Banco promete contratações, mas número de demitidos só aumenta. Entidades questionam

Em reunião com sindicatos, representantes do Itaú informaram que o banco fechará o ano com saldo positivo de contratações. Entretanto, em matéria publicada pelo Sindicato de São Paulo, a entidade informa que tem recebido cada vez mais denúncias de bancários sobre número crescente de demissões, sem reposição de quadro.
“Bancários nos procuram para falar que diariamente colegas são demitidos, sem reposição. Já nos Centros de Tecnologia, o Itaú corta custos com a rotatividade, uma vez que demite trabalhadores e contrata outros com salários inferiores. Recentemente, ocorreram muitas demissões no CAT, e agora chovem denúncias sobre demissões no ITM”, relata o dirigente do Sindicato e funcionário do Itaú, Maikon Azzi.
“Realmente, no balanço do banco no terceiro trimestre o saldo de contratações era positivo. Isso nos faz questionar onde estão esses trabalhadores, uma vez que a situação em agências e departamentos é extremamente difícil, com elevada sobrecarga de trabalho”, acrescenta.
Para Maikon, uma hipótese é de que esses contratados estão alocados em agências digitais, nas quais o Itaú veta o acesso do Sindicato, em evidente prática antisindical.
“Não sabemos se estes trabalhadores estão nas unidades digitais e nem temos como verificar as condições de trabalho, uma vez que somos impedidos pelo banco de entrar nesses locais. Contamos somente com as denúncias dos bancários, que semanalmente relatam diversos problemas como assédio moral, pressão, rankings individuais de desempenho, problemas de estrutura e muitas outras queixas que o banco nega a todo o momento. Agora, se está tudo bem nas agências digitais, qual a razão para impedir o acesso do Sindicato?”, questiona.
De acordo com o dirigente, o aumento do nível de emprego no Itaú é uma boa notícia, mas ressalta que a criação de vagas deve ser qualificada, com boas condições de trabalho e garantia de direitos conquistados com muita luta pela categoria bancária. A entidade ainda cobra que o Itaú aponte onde estão alocados os novos contratados e libere o acesso dos representantes dos bancários nas agências digitais.
Para o diretor do Sindicato dos Bancários de Catanduva e Região Carlos Alberto Moretto, a situação retratada pela matéria do Sindicato de São Paulo mostra a precarização do emprego trazida pela reforma trabalhista. "De nada adianta os indicadores demonstrarem saldos positivos de contratações se o Itaú não possibilitar condições adequadas de trabalho. Reivindicamos mais contratações e o fim do assédio aos seus trabalhadores com metas absurdas. O Itaú precisa urgentemente avaliar essa situação e valorizar seus funcionários", defende Moretto.
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