Presídio Não
Aproximadamente 100 lideranças de Catanduva participaram ontem de um debate promovido pelo Movimento Alerta Catanduva, que visa brecar a construção de uma unidade prisional na cidade. Projeto do Governo de Estado de São Paulo prevê a construção do chamado CPP (Centro de Progressão Penitenciária) na estrada Catanduva-Catiguá. O evento ocorreu no Sindicato dos Bancários e serviu para recarregar as energias daqueles que são contra a vinda do presídio.
“Quando nos separamos, nos enfraquecemos. Não adianta ser contra. Temos que apresentar propostas ao governo. Temos que mobilizar o povo. Dar voz ao nosso movimento e não ficar em gabinetes”, falou o bispo de Catanduva, Dom Otacílio Luziano Silva.
“Cidades como São Carlos, Araraquara, Botucatu contam com universidades públicas, ou seja, tiveram bônus. Tá na hora do ônus. Porque o governo não instala um CPP nestas cidades?”, questiona o advogado Nilton Cândido, um dos membros do Movimento Alerta Catanduva.
Além do bispo e do advogado, a mesa foi formada pelo presidente do Sindicato dos Bancários, Amarildo Davoli, pelo vice-prefeito de Catanduva, Roberto Cacciari (DEM), pelo mestre em Direito Público (PUC/SP) Vanderlei Siraque, e pela vereadora Ana Paula Carnelossi (PT). Também estiveram presentes no encontro os vereadores Nelson Lopes Martins (PSDB), Vagner Pimpão Bersa (PPS), Francisco Batista de Souza (PDT), o Careca, e o vice-presidente da Câmara, Vanir Braz (PSDB).
Para o representante do GAC (Grupo de Apoio aos Catanduvenses), João Batista Rinaldi, será difícil a não construção do presídio, porém o grupo irá fazer o possível para mudar o tipo de regime indicado pelo governo. “No regime semi-aberto os presos ficam fora da unidade por várias horas. Vamos tentar um regime fechado”, falou Rinaldi.
A vereadora Paula Carnelossi disse que a vinda do presídio irá trazer aspectos positivos, porém a união dos líderes, independente dos partidos, será o diferencial. “Não vamos desistir. Temos que levar ao governo propostas, alternativas”, frisou.
Para o mestre em Direito Público, Vanderlei Siraque, uma pesquisa deve ser feita. “A criminalidade em Catanduva está abaixo da média do Estado. O CPP previsto aqui tem capacidade para 1.080 presos, porém Catanduva não tem mais 200 condenados neste regime. Não é correto ‘importar’ presos de outras regiões para cumprir pena em Catanduva”, frisou Siraque.
Segundo ele, diariamente 100 presos deixam as penitenciárias do Estado de São Paulo, porém outros 137 entram. “A justificativa do governo é que há necessidade de construir novos presídios”.
O vice-prefeito Roberto Cacciari (DEM) disse que evitar a construção do presídio é difícil, mas não impossível. “Sou contra a forma pela qual o governo tomou a decisão, sem ouvir a população. Não podemos aceitar o presídio ‘goela abaixo’. O Movimento já provou que temos como brecar. Em outras cidades a construção já começou e aqui nossa união retardou a obra. Vamos continuar tentando”, falou ele.
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