22/06/2018

Conjunto de direitos não é benefício dos bancos. São conquistas dos bancários!


(Arte: Fabiana Tamashiro)

 
Vale-refeição, vale-alimentação, PLR, 13ª Cesta Alimentação, licença-maternidade e paternidade ampliadas, auxílio creche, abono-assiduidade, jornada de seis horas, etc. Ao contrário da percepção equivocada de parte da sociedade, e por vezes de uma parcela significativa dos próprios bancários, esse conjunto de direitos não são “ótimos benefícios oferecidos pelos bancos”, e sim conquistas da luta organizada dos trabalhadores do setor, ao lado das suas entidades representativas como, por exemplo, o Sindicato (veja linha do tempo com as principais conquistas da categoria no final da matéria).

Essa percepção equivocada de que os bancos “oferecem” ótimos benefícios aos seus funcionários é evidenciada em sites como o I Love Mondays, que permitem que trabalhadores avaliem anonimamente as condições de trabalho, carreira e remuneração das empresas em que atuam.

Confira abaixo alguns depoimentos de bancários na plataforma.

“Benefícios muito atrativos, PLR, tickets, vale cultura, auxílio aos estudos, plano de saúde e odontológico de ótima qualidade. Pagamentos em dia”, bancário do Itaú.

“Valor do vale refeição é compatível aos restaurantes da região além de ter restaurantes no prédio que também aceitam VR”, bancário do Santander.
“Ótimos benefícios e muita pressão”, bancário do Bradesco.

“O vale refeição/alimentação era excelente, tanto que era possível dividí-lo em dois cartões (alimentação e refeição)”, bancário do Banco do Brasil.
“Bons benefícios. Vale-refeição, transporte, bolsas, plr, vale-alimentação e salário maternidade”, bancário da Caixa.


Essa percepção equivocada sobre os direitos conquistados pela categoria bancária é estimulada pelas próprias instituições financeiras. Todos os direitos citados como `benefícios´ por bancários no site I Love Mondays são conquistas históricas da categoria, previstos na Convenção Coletiva de Trabalho, nacional e válida para todos os bancos, e reajustados a cada Campanha Nacional Unificada dos Bancários. Uma prova de que não são benefícios oferecidos pelos bancos é o fato de que esses direitos são os mesmos em todas as instituições financeiras.

"Os banqueiros não são os responsáveis pelos benefícios desfrutados hoje pela categoria bancária. Tudo é fruto de árduas lutas e muita mobilização contra a resistência e instransigência dos bancos. Quando propagam que são excelentes instituições para trabalhar, se esquecem de divulgar que todos os benefícios tidos como atrativos só foram possíveis  porque os bancários, ao lado de suas entidades representativas, são parte de uma das mais organizadas e combativas categorias para lutar”, ressalta Roberto Carlos Vicentim, presidente do Sindicato dos Bancários de Catanduva e Região.

Imprensa

Parte da imprensa também estimula essa percepção de que os bancos são “bons patrões”, ignorando seus altíssimos lucros, a pressão absurda que sofrem seus trabalhadores, a sobrecarga de trabalho e o elevado índice de adoecimento na categoria, além de omitir o fato de que os direitos dos bancários são fruto, única e exclusivamente, da luta organizada da categoria.

Um exemplo claro é uma matéria da Exame e reproduzida por outros veículos sobre o site I Love Mondays, que cita o VR e o VA como benefícios concedidos pelo Itaú e Santander, divulgando ainda o índice de ´satisfação com benefícios´ dos trabalhadores destes dois bancos. Em nenhum momento, na matéria, o jornalista pontua que o que chama de benefício é previsto em Convenção Coletiva de Trabalho, fruto de lutas, de greves. Ao omitir essa informação, a matéria, assim como tantas outras, perpetua a visão equivocada de que os bancos oferecem bons benefícios por livre e espontânea vontade.

Pioneirismo

Os bancários foram a primeira categoria a ter garantido em acordo o direito à Participação nos Lucros e Resultados (PLR), a promoção da igualdade de oportunidades, a licença-maternidade de 180 dias, paternidade de 20 dias, um instrumento de combate ao assédio moral e centros de realocação e requalificação profissional, nos bancos, com o objetivo de evitar demissões. Entre 2004 e 2017, a mobilização dos bancários ao lado do Sindicato conquistou aumentos salariais acima da inflação, garantindo ganho real de 20,26%. No piso, esse aumento foi ainda maior, 41,6%. Assim como nos vales-refeição, 35,4% e alimentação 36,9%.

A Convenção Coletiva de Trabalho (CCT) conta hoje com mais de 70 cláusulas que garantem aos funcionários de bancos públicos e privados vales alimentação, refeição, 13ª cesta, auxílio-creche/babá, PLR, complementação salarial aos afastados por doença, auxílio para requalificação profissional, entre outros direitos.

Campanha 2018

A pauta de reivindicações da Campanha Nacional Unificada dos Bancários deste ano já está com os bancos.

Com a reforma trabalhista, que acabou com a ultratividade, que garantia a validade de um acordo até a assinatura de um novo, todo o nosso conjunto de conquistas está ameaçado. O movimento sindical apresentou aos bancos a proposta de um pré-acordo para assegurar todos o direitos previstos na  Convenção da categoria até que se encerrem as negociações com a assinatura de uma nova.

"Unidos e mobilizados mostraremos nossa força na luta em defesa dos direitos dos trabalhadores. Nossas principais reivindicações têm como prioridade a garantia de nossos direitos na CCT, com validade para todos os bancários, independentemente da remuneração; a defesa dos empregos, dos bancos públicos e seus funcionários; e aumento real para salários e demais verbas”, explica Vicentim. 

 Todos por direitos. Juntos somos mais!”, conclama o dirigente.

 
Fonte: Seeb SP, com edição do Seeb Catanduva

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