Bancários reclamam de “programa da discórdia”
Apenas 20% dos trabalhadores são contemplados pelo Prad, programa de remuneração dos departamentos. Regras do Agir também causam conflitos nas agências
São Paulo – Quando o fim do mês de fevereiro chegou, muitos trabalhadores do Itaú aguardavam pela remuneração do programa próprio do banco, uma vez que a pressão por bons resultados foi grande. Todos são cobrados pelas metas, no entanto, apenas 20% são contemplados pelo Prad. A regra causa queixas entre os funcionários.
“O restante dos bancários ficam para escanteio, como se não tivessem contribuído para o crescimento do lucro do banco, que não foi pouco”, relata a dirigente sindical da Fetec/CUT-SP Valeska Pincovai. O lucro líquido recorrente de 2013 do Itaú atingiu R$ 15,8 bilhões, crescimento de 12,8% em relação ao ano anterior.
Para Valeska, é necessário que as regras para cobranças de metas dos programas próprios do Itaú sejam mais claras e que os resultados contemplem melhor os funcionários. “Essa injustiça resulta em muitos trabalhadores doentes, outros à beira de um ataque de nervos”, ressalta. “Os funcionários estão cansados da discriminação e da falta de clareza na cobrança de metas. Tanto que o Prad já recebeu diversos apelidos, como ‘programa da discórdia’ e ‘pagamento da remuneração dos amigos dos diretores’. A situação precisa mudar.”
A dirigente explica que além dos problemas com as regras, faltam funcionários e a prática de assédio moral é constante por conta dos abusos nas cobranças. “Exigimos o fim das metas abusivas, a contratação de funcionários e valorização dos trabalhadores, além de melhores condições de trabalho”, reforça Valeska.
Agir – Se o Prad é o pesadelo dos bancários nos departamentos, nas agências é o Agir que tira o sono. “O Agir destrói os trabalhadores. Um bancário na agência tem de ter mil e uma utilidades e chega até a abrir mão do horário de almoço. Os caixas têm de receber os documentos e oferecer produtos aos clientes ao mesmo tempo, e o pior de tudo é que não recebem a remuneração variável. Cadê a clareza do Agir? O programa deve contemplar todos os trabalhadores em agências”, conclui Valeska.
Gisele Coutinho - SP Bancários
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