Bradesco: assédio moral atinge até SA 8000
Bradesco: assédio moral atinge até SA 8000
Representante dos bancários na norma internacional que defende condições de trabalho relata que procurou a direção do Bradesco, mas não foi ouvido.
Job de Oliveira é empregado do Bradesco, representante dos trabalhadores na SA 8000 (norma internacional que trata de respeito a relações de trabalho). Ironicamente, Job também é testemunha e alvo de dano psicológico causado pelo banco que mantém o título de organização responsável socialmente. Job está afastado do trabalho e busca reparação na Justiça.
De acordo com o bancário, tudo começou depois que assumiu a função de representante dos empregado na SA 8000. “Passei a cumprir o meu papel que é de encontrar solução para os problemas e buscar sempre um ambiente adequado. Depois disso, passei a sofrer perseguição e assédio”, afirma.
Com 21 anos de Bradesco, Job conta que a perseguição teve início com sua transferência para uma outra área sem explicação. Além de querer saber o motivo da mudança, relatou ao gestor do departamento e também ao RH que não poderia exercer a função, pois o novo local não estava adaptado para receber o trabalhador que é portador de LER/Dort. “O departamento em que eu estava inclusive tinha defasagem de funcionário e a minha transferência sobrecarregou alguns colegas”, lembra.
Na nova área, Job revela que ficou isolado e ouvia piadas pelo fato de não poder realizar a nova função. “Uma colega chegou a questionar porque eu não me afastava se não podia fazer nada. Me sentia sem utilidade e humilhado”, desabafa.
Job diz que comunicou todos esses problemas à direção do Bradesco em mensagens via e-mail, carta e verbalmente, mas afirma não ter obtido resposta. “Atualmente estou fazendo tratamento psicológico. Fui obrigado a exigir reparação na Justiça, já que procurei a solução por meio do diálogo, mas a postura Bradesco me fez entrar com a ação.” Job mostra preocupação com sua situação depois que acabar a licença. “Não quero voltar para o mesmo ambiente onde sofri todo esse dano psicológico”, avisa. “Quero aproveitar e deixar uma mensagem para que os bancários denunciem o assédio e cobrem solução.”
A diretora do Sindicato dos Bancários de São Paulo, Neiva Ribeiro, afirma que esse caso é mais uma mostra de que o banco está cada vez mais distante de ser, de fato, uma organização responsável socialmente. “Se um RT (representante do trabalhador) eleito dentro do processo que o próprio banco organiza recebe esse tipo de tratamento, que segurança terão os outros funcionários para se manifestar?”, questiona Neiva.
O Sindicato realizou ato na sexta 23 para denunciar esse e outros casos de assédio moral. “Uma organização que almeja uma certificação de responsabilidade social não pode permitir que coisas como essas aconteçam”, critica a dirigente sindical.
Mesa temática – Na terça-feira 20, aconteceu reunião que marcou a retomada da mesa temática de negociações sobre saúde e condições de trabalho, conquistada durante a Campanha Nacional Unificada. Na negociação, o Sindicato apresentou as principais reivindicações dos trabalhadores e cobrou seriedade da Fenaban durante o processo de discussão. “Queremos resolver uma série de problemas que afetam a saúde e as condições de trabalho dos bancários, principalmente no que se refere às metas abusivas e o assédio moral”, explica o secretário de Saúde do Sindicato, Walcir Previtale. A próxima rodada de negociações ficou marcada para 5 de maio.
Fonte: SEEB S Paulo - Carlos Fernandes
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