13/07/2010
Bancos geram 2.840 novos postos de trabalho no primeiro trimestre de 2010
É o que mostra a quinta edição da Pesquisa do Emprego Bancário (PEB), elaborada pela Contraf-CUT e pelo Dieese com base no Caged do Ministério do Trabalho e Emprego.
Os bancos que operam no Brasil criaram 2.840 novos postos de trabalho no primeiro trimestre de 2010, quando admitiram 11.053 trabalhadores e desligaram 8.213. Do ponto de vista salarial, no entanto, a remuneração média dos admitidos foi 37,85% inferior em relação à dos desligados (R$ 2.197,79 contra R$ 3.536,38). A disparidade maior é em relação às mulheres. As bancárias foram admitidas recebendo remuneração 32,71% inferior à dos homens (R$ 1.770,20 contra R$ 2.630,59).
Esses são alguns dos principais resultados da quinta edição da Pesquisa de Emprego Bancário (PEB) realizada pela Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT) e pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese). As duas entidades realizam esse levantamento desde o ano passado, com base no Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE).
Clique no link abaixo para conhecer a pesquisa completa.
(link: http://www.contrafcut.org.br/download/publicacoes/1071294841.pdf)
O resultado relativo ao estoque de emprego entre janeiro e março de 2010 contrasta com os dados de 2009, quando os bancos fecharam 1.354 postos de trabalho naquele primeiro trimestre. E representa um crescimento de 95,2% em relação ao quarto trimestre do ano passado, período em que as instituições financeiras geraram 1.455 novos empregos.
"A geração de novos postos de trabalho no setor financeiro é uma ótima notícia para a categoria bancária, que na campanha nacional do ano passado tinha a defesa do emprego como uma de suas principais bandeiras", avalia Carlos Cordeiro, presidente da Contraf-CUT. "Em 2009 assinamos acordo com o Banco do Brasil e com a Caixa Federal assegurando a contratação de 15 mil novos trabalhadores. As consultas que estamos fazendo com os bancários indicam que o emprego será novamente uma das principais reivindicações na campanha deste ano."
Na comparação com outros segmentos da economia, no entanto, os dados do Caged mostram que o sistema financeiro foi um dos que menos gerou empregos no primeiro trimestre do ano: apenas 0,43% dos 657.259 novos postos de trabalho criados por toda a economia brasileira no período. O setor que criou mais vagas de trabalho foi o da construção civil, que apresentou um saldo positivo de 127.694 empregos (19,43% do total da economia), seguido do comércio e administração de imóveis, que produziu 95.198 novos postos de trabalho (14,48% do total).
Desligados se concentram na alta remuneração
A Região Sudeste apresentou o melhor desempenho, com a criação de 2.227 postos de trabalho, enquanto a Região Norte apresentou o menor resultado positivo (111), como mostra a tabela abaixo.
Admitidos, desligados, remuneração média, saldo de emprego e
diferença da remuneração média por Região do País
Brasil - Janeiro a Março de 2010
Região Admitidos Rem. Média
(em R$) Desligados Rem. Média
(em R$) Saldo Dif. % da Rem. Média Admitidos e Desligados
Norte 320 1.371,52 209 2.615,89 111 -47,57%
Nordeste 830 1.639,09 679 2.943,79 151 -44,32%
Sudeste 8.023 2.379,78 5.796 3.680,09 2.227 -35,33%
Sul 1.248 1.870,67 1.056 3.485,90 192 -46,34%
Centro-Oeste 632 1.685,54 473 3.145,52 159 -46,41%
Total 11.053 2.197,79 8.213 3.536,38 2.840 -37,85%
Fonte: MTE/Caged
Elaboração: DIEESE - Subseção CONTRAF-CUT
A pesquisa Contraf-CUT/Dieese revela que o saldo positivo do emprego nos bancos está concentrado nas faixas salariais mais baixas, com predominância para o segmento entre 2,01 a 3,0 salários mínimos, que registrou um saldo de 4.223 postos de trabalho.
A partir daí, todas as faixas apresentam saldo negativo de emprego, com destaque para o segmento de 5,01 a 7,0 salários mínimos, onde houve a diminuição de 1.293 postos de trabalho. Esse movimento deve-se ao fato de a grande maioria das admissões (55,8%) estar concentrada na faixa de 2 até 3 salários mínimos, enquanto os desligamentos se distribuírem pelas faixas superiores de remuneração, como mostra o gráfico abaixo. Com isso, a remuneração média de quem é admitido (R$ 2.197,79) é 37,85% inferior à média salarial dos desligados (R$ 3.536,38).
Clique no link abaixo para acessar o gráfico.
(link http://www.contrafcut.org.br/download/Arquivo/1071210852.jpg)
"Esses dados demonstram que os bancos estão usando a alta rotatividade da mão-de-obra para reduzir custos, demitindo bancários com salários mais altos para substituí-los por trabalhadores com remuneração inferior", afirma o presidente da Contraf-CUT, Carlos Cordeiro. "Isso é inadmissível se considerarmos que os bancos continuam aumentando sem parar a sua lucratividade e que apenas os cinco maiores bancos apresentaram lucro líquido de R$ 9,5 bilhões no primeiro trimestre do ano."
Clique no link abaixo para acessar o gráfico.
(link: http://www.contrafcut.org.br/download/Arquivo/1071210926.jpg)
Maioria entre admitidos, mulheres ganham menos
Na desagregação por gênero, a pesquisa Contraf-CUT/Dieese mostram que o saldo do emprego bancário no primeiro trimestre de 2010 é favorável às mulheres, com 1.767, enquanto para os homens o saldo foi de 1.073. Percentualmente, os homens representaram 49,7% das admissões e 53,82% dos desligamentos, enquanto a participação feminina correspondeu, respectivamente, a 50,3% das admissões e 46,18% dos desligamentos. Confira na tabela abaixo
Admitidos, desligados, remuneração média, saldo de emprego e
diferença da remuneração média por gênero
Brasil - Janeiro a Março de 2010
Gênero Admitidos Part. % Rem. Média (em R$) Desligados Part. % Rem. Média (em R$) Saldo Dif. % da Rem. Média
Masculino 5.493 49,70% 2.630,59 4.420 53,82% 4.112,04 1.073 -36,03%
Feminino 5.560 50,30% 1.770,20 3.793 46,18% 2.865,56 1.767 -38,23%
Total 11.053 100,00% 2.197,79 8.213 100,00% 3.536,38 2.840 -37,85%
Fonte: MTE/Caged
Elaboração: Dieese – Subseção Contraf-CUT
No entanto, a remuneração média das mulheres bancárias é inferior à dos homens, tanto nas admissões como nos desligamentos. As trabalhadoras desligadas saíram do banco com rendimento médio de R$ 2.865,56, valor 30,31% inferior ao auferido pelos homens, R$ 4.112,04. Já a mão-de-obra feminina admitida entra no banco recebendo uma remuneração média de R$ 1.770,20, enquanto os admitidos do sexo masculino recebem o equivalente a R$ 2.630,59; correspondendo a uma diferença de 32,71%, como revela a tabela abaixo. Nas contratações realizadas no primeiro trimestre de 2010 houve, portanto, aumento da distância entre salários médios masculinos e femininos.
Rem. Média dos admitidos e desligados por gênero
Brasil - Janeiro a Março de 2010
Rem. Média (em R$) Masculino Feminino Dif % da
Rem. Média
Admitidos 2.630,59 1.770,20 -32,71%
Desligados 4.112,04 2.865,56 -30,31%
Fonte: MTE/Caged
Elaboração: Dieese - Subseção Contraf-CUT
"A remuneração inferior das mulheres comprova a discriminação que existe na categoria, o que tem sido objeto de denúncia do movimento sindical e reforça a necessidade de avançarmos na igualdade de oportunidades, uma das principais reivindicações das campanhas dos bancários nos últimos anos", conclui Carlos Cordeiro.
Fonte: Contraf-CUT
SINDICALIZE-SE
MAIS NOTÍCIAS
- Com início do recesso no Congresso, movimento sindical bancário projeta para 2026 atuação nas pautas de interesse dos trabalhadores
- Super Caixa: Ainda dá tempo de assinar o abaixo-assinado da campanha Vendeu/Recebeu
- Justiça indefere pedido do Santander contra decisão da Previc sobre retirada de patrocínio
- Sindicato realiza entrega de doações arrecadadas para a Campanha Natal Solidário, em parceria com o projeto Semear
- CEE cobra mudanças no Super Caixa
- Saiba como será o expediente dos bancos no Natal e no Ano Novo
- O caminho do dinheiro: entenda quem se beneficia com o não pagamento das comissões pela venda de produtos na Caixa
- Aposentados bancários e de diversas categorias da CUT participaram da 6ª Conferência Nacional dos Direitos da Pessoa Idosa, em Brasília
- Saiba o que é preciso para a redução de jornada sem redução salarial passar a valer
- COE Santander cobra transparência sobre a reorganização do varejo e respeito à representação sindical
- Salário mínimo terá quarto aumento real seguido após superar fase 'menor abandonado'
- Caixa: Empregados apresentam reivindicações para Fabi Uehara
- Coletivo Nacional de Formação faz balanço do ano e propõe agenda para 2026
- Sindicato apoia a Chapa 2 – Movimento pela Saúde na eleição do Conselho de Usuários do Saúde Caixa
- Tentativa de silenciamento ao padre Júlio Lancelotti gera indignação e solidariedade