17/08/2018

Hoje tem negociação! Categoria bancária cobra proposta com aumento real e respeito aos empregos




 
Os bancários trabalham para um dos setores mais lucrativos do Brasil e exigem respeito. Assim, nesta sexta-feira (17), o Comando Nacional da categoria volta à mesa de negociação com a Federação Nacional dos Bancos (Fenaban) esperando uma proposta decente para ser apresentada aos trabalhadores. É a sétima rodada da Campanha Nacional Unificada 2018.

Os banqueiros assumiram o compromisso de apresentar nova proposta à categoria. A expectativa é que os bancos tragam proposta que contemple aumento real; garanta empregos; mantenha direitos; e traga o compromisso de não adoção, sem negociação, das novas formas de contratação da reforma trabalhista como terceirizados em atividade-fim, intermitentes, jornada 12x36, por tempo parcial, e autônomos; além de melhorias nas cláusulas de saúde da CCT (Convenção Coletiva de Trabalho), já que os bancários são uma das categorias que mais adoecem. 

“Os bancários deixaram claro, em assembleias realizadas em todo o Brasil no dia 8, que não vão aceitar proposta sem aumento real. Também não admitem nenhum direito a menos e isso se aplica também aos acordos específicos dos bancos públicos”, afirmou Juvandia Moreira, presidenta da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT), uma das coordenadoras do Comando.

“Os negociadores dos bancos afirmam querer resolver a campanha na mesa de negociação, mas até agora não trouxeram respostas a reivindicações fundamentais para a categoria, como manutenção dos empregos e a não adoção das novas formas de contratação previstas na lei trabalhista do pós-golpe, que precariza as relações de trabalho. É decepcionante ver como os bancos regateiam com os direitos dos seus empregados, os principais responsáveis pelos excelentes resultados do setor”, afirma a dirigente.

Proposta indecente

Na última negociação, realizada em 12 de julho, a Fenaban apresentou proposta que previa um acordo de quatro anos com apenas a reposição da inflação a cada data base da categoria (1º de setembro), medida pelo INPC, para salários, pisos e demais verbas, como PLR, VA, VR e auxílio-creche/babá. Para 2018, o reajuste seria de 3,82% (projeção do INPC entre 1º de setembro de 2017 e 31 de agosto de 2018). Os representantes dos bancários já deixaram claro: acordo de quatro anos só com garantia de empregos.

Além disso, o setor mais lucrativo da economia não trouxe respostas a outras reivindicações importantes da categoria, como manutenção dos empregos e a não adoção das novas formas de contratação previstas na reforma trabalhista. Os bancos ainda querem alterar cláusulas da Convenção Coletiva de Trabalho (CCT) da categoria, segundo eles, para garantir segurança jurídica, mas não apresentaram a redação das modificações.

Nossa categoria está alerta e mobilizada, e não aceitaremos menos que uma proposta decente, que ofereça aumento real e atenda as demais reivindicações da categoria. Todos por direitos!”, conclama o presidente do Sindicato Roberto Carlos Vicentim.

Bancos lucram alto

Mesmo na crise, os bancos ganham, e muito. Em 2017, os cinco maiores bancos que atuam no país (Itaú, Bradesco, Santander, Banco do Brasil e Caixa), que empregam em torno de 90% da categoria, lucraram juntos R$ 77,4 bilhões, aumento de 33,5% em relação a 2016. Só no primeiro trimestre deste ano, eles já atingiram R$ 20,3 bilhões em lucro, 18,7% a mais do que no mesmo período de 2017. E os balanços do semestre já divulgados pelo Itaú, Bradesco, Santander e Banco do Brasil apontam que o ritmo de crescimento se manterá.
 
Entre 2012 e 2017, o lucro líquido das maiores instituições financeiras no país teve uma variação real positiva de 12%. E o volume das atividades também apresentou crescimento nesse período: a carteira de crédito aumentou 25% acima da inflação e o número de clientes com conta corrente e conta poupança apresentou alta de 9% e 31%.

Saiba como foram as negociações com a Fenaban

> 1ª rodada: Bancos frustram na primeira rodada de negociação
> 2ª rodada: Calendário de negociações foi definido
> 3ª rodada: Categoria adoece, mas Fenaban não apresenta proposta 
> 4ª rodada: Em mesa de emprego, bancos não se comprometem contra contratações precárias
> 5ª rodada: Bancos não apresentam proposta
> 6ª rodada: Bancos lucram bilhões e não querem dar aumento real

Saiba como foram as negociações com o Banco do Brasil

> 1ª rodada: BB mostra disposição para negociar com funcionários
> 2ª rodada: Mesa com BB define abrangência do acordo
> 3ª rodada: Terceira negociação com BB traz poucos avanços 
> 4ª rodada: Banco do Brasil propõe reduzir prazo de descomissionamento e não avança na pauta
> 5ª rodada: Mesa de negociação com BB fica zerada na pauta econômica
> 6ª rodada: BB apresenta proposta insuficiente e incompleta

Saiba como foram as negociações com a Caixa:

> 1ª rodada: Empregados e Caixa definem calendário de negociação
> 2ª rodada: Direção da Caixa não garante direitos dos empregados
> 3ª rodada: Governo quer impor o fim do Saúde Caixa
> 4ª rodada: Caixa não avança nas negociações
> 5ª rodada: Caixa apresenta proposta inaceitável

Fonte: Contraf-CUT, com edição de Seeb Catanduva

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