Itaú lucra R$10,7 bilhões no primeiro semestre, mas corta empregos e fecha agências
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No primeiro semestre de 2016, o lucro líquido recorrente do Itaú foi de R$ 10,7 bilhões, o que significou uma queda de 10,2% em relação ao mesmo período de 2015. Vale ressaltar, porém, que o resultado sofreu influência do aumento das despesas com provisões para créditos de liquidação duvidosa (PDD’s), as quais subiram 21,3%, totalizando R$ 13,3 bilhões.
A análise feita pela subseção do Dieese, na Contraf-CUT, demonstra que a rentabilidade sobre o patrimônio líquido médio anualizado foi de 20,1%, com redução de 4,6 pontos percentuais em doze meses. Outro destaque é que o Itaú Corpbanca (fusão entre Banco Itaú Chile e Corpbanca) passou a ser consolidado nas demonstrações contábeis da holding.
O último balanço reforça, ainda, que o Itaú continua demitindo. O número de empregados da holding no Brasil, ao final do segundo trimestre, foi de 82.213 e teve redução de 3,3%, que representou o corte de 2.815 postos de trabalho em doze meses. No que se refere à rede de atendimento, o banco fechou 161 agências no período, enquanto foram criadas 59 “agências digitais”.
O fim das demissões e mais contratações no Itaú, estão entre as principais reivindicações dos funcionários nesta Campanha Nacional. O fechamento de agências físicas e ampliação das digitais também preocupa os trabalhadores.
“Em São Paulo já são sete pontos digitais, o Rio de Janeiro também já conta com um. Até o fim do ano, mais agências digitais serão abertas. Além de cortar empregos, o Itaú mexeu nas relações de trabalho. Os funcionários das agências digitais têm jornada de oito horas. O banco digital em que o Itaú está se transformando vem reduzindo postos de trabalho em todo o país”, critiva Jair Alves, coordenador da COE Itaú e diretor da Contraf-CUT.
Carteira de crédito
A carteira de crédito do banco caiu 5,4% em doze meses, atingindo um montante de R$ 608,6 bilhões (no trimestre houve queda de 4,5%). As operações com pessoas físicas decresceram 2,5% em doze meses, chegando a R$ 182,6 bilhões, tendo permanecido praticamente estável em relação ao 1º trimestre (-0,9%). Ampliaram-se os segmentos de menor risco em PF, como o imobiliário (14,3%) e o consignado (2,1%). Já as operações com pessoas jurídicas alcançaram R$ 184,2 bilhões, sofrendo redução de 14% em doze meses, e queda de 6,2% no trimestre.
Inadimplência e receitas
O índice de inadimplência superior a 90 dias total apresentou elevação de 0,6 ponto percentual no ano, ficando em 3,6% no 1º semestre. No Brasil, esse índice ficou em 4,5%, com elevação de 0,9 ponto percentual.
O Itaú obteve R$ 26,4 bilhões como resultado com a operação Títulos e Valores Mobiliários e com Aplicações Compulsórias, consolidando uma redução de 18,5% em relação ao primeiro semestre do ano passado. Esse movimento foi diretamente influenciado pelo estacionamento da taxa Selic no patamar de 14,25% ao ano, após sucessivos aumentos desde 2014.
As receitas com prestação de serviços mais a renda das tarifas bancárias cresceram 8% em relação a junho de 2015 e somaram R$ 16,1 bilhões, enquanto as despesas de pessoal subiram 13,5%, totalizando R$ 9,9 bilhões. Com isso, a cobertura das despesas de pessoal pelas receitas secundárias do banco foi de 163,3% (8,3 pontos percentuais a menos que em junho de 2015).
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