Massacre: Bancos fecham mais de 8,5 mil postos de trabalho apenas no primeiro quadrimestre do ano

A PEB (Pesquisa do Emprego Bancário), divulgada nesta quarta-feira (17/05) pela Contraf-CUT, mostra que os bancos fecharam 8.536 postos de trabalho no primeiro quadrimestre de 2017. O saldo representa um aumento de 87,5% no número de cortes de vagas na comparação com o mesmo período do ano passado.
O apontamento foi realizado pelo Dieese (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos) com informações do Caged (cadastro Geral de Empregados e Desempregados).
“Os bancos acabaram de apresentar seus balanços do primeiro trimestre do ano. Os lucros que obtiveram são astronômicos. Não existe qualquer justificativa para a demissão. Os trabalhadores que eles demitem não lhes dão prejuízo, ao contrário, garantem a lucratividade das instituições. No entanto, não são valorizados e, em um momento de crise como o que estamos vivendo, são descartados”, disse Roberto von der Osten, presidente da Contraf-CUT.
A PEB mostra que, de janeiro de 2016 a abril de 2017, apenas no primeiro mês os bancos contrataram mais do que demitiram. Nos outros 15 meses seguintes, o saldo de emprego foi negativo no setor. São Paulo, Paraná e Rio de Janeiro foram os Estados mais afetados pelos cortes.
Faixa etária
Os dados apontam, ainda, que a maior parte das demissões ocorreu com bancários acima dos 25 anos de idade e se concentra na faixa que vai dos 50 aos 64 anos, onde a redução foi de 6.132 postos de trabalho.
“Ao relacionar estas informações com as da proposta de reforma da Previdência, percebemos que, se a reforma for aprovada, não haverá mais aposentados no país. Antes de conseguir o benefício o trabalhador será demitido para ser substituído por outro mais jovem e, na maioria das vezes, com salários inferiores ao que eram pagos para os de mais idade”, observa o presidente da Contraf-CUT.
Desmonte da Caixa
Na segmentação dos dados por tipo de instituição é possível observar que a maior responsável pelo saldo negativo é a Caixa Econômica Federal. No período, o banco federal contratou 120 pessoas e demitiu 4.440, um saldo negativo de 4.320 postos de trabalho. O grande número de demissões na Caixa é resultado de um PDVE (Plano de Demissões Voluntárias Extraordinário) lançado pela direção do banco no início de 2017, nas vésperas de o banco iniciar o atendimento dos trabalhadores interessados em efetuar o saque das contas inativas do FGTS (Fundo de Garantia por Tempo de Serviço).
“A Caixa é responsável por mais da metade da redução de postos de trabalho no setor. Em um momento no qual o governo libera o saque das contas inativas do FGTS, vemos a sobrecarga de trabalho explodir na cabeça dos bancários e afetar sobremaneira o atendimento aos clientes. Isso explica o motivo das enormes filas para se efetuar os saques e a necessidade de ampliação do horário de atendimento, com convocação, inclusive, para trabalho aos sábados. Com certeza haverá aumento dos afastamentos de bancários com problemas de saúde”, disse o dirigente sindical.
O levantamento do Dieese traz ainda informações sobre o motivo das demissões e as diferenças de remuneração entre homens e mulheres (leia a íntegra do estudo).
MAIS NOTÍCIAS
- Pesquisa da Fenae reforça demandas por melhorias do Saúde Caixa e defesa do reajuste zero
- PLR: Mercantil pagará primeira parcela no dia 25 de setembro
- Fundação Sudameris: mais uma vez Santander ataca aposentados
- Pirâmide social do SuperCaixa: resultados de agosto da Vivar deixariam base de fora, mas garantiriam bônus ao topo
- PLR é fruto de negociação coletiva
- Novo calendário do tira-dúvidas sobre certificações bancárias já está disponível!
- Reajuste Zero: personalize sua foto nas redes sociais e participe da campanha
- Em defesa do Saúde Caixa: Sindicato intensifica mobilizações nas agências
- Bancários de Catanduva e região participarão dos atos em defesa da soberania no 7 de setembro
- Dia 10 tem novo plantão: tire suas dúvidas previdenciárias com o Jurídico do Sindicato!
- Sindicato e Contraf-CUT solicitam antecipação da PLR da Caixa
- Bora bater aquele bolão no Clube dos Bancários!
- Movimento sindical e BB voltam às negociações para custeio do Plano Associados da Cassi
- Bancários aprovam proposta do Bradesco para novo PPR Supera
- Itaú antecipará pagamento da PLR e da PCR para o dia 25