Bônus Caixa: incentivo ou forma de promover a discriminação entre os empregados?

A direção da Caixa anunciou, há alguns dias, os critérios para uma remuneração variável denominada de “Bônus 2017” que irá abranger somente o segmento gerencial da empresa.
A bonificação destina-se a contemplar a quem atender uma longa lista de requisitos que deixa de fora vários segmentos de empregados como: tesoureiros, avaliadores de penhor, caixas, assistentes, técnicos bancários… que também trabalham para o alcance do resultado da empresa como um todo. O bônus será destinado apenas a superintendentes, gerentes e coordenadores.
Será considerada a pontuação obtida no “Realiza”, sistema de avaliação de resultados das unidades. As notas neste sistema também servirão para definir o valor a ser recebido. Parcela significativa dos empregados não fará parte deste reconhecimento, apesar de sua dedicação e empenho na construção do resultado durante todo o ano. Mesmo estando entre os segmentos contemplados, ainda terão empregados que não receberão o tal Bônus 2017. Se bons resultados foram obtidos ao longo de 2017, são frutos do trabalho coletivo de todos os empregados, sem exceção.
“Toda a política de Recursos Humanos (RH) que amplie a remuneração ou direitos dos trabalhadores é bem-vinda. Os problemas começam quando políticas que criam diferenciações entre os trabalhadores são implementadas sem a observância do Plano de Cargos e Salários (PCS), do Plano de Funções Gratificadas (PFG) e da carreira de todos os profissionais da empresa”, comentou a diretora da APCEF/SP Ivanilde de Miranda.
A história, inclusive dentro da Caixa, já provou que isso não dá certo. Tivemos o Complemento Temporário Variável de Ajuste de Mercado (CTVA), na época festejado por muitos como solução para o congelamento de salários e que hoje é um problema, com reflexos para a Caixa, para os trabalhadores e, inclusive, para o fundo de pensão. Outro exemplo foi o Programa de Participação nos Resultados da Caixa (PRX), que de partida segregava os empregados conforme a área em que atuavam e acirrava a competição entre os trabalhadores em vez de colaboração mútua para que a Caixa atingisse seus objetivos.
Com este novo modelo de remuneração, a atual direção do banco insiste em promover a desvalorização dos salários, com redução da renda total do trabalhador, segregando empregados em contemplados ou não. Ao impor metas individuais, aumenta o adoecimento e incentiva a competição entre colegas. O que podemos perceber são as novas regras da reforma trabalhista em vigor fazendo mais vítimas, critica o diretor do Sindicato dos Bancários de Catanduva e Região e também diretor da APCEF/SP, Antônio Júlio Gonçalves Neto.
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