25/04/2019
Caged: bancos fecharam mais de 1,6 mil postos de trabalho no 1º trimestre de 2019

(Arte: Marcio Baraldi)
No primeiro trimestre de 2019 o setor bancário eliminou 1.655 postos de trabalho. Foram fechadas 1.246 vagas apenas em março. Os dados são do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), compilados pelo Ministério da Economia.
Em 2018, Itaú, Bradesco, Banco do Brasil, Caixa Econômica Federal e Santander lucraram R$ 85,9 bilhões, aumento de 16,2% em relação a 2017, quando essas empresas que respondem por 90% dos empregos bancários lucraram R$ 74 bilhões.
"O país enfrenta um cenário de profunda crise econômica, que tem acarretado sérios impactos sobre o mercado de trabalho: elevação do desemprego, crescimento da informalidade e redução dos salários. Para piorar, a lei da terceirização e a reforma trabalhista permitiram a precarização do trabalho. Na contramão, os lucros dos cinco maiores bancos do Brasil seguem batendo recordes", denuncia o presidente do Sindicato dos Bancários de Catanduva e Região, Roberto Carlos Vicentim.
"E para quem vai esse lucro todo dos bancos? Quem ganha com esse resultado? Com certeza, não é a maioria da sociedade brasileira. Além de jogar para a mão dos clientes a realização de serviços antes feitos pelos trabalhadores bancários, cobrar tarifas e enxugar custos, os bancos fazem com que uma parcela pequena de acionistas se aproprie de um dinheiro que não se materializa em investimentos produtivos, empregos e desenvolvimento", completa Vicentim.
Rotatividade
Além da eliminação de postos de trabalho, os bancos seguem lucrando com a rotatividade: demitem bancários que ganham mais e contratam funcionários com salários mais baixos.
Em março o salário médio dos demitidos equivalia a R$ 6.928, enquanto a remuneração média dos admitidos correspondeu a R$ 4.645. Isso significa que os novos funcionários foram contratados ganhando 33% menos do que os demitidos.
O achatamento salarial no setor também é verificado no primeiro trimestre. No período, o salário médio dos demitidos era de R$ 6.752, enquanto a remuneração média dos admitidos correspondeu a R$ 4.584. Ou seja, os novos funcionários foram contratados ganhando 32% menos do que os demitidos.
Desigualdade de gênero persiste
Entre os gêneros, a desigualdade também persiste e aumentou. Em março as mulheres foram contratadas ganhando em média R$ 3.946, 25% menos do que os homens admitidos (R$ 8.045). As demitidas ganhavam em média R$ 5.760, 28% menos do que os dispensados (R$ 7.038).
No primeiro trimestre, a desigualdade salarial entre homens e mulheres também foi verificada. No período as bancárias foram contratadas ganhando em média R$ 3.993, 21% menos do que os homens admitidos (R$ 5.069). As demitidas ganhavam em média R$ 5.581, 29% menos do que os dispensados (R$ 7.907).
Na última Campanha Nacional Unificada dos Bancários, no ano passado, a categoria conquistou a realização de um novo Censo da Diversidade, que deve iniciar este ano. O censo é uma ferramenta importante no combate às desigualdades de gênero e raça no setor bancário e para a promoção de políticas de igualdade de oportunidades para mulheres, PCDs (pessoas com deficiência) e negros.
Sobrecarga de trabalho aumenta
Em dezembro de 2017, os cinco maiores bancos tinham 857,65 clientes por empregado. Em dezembro de 2018, essa relação aumentou para 892 clientes por emprego, crescimento de 4,1%.
"Além de levar o desemprego para inúmeras famílias brasileiras, os cortes promovidos pelos bancos transtornam a rotina dos bancários, fazendo com que a quantidade de trabalho que cada um deve realizar só aumente. Um setor que bate recorde de lucratividade todos os anos há quase duas décadas, devolve à sociedade brasileira milhares de desempregados e adoecidos. Os últimos dados só reforçam a urgência de ampliar a contratação de novos empregados, melhorando o atendimento, diminuindo a sobrecarga de trabalho e as doenças causadas pelas metas abusivas”, afirma Vicentim.
Em 2018, Itaú, Bradesco, Banco do Brasil, Caixa Econômica Federal e Santander lucraram R$ 85,9 bilhões, aumento de 16,2% em relação a 2017, quando essas empresas que respondem por 90% dos empregos bancários lucraram R$ 74 bilhões.
"O país enfrenta um cenário de profunda crise econômica, que tem acarretado sérios impactos sobre o mercado de trabalho: elevação do desemprego, crescimento da informalidade e redução dos salários. Para piorar, a lei da terceirização e a reforma trabalhista permitiram a precarização do trabalho. Na contramão, os lucros dos cinco maiores bancos do Brasil seguem batendo recordes", denuncia o presidente do Sindicato dos Bancários de Catanduva e Região, Roberto Carlos Vicentim.
"E para quem vai esse lucro todo dos bancos? Quem ganha com esse resultado? Com certeza, não é a maioria da sociedade brasileira. Além de jogar para a mão dos clientes a realização de serviços antes feitos pelos trabalhadores bancários, cobrar tarifas e enxugar custos, os bancos fazem com que uma parcela pequena de acionistas se aproprie de um dinheiro que não se materializa em investimentos produtivos, empregos e desenvolvimento", completa Vicentim.
Rotatividade
Além da eliminação de postos de trabalho, os bancos seguem lucrando com a rotatividade: demitem bancários que ganham mais e contratam funcionários com salários mais baixos.
Em março o salário médio dos demitidos equivalia a R$ 6.928, enquanto a remuneração média dos admitidos correspondeu a R$ 4.645. Isso significa que os novos funcionários foram contratados ganhando 33% menos do que os demitidos.
O achatamento salarial no setor também é verificado no primeiro trimestre. No período, o salário médio dos demitidos era de R$ 6.752, enquanto a remuneração média dos admitidos correspondeu a R$ 4.584. Ou seja, os novos funcionários foram contratados ganhando 32% menos do que os demitidos.
Desigualdade de gênero persiste
Entre os gêneros, a desigualdade também persiste e aumentou. Em março as mulheres foram contratadas ganhando em média R$ 3.946, 25% menos do que os homens admitidos (R$ 8.045). As demitidas ganhavam em média R$ 5.760, 28% menos do que os dispensados (R$ 7.038).
No primeiro trimestre, a desigualdade salarial entre homens e mulheres também foi verificada. No período as bancárias foram contratadas ganhando em média R$ 3.993, 21% menos do que os homens admitidos (R$ 5.069). As demitidas ganhavam em média R$ 5.581, 29% menos do que os dispensados (R$ 7.907).
Na última Campanha Nacional Unificada dos Bancários, no ano passado, a categoria conquistou a realização de um novo Censo da Diversidade, que deve iniciar este ano. O censo é uma ferramenta importante no combate às desigualdades de gênero e raça no setor bancário e para a promoção de políticas de igualdade de oportunidades para mulheres, PCDs (pessoas com deficiência) e negros.
Sobrecarga de trabalho aumenta
Em dezembro de 2017, os cinco maiores bancos tinham 857,65 clientes por empregado. Em dezembro de 2018, essa relação aumentou para 892 clientes por emprego, crescimento de 4,1%.
"Além de levar o desemprego para inúmeras famílias brasileiras, os cortes promovidos pelos bancos transtornam a rotina dos bancários, fazendo com que a quantidade de trabalho que cada um deve realizar só aumente. Um setor que bate recorde de lucratividade todos os anos há quase duas décadas, devolve à sociedade brasileira milhares de desempregados e adoecidos. Os últimos dados só reforçam a urgência de ampliar a contratação de novos empregados, melhorando o atendimento, diminuindo a sobrecarga de trabalho e as doenças causadas pelas metas abusivas”, afirma Vicentim.
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