver. A experiência deste ano servirá de aprendizado para fazermos correções para os próximos processos."
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