28/08/2018

CUT completa 35 anos nesta terça-feira reafirmando que a luta continua, hoje e sempre

CUT 35 Anos 2018

 
Nestes 35 anos de existência, ainda falta muito, mas falta menos. São mais de três décadas de uma trajetória dedicada às lutas e conquistas dos trabalhadores do campo e da cidade, do serviço público e da iniciativa privada. Aliás, a Central Única dos Trabalhadores (CUT) já nasceu incomodando e continua sendo uma pedra no sapato de setores conservadores, especificamente daqueles cujo coração não bate o desejo verdadeiro de um Brasil independente, onde todas as pessoas tenham emprego, renda, educação, cultura e saúde, a despeito da cor da pele ou das origens social e geográfica.

Assim é a trajetória da CUT, fundada em 28 de agosto de 1983, que nesta terça-feira (28) completa 35 anos. A entidade, a mais representativa de todas as centrais sindicais do país, foi homenageada pela Câmara dos Deputados em sessão solene ocorrida na segunda-feira (27), no plenário Ulysses Guimarães, por iniciativa dos deputados federais Vicentinho (PT/SP), ex-presidente da Central, e Erika Kokay (PT/DF). Na ocasião, também, foi comemorado o 39º aniversário da sanção da Lei da Anistia.

O aniversário da CUT será comemorado com muitas atividades Brasil afora e com aquilo que a classe trabalhadora sabe fazer: mobilização. É salutar recordar que, hoje e sempre, o maior desafio da Central Única dos Trabalhadores é ser visionária para conseguir estar à frente do seu tempo. Isto pressupõe, sem dúvida, maior especialização para formular e estudar mais o que significa e representa o mercado de trabalho brasileiro, em tempos de agudos retrocessos provocados pelo golpe de 2016 contra a democracia e os direitos dos trabalhadores. É fato ainda que um sindicalista se torna sujeito de transformação na sociedade apenas na medida em que conhece a realidade do seu local de trabalho. Não dá mais para fazer sindicalismo apenas reclamando e reivindicando. Na CUT, com certeza, o papel do dirigente é classista, ou seja, defender todos os trabalhadores e trabalhadoras e não apenas a base do seu sindicato.

“Nascemos do enfrentamento que ajudou a derrubar a ditadura militar e deu início ao processo de redemocratização deste país. Construímos tanto que o atual golpe, em vez de destruir, fortaleceu ainda mais a Central Única dos Trabalhadores, que está à frente de todos os enfrentamentos contra os ataques aos direitos sociais e trabalhistas”, diz o presidente da CUT, Vagner Freitas. Ele afirma, inclusive, que a entidade é uma das mais importantes organizações de defesa da classe operária, reconhecida mundialmente.

Na mesma linha de raciocínio, o presidente da Fenae, Jair Pedro Ferreira, também presta uma homenagem à CUT. Segundo ela, desde que foi fundada, “a CUT se coloca ao lado e em defesa da democracia e contra a ditadura militar que imperava no ano de 1983. É por isso que a Central Única dos Trabalhadores solta a voz para denunciar que o golpe aplicado pelo governo ilegítimo de Michel Temer é contra o Brasil, a democracia e os trabalhadores”, afirma.

Como parte da programação de comemoração do seu aniversário, a CUT lança na noite desta terça-feira (28), em São Paulo (SP), a Plataforma da CUT – Eleições 2018, que contém propostas da classe trabalhadora para os candidatos à Presidência da República. Pelo sim e pelo não, a Plataforma sobre as eleições 2018 da CUT expressa a visão econômica de inclusão e de desenvolvimento para o Brasil, com geração de emprego e renda, propondo ainda reforma da estrutura tributária. Um desafio a CUT se impõe: seguir nos próximos 35 anos com muita disposição de transformar a realidade da classe trabalhadora brasileira.

Vagner Freitas explica que, no dia 7 de outubro deste ano, primeiro turno das eleições de 2018, será um dia propício e importante para a classe trabalhadora ocupar as ruas e escrever mais um capítulo da história do Brasil. “É o momento de estarmos nas ruas defendendo a democracia nesta que será a eleição das nossas vidas”, lembra.  O presidente da CUT diz também que o processo eleitoral de outubro será a oportunidade de os trabalhadores recuperarem a legalidade democrática do país e “eleger Lula, o melhor presidente da história do país, segundo o povo brasileiro”.

Um pouco de história

Como organização autônoma e democrática, de caráter classista, a CUT foi fundada em 28 de agosto de 1983, em São Bernardo do Campo (SP), durante o 1º Congresso Nacional da Classe Trabalhadora (Conclat), em plena ditadura militar. Desde então, a Central Única dos Trabalhadores vem atuando na disputa da hegemonia e das transformações ocorridas no cenário político, econômico e social ao longo da história brasileira, latino-americana e mundial.

Hoje, a CUT está presente em todos os ramos de atividade econômica do país, consolidando-se como a maior central sindical do Brasil e da América Latina, além da quinta maior do mundo, com 3.980 entidades filiadas, 7,9 milhões de trabalhadores associados e 25,8 milhões de trabalhadores na base.

Estruturalmente falando, a CUT se organiza em dois níveis. Há a organização horizontal via Direção Nacional e CUTs Estaduais em todos os 26 estados e no Distrito Federal, como também a organização vertical, com estruturas de base e entidades sindicais por ramo de atividade econômica: sindicatos, federações e confederações, a exemplo da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf/CUT). A CUT conta ainda com organismos para o desenvolvimento de políticas específicas e assessoria: Agência de Desenvolvimento Solidário (ADS), Instituto Observatório Social (IOS) e Instituto Nacional de Saúde do Trabalho (INST), além de sete Escolas Sindicais e uma Escola de Turismo e Hotelaria. 

Foi na luta, com garra e energia coletivas, que a CUT chegou ao patamar que ostenta nestes 35 anos. E será na luta pela liberdade e autonomia sindical, sempre ao lado dos trabalhadores, que a maior central sindical do país e a quinta maior do mundo continuará fazendo história e construindo um Brasil, cada vez mais, para todos os brasileiros. A atuação da entidade está baseada em princípios de igualdade e solidariedade, sempre na perspectiva de organizar, representar sindicalmente e dirigir a luta dos trabalhadores e trabalhadoras da cidade e do campo, do setor público e privado, ativos e inativos, por melhores condições de vida e de trabalho e por uma sociedade justa e democrática.
Fonte: Fenae

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