Seis bancos são multados em R$ 1,1 milhão por não cumprir leis de segurança
A Polícia Federal multou nesta quarta-feira, dia 30, a Caixa Econômica Federal, o HSBC, o Santander, o Itaú Unibanco, o Bradesco e o Banco do Brasil em R$ 1,173 milhão por descumprimento de leis e normas de segurança. As punições foram aprovadas no julgamento de 104 processos, durante a 89ª reunião da Comissão Consultiva para Assuntos de Segurança Privada (CCASP), em Brasília.
As principais infrações dos bancos foram a ausência de plano de segurança aprovado pela Polícia Federal, número insuficiente de vigilantes, transporte ilegal de valores feito por bancários e alarme inoperante, dentre outros itens. Uma agência do Itaú foi interditada.
Veja a relação das multas por banco:
| Banco | Multa |
| Caixa Econômica Federal | R$ 771.501,00 |
| HSBC | R$ 136.564,00 |
| Santander | R$ 100.700,00 |
| Itaú Unibanco | R$ 79.500,00 |
| Bradesco | R$ 49.468,00 |
| Banco do Brasil | R$ 35.334,00 |
| Total | R$ 1.173.967,00 |
Na primeira reunião da CCASP em 2011, também estiveram em pauta 272 processos envolvendo empresas de vigilância, transportes de valores e centros de formação de vigilantes. Houve aplicação de advertências, multas e cancelamento do alvará de funcionamento.
A reunião foi acompanhada pelo Coletivo Nacional de Segurança Bancária, formado por dirigentes de sindicatos e federações, que se reuniu no dia anterior para analisar os processos e preparar a participação da Contraf-CUT, que representa os bancários na CCASP. Também integram a CCASP representantes dos vigilantes, como o presidente da Confederação Nacional dos Trabalhadores Vigilantes (CNTV), José Boaventura Santos, além de entidades patronais e do governo.
Bancos não priorizam segurança e proteção da vida
"Mais uma vez, ficou evidente que os bancos não priorizam a segurança nos estabelecimentos, na medida em que não zelam para cumprir a lei federal n° 7.102/83, pois deixam de renovar os planos de segurança, funcionam com carência de vigilantes e equipamentos, aumentando os riscos de trabalhadores e clientes", avalia o secretário de imprensa da Contraf-CUT e coordenador do Coletivo Nacional de Segurança Bancária, Ademir Wiederkehr.
"A Caixa foi a campeã de multas, pois está praticando uma série de irregularidades, que vão desde a falta de planos de segurança aprovados pela Polícia Federal até impedimentos no acesso de policiais para a fiscalização das agências. Isso é inadmissível para um banco público, que devia ter a obrigação de ser exemplo para todo o sistema financeiro", adverte o diretor do Sindicato dos Bancários de Belo Horizonte e representante da Fetraf-MG, Leonardo Fonseca.
"É preocupante a vice-liderança do HSBC no ranking de multas da 89ª reunião da CCASP. Recentemente, o banco inglês foi condenado pela Justiça a pagar até R$ 5 milhões em Minas Gerais pelo descumprimento da legislação de segurança. É imperioso que a instituição, que busca a certificação da SA8000, reveja urgentemente a sua política de segurança e debata com o movimento sindical seu aprimoramento. A vida dos bancários, vigilantes e clientes tem que estar em primeiro lugar", ressalta o diretor do Sindicato dos Bancários de Porto Alegre e da Fetrafi-RS, Lúcio Paz.
"Cobramos responsabilidade social dos bancos, pois a vida dos bancários, vigilantes e clientes está em jogo quando são desrespeitados os planos de segurança. O Itaú, mesmo com o lucro recorde de R$ 13 bilhões em 2010, novamente foi multado por não cumprir a lei que visa trazer segurança", destaca o diretor da Fetec-SP, Valdir Oliveira.
"Novamente, os bancos foram multados por usarem bancários para fazer o transporte de valores. Esse abuso não pode continuar e, para tanto, precisamos seguir denunciando os bancos, que apelam para essa conduta ilegal, para a Polícia Federal, uma vez que essa não é tarefa dos bancários e existem empresas de carros-fortes que atendem o Brasil inteiro", frisa o diretor da Fetec-PR, Carlos Copi.
"É lamentável que os bancos continuem priorizando o dinheiro em detrimento da vida de bancários, vigilantes, clientes e usuários, pois eles preferem arcar com multas do que investir pesado em segurança para proteger a vida das pessoas", conclui o diretor do Sindicato dos Bancários de Campinas e representante da Feeb SP-MS, Danilo Anderson.
Fonte: Contraf-CUT
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