01/10/2010

Em São Paulo, bancários param prédio da Nova Central Bradesco. Agências da região também precisam aderir

Desde as 5 horas da manhã de quinta-feira, dia 30, segundo dia de greve por tempo indeterminado, a Nova Central do Bradesco, na Capital, ficou parada. No local, estratégico, funciona, além de uma agência, o site Empresas, parte do departamento jurídico e o câmbio do banco. Logo cedo, os dirigentes sindicais se reuniram com os cerca de 1.200 funcionários.

“Eu vim hoje para ajudar a conscientizar meus colegas de que somente dessa forma vamos conseguir melhorias no nosso emprego. Muitos deles não têm consciência da importância da greve, pois são novos na área”, conta.

O fechamento da Nova Central do Bradesco prova que a união da categoria é capaz de vencer quaisquer obstáculos, incluindo-se aí a postura autoritária da direção do banco, que lança mão de todos os meios para tentar impedir que seus funcionários se mobilizem.

Em Catanduva, as únicas agências que não aderiram à greve foram as do Bradesco, devido ao forte assédio dos gestores sobre os bancários, impedindo-os de exercerem seu livre direito de manifestação. Com união, porém, a categoria conseguirá superar a truculência dos patrões e sair-se vitoriosa da greve.

Solidariedade – Um bancário da agência do Santander que fica próximo da Nova Central disse que se juntou voluntariamente aos colegas do Bradesco para aumentar a mobilização. “Lá ainda não fecharam, mas, enquanto isso, vim aqui para mostrar a eles que os bancos sugam da gente o máximo que podem e não nos recompensam devidamente. Quando entramos, nos prometem tanta coisa mas, depois que estamos lá, é completamente de outra forma que o sistema funciona”, desabafou.

O dirigente sindical bancário e membro da executiva da CUT, Vagner Freitas, falou aos trabalhadores sobre a importância de fortalecer o movimento. “Quanto mais forte a greve, mais chances de obter uma proposta mais rápida”, disse. “Se a diretoria dos bancos estiver pressionando através de e-mails e torpedos, ignorem. A greve é um direito coletivo e não individual. Se você se render, vai acabar levando o seu colega junto e entrando na jogada deles.”

Uma bancária comentou que é a primeira vez que participa da greve. “Antes eu via como cliente. Agora estou vendo como funcionária. Mas desde a semana passada meu gerente está me pressionando com e-mails e torpedos dizendo que se eu aderir ao movimento serei demitida.”

Alternativas – Mesmo com a agência fechada alguns clientes fazem questão de apoiar a greve e procuram outras alternativas para fazer seus serviços bancários.

A dona de casa, Marta Rezende de 50 anos, veio resolver questões burocráticas e assinar um contrato na agência. Como estava fechada, disse que vai aguardar o fim da greve para voltar a negociar com o banco. “Como eles me enrolaram por duas semanas, agora é a minha vez de enrolar eles também. Enquanto os bancos não voltam a funcionar vou resolvendo o que posso através de caixas-eletrônicos.”

O aposentado José de Brito e Silva também apoia. “Se quando eu for receber a minha aposentadoria os caixas eletrônicos estiverem funcionando, para mim está ótimo. No Brasil não existe outra forma de reivindicar a não ser por meio da greve”.

Fonte: Sindicato dos Bancários de São Paulo


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