01/08/2018
Você sabe quanto ganham os diretores executivos do banco em que você trabalha?

As imensas remunerações pagas aos diretores executivos dos grandes conglomerados financeiros estão profundamente relacionadas aos lucros cada vez maiores apresentados por essas instituições. Assim como as metas abusivas para a venda de produtos a que praticamente todo o bancário deve cumprir, e aos juros e tarifas cobrados dos clientes. Isso porque grande parte dos ganhos desses executivos é formada por remuneração variável, como bônus e ações.
Mas quanto ganharam em 2017 os diretores executivos do Itaú, Bradesco, Santander e Banco do Brasil, os quatro maiores bancos múltiplos com carteira comercial que atuam no país? A informação é conveniente, porque os bancários estão em meio à Campanha Nacional 2018, e a próxima negociação será realizada quarta-feira (1), quando serão debatidas cláusulas econômicas, como reajuste salarial.
Segundo a Comissão de Valores Mobiliários (CVM), essas quatro instituições preveem pagar aos seus 194 diretores R$ 1,310 bilhão. Aumento proporcional de 9,2% em relação a 2017, quando 198 diretores receberam R$ 1,2 bilhão. Ou seja, em 2018, cada diretor irá receber, em média, R$ 6,7 milhões.
Esse valor é 124,9 vezes maior do que aquilo que um escriturário receberá em 2018 (R$ 54 mil no ano, incluindo nesse total salário, PLR e vales). A distância entre os dois cargos aumentou em relação a 2016, quando um diretor executivo ganhou, em média, 120 vezes mais do que aquilo que ganhou um escriturário.
A maior discrepância é verificada no Itaú. Cada um dos 23 diretores executivos irá ganhar R$ 13,4 milhões, 0,2% a menos do que em 2017, mas ainda assim, inacreditáveis 249,3 vezes mais do que um escriturário ganhou no mesmo ano.
O Santander é o banco com a segunda maior diferença entre os cargos: um diretor executivo irá receber R$ 7,2 milhões em 2018 (26,9% a mais do que em 2017), o que representa 133,7 vezes mais do que um escriturário recebeu.
Os 96 diretores do Bradesco receberão cerca de R$ 6,7 milhões em 2018 (2,7% a mais do que em 2017), valor que representa 124 vezes mais daquilo que um escriturário ganhou.
No Banco do Brasil, cada um dos 37 diretores executivos recebeu R$ 2,1 milhões (36,2% a mais do que em 2017), ou 39,35 vezes mais do que um escriturário ganhou.
Essa discrepância de valores entre aquilo que os diretores executivos e os bancários recebem, associada aos lucros cada vez maiores registrados pelos bancos, comprovam que essas instituições financeiras têm totais condições de apresentar uma proposta de reajuste salarial digna aos trabalhadores na mesa de negociação da Campanha Nacional 2018.
Injustiça tributária
As injustiças não se restringem às diferenças de remuneração. O sistema tributário brasileiro ajuda a aumentar o fosso social entre trabalhadores e altos executivos.
Segundo estudo do Ipea, a redução das alíquotas do Imposto de Renda, ocorrida entre os anos 1980 e 1990, é uma das responsáveis pela imensa concentração de renda no país. O Brasil já chegou a cobrar alíquotas de até 60% para rendas mais elevadas. A partir de 1988, as taxas sofreram um movimento de redução até chegar ao teto atual de 27,5%.
Isso significa que essa alíquota é cobrada tanto para quem ganha R$ 5 mil quanto para quem ganha R$ 5 milhões por mês.
É urgente uma reforma tributária instituindo o sistema progressivo de cobrança de impostos, para que os mais ricos e os que ganham mais paguem conforme seu rendimento.
Mas quanto ganharam em 2017 os diretores executivos do Itaú, Bradesco, Santander e Banco do Brasil, os quatro maiores bancos múltiplos com carteira comercial que atuam no país? A informação é conveniente, porque os bancários estão em meio à Campanha Nacional 2018, e a próxima negociação será realizada quarta-feira (1), quando serão debatidas cláusulas econômicas, como reajuste salarial.
Segundo a Comissão de Valores Mobiliários (CVM), essas quatro instituições preveem pagar aos seus 194 diretores R$ 1,310 bilhão. Aumento proporcional de 9,2% em relação a 2017, quando 198 diretores receberam R$ 1,2 bilhão. Ou seja, em 2018, cada diretor irá receber, em média, R$ 6,7 milhões.
Esse valor é 124,9 vezes maior do que aquilo que um escriturário receberá em 2018 (R$ 54 mil no ano, incluindo nesse total salário, PLR e vales). A distância entre os dois cargos aumentou em relação a 2016, quando um diretor executivo ganhou, em média, 120 vezes mais do que aquilo que ganhou um escriturário.
A maior discrepância é verificada no Itaú. Cada um dos 23 diretores executivos irá ganhar R$ 13,4 milhões, 0,2% a menos do que em 2017, mas ainda assim, inacreditáveis 249,3 vezes mais do que um escriturário ganhou no mesmo ano.
O Santander é o banco com a segunda maior diferença entre os cargos: um diretor executivo irá receber R$ 7,2 milhões em 2018 (26,9% a mais do que em 2017), o que representa 133,7 vezes mais do que um escriturário recebeu.
Os 96 diretores do Bradesco receberão cerca de R$ 6,7 milhões em 2018 (2,7% a mais do que em 2017), valor que representa 124 vezes mais daquilo que um escriturário ganhou.
No Banco do Brasil, cada um dos 37 diretores executivos recebeu R$ 2,1 milhões (36,2% a mais do que em 2017), ou 39,35 vezes mais do que um escriturário ganhou.
Essa discrepância de valores entre aquilo que os diretores executivos e os bancários recebem, associada aos lucros cada vez maiores registrados pelos bancos, comprovam que essas instituições financeiras têm totais condições de apresentar uma proposta de reajuste salarial digna aos trabalhadores na mesa de negociação da Campanha Nacional 2018.
Injustiça tributária
As injustiças não se restringem às diferenças de remuneração. O sistema tributário brasileiro ajuda a aumentar o fosso social entre trabalhadores e altos executivos.
Segundo estudo do Ipea, a redução das alíquotas do Imposto de Renda, ocorrida entre os anos 1980 e 1990, é uma das responsáveis pela imensa concentração de renda no país. O Brasil já chegou a cobrar alíquotas de até 60% para rendas mais elevadas. A partir de 1988, as taxas sofreram um movimento de redução até chegar ao teto atual de 27,5%.
Isso significa que essa alíquota é cobrada tanto para quem ganha R$ 5 mil quanto para quem ganha R$ 5 milhões por mês.
É urgente uma reforma tributária instituindo o sistema progressivo de cobrança de impostos, para que os mais ricos e os que ganham mais paguem conforme seu rendimento.
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