24/05/2019

Maioria das cidades ficaria sem agências se bancos públicos fossem privatizados



 
Os bancos públicos são fundamentais para o desenvolvimento do Brasil. O mantra repetido pelo movimento sindical há anos fica evidente ao se analisar os números de agências bancárias espalhadas pelo Brasil. De acordo com o Banco Central, atualmente, dos 5.590 municípios brasileiros, 3.365 (60,2%) contam com uma ou mais agência bancária. 950 municípios (17%) são atendidos apenas por bancos públicos.

Caso os bancos públicos sejam privatizados, 57% das cidades brasileiras ficarão sem agências bancárias. “A população destas áreas terá que se deslocar para outros municípios para ter acesso a uma unidade bancária e a serviços básicos, como o saque da aposentadoria”, alertou a presidenta da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT), Juvandia Moreira. “São lugares que os bancos privados não querem estar. Para eles, só interessa estar onde conseguem lucrar com a população”, disse.

O exemplo mais alarmante é de Rondônia. Dos 15 municípios do estado, apenas seis contam com agências e, em cinco, são só agências de bancos públicos. “Imagine toda a população do estado ter de ir até a capital para utilizar um banco. É um absurdo. Os bancos precisam existir para a liberação de crédito mais barato e para o atendimento à população em geral”, finalizou.

O presidente do Sindicato dos Bancários de Catanduva e Região, Roberto Carlos Vicentim, também reforça a importância das instituições públicas, como a Caixa Econômica Federal e o Banco do Brasil, na manutenção de programas que beneficiam a população e ajudam a promover o desenvolvimento do país como um todo. 

"Os bancos públicos sempre tiveram fundamental importância no desenvolvimento do Brasil, principalmente porque, em sua essência, sempre foram responsáveis pelo fomento da economia. É por meio deles, por exemplo, que os pequenos produtores, pessoas físicas e comerciantes têm acesso ao crédito, com juros mais subsidiados e menores taxas. Com a privatização dessas instituições, a classe trabalhadora, como os bancários e bancárias, a maioria dos clientes e usuários, é quem vai sofrer as duras consequências, que são inevitáveis, como demissão, precarização do trabalho e do atendimento. A luta pela defesa dos bancos públicos e para garantir que essas instituições sejam instrumento para políticas sociais não é apenas dos bancários, é de todos os trabalhadores brasileiros. Não podemos permitir que vendam nosso patrimônio nacional", defende Vicentim.
Fonte: Contraf-CUT, com edição de Seeb Catanduva

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