16/08/2018
Bancos lucram com a exploração de bancários e clientes. Basta de demissões e juros altos!

Apesar da crise que assola o Brasil desde o golpe, em 2017 o resultado dos bancos angiu recordes históricos. O lucro líquido dos cinco maiores (BB, Caixa Federal, Itaú, Bradesco e Santander) somou R$ 77,4 bilhões. Isso significa 33,5% a mais que no ano anterior. E em 2018 não será diferente: no primeiro trimestre já lucraram R$ 20,6 bilhões, 20,4% a mais que no mesmo período de 2017. Um setor que ganha tanto não tem razão para demir ou rebaixar salários, mas é exatamente isso que os bancos estão fazendo. Desde 2016, mais de 40 mil empregos bancários foram extintos no setor.
LUCRANDO COM A DESGRAÇA ALHEIA
Aproveitando-se da crise, ao invés de ajudar a combatê-la, os bancos agravam o quadro pagando ainda menos para os novos contratados: no primeiro semestre de 2018, a diferença de remuneração entre os admidos e desligados foi de 36%. Dessa maneira, a massa salarial do setor em 2017 caiu 2% em relação ao que era em 2012. Se economizam com os bancários, responsáveis pelos serviços e o atendimento aos clientes, o mesmo não se dá com os executivos.
No Itaú, um diretor chega a ganhar quase 250 vezes mais que um escriturário. No Bradesco, 124 vezes mais; no Santander, 134. “Dinheiro, na mão de banqueiros e acionistas, vira viagem, iate, conta na Suíça. Nas mãos dos bancários, injeta recursos que aquecem a economia e gera empregos”, afirma Juvandia Moreira, presidenta da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT), lembrando que as conquistas da categoria – reajustes nos salários, vales e a parcipação nos lucros e resultados – injetaram R$ 20 milhões na economia. O Brasil precisa voltar a crescer e os bancos têm de contribuir.
RECEITA COM TARIFAS DE SERVIÇOS É MAIOR DO QUE ORÇAMENTO PARA SAÚDE E EDUCAÇÃO
Em 2017, os ganhos dos bancos com os serviços bancários aumentaram 10% na comparação com o ano anterior, somando R$ 126,4 bilhões. Os valores sobem tanto que a inflação de serviços bancários, em 2017, foi de 8,96%: três vezes mais que a geral, de 2,95% (IPCA). A receita com tarifas por serviços bancários é secundária. Os bancos ganham muito mais com outras operações. Mas, mesmo esta receita ínfima para os bancos é maior do que o orçamento do governo federal para a Saúde (R$ 114,8 bilhões) e para a Educação (R$ 109 bilhões).

ADOECIMENTO CRUEL E CARO PARA A SOCIEDADE
Com as demissões, a quantidade de trabalho que cada bancário deve realizar só aumenta: o número de clientes por empregado aumentou 13,3% no Bradesco; 6,9% no Santander; 14% na Caixa; 6,9% no Itaú; 6,7% no BB (de acordo com o balanço dos bancos). Os empregados que ficam sofrem com a sobrecarga, o estresse, a pressão por metas e o consequente adoecimento.
Assim, apesar de serem responsáveis por apenas 1% dos empregos criados no país, o trabalho nos bancos levou a 5% dos afastamentos por doença, entre 2012 e 2017. O setor é o que mais gera gastos ao INSS: 6% do total de recursos para afastados são consequência do modo de gestão dos bancos.
BANCOS IGNORAM SUA FUNÇÃO SOCIAL
O artigo 192 da Constituição Federal prevê “um sistema financeiro nacional, estruturado de forma a promover o desenvolvimento equilibrado do país e a servir aos interesses da coletividade”. Apesar disso, a cada ano cai, não só o número de bancários, mas de agências que prestam serviço à população: 1.386 foram fechadas em 2017, empurrando o atendimento para os meios eletrônicos ou correspondentes bancários, apesar de somente 63,3% dos domicílios terem acesso à internet e 96,1% utilizar dinheiro em espécie para realizar suas transações comerciais. No entanto, em maio de 2018 já chegava a 39,8% as cidades brasileiras que não possuíam agências bancárias.
CAMPEÕES DE RECLAMÇÕES
Apesar dos altos custos dos serviços bancários, os bancos seguem líderes nos rankings de reclamações no Procon. Em 2018, quatro dos cinco maiores bancos do país figuram entre as 10 empresas com maior número de reclamações: Bradesco (5ª posição), Caixa Econômica Federal (6ª posição), Itaú Unibanco (7ª posição) e Santander (9ª posição).
JUROS QUE SÃO UM ABUSO
As taxas de juros cobradas pelos bancos no país são abusivas. Mesmo com a taxa básica de juros do Brasil, a Selic (que está em 6,5% ao ano), o povo paga no país em média 334% de juros ao ano no crédito rotativo e 324% no cheque especial. Assim, o pagamento de juros aos bancos já é a maior despesa das famílias brasileiras.
Foram R$ 354,8 bilhões transferidos da renda dos trabalhadores para as instituições financeiras em 2017, mais do que os gastos com alimentação fora de casa, transporte urbano e aluguel.
CAMPANHA NACIONAL 2018
Os bancários, em Campanha Nacional Unificada, estão reivindicando do setor que mais lucra no país mais empregos, melhores salários e respeito aos direitos dos trabalhadores. A categoria cobra, ainda, juros mais baixos para ajudar a fomentar o desenvolvimento nacional.
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