07/05/2025
“Campos Neto na gestão do Nubank é conflito de interesses”, alerta movimento sindical bancário

O movimento sindical bancário aponta conflito de interesses na nomeação do ex-presidente do Banco Central do Brasil (BC), Roberto Campos Neto, para o cargo de chefe global de Políticas Públicas e vice-presidente do Conselho de Administração (posição recém-criada pela empresa) do Nubank.
Campos Neto esteve à frente do BC, entidade definidora das políticas monetária e de regulação do sistema financeiro nacional, de 2019 até 2024. Neste período, o número de empresas de tecnologia que oferecem serviços financeiros (as chamadas fintechs), reguladas pelo BC, saltou de 1 para 258.
A normativa que regulamenta fintechs para atuarem no sistema financeiro do país foi publicada pelo BC em 2018. Antes disso, em 2013, o BC havia editado uma circular que disciplinava a prestação de serviço por parte de instituições de pagamento. Entretanto, em abril de 2019, somente 34 fintechs tinham obtido o aval da entidade.
Foi a partir da posse de Campos Neto, na presidência do BC, que ocorreu um forte impulsionamento da atuação dessas empresas operando no sistema financeiro nacional, apesar de inúmeras preocupações levantadas no setor sobre as diferenças regulatórias entre os bancos tradicionais e as fintechs, estas últimas sujeitas a regras e critérios menos rígidos em termos de recolhimento de alíquotas, segurança de dados e direitos trabalhistas.
Campos Neto tomará posse de fato, dos cargos na holding Nubank, em 1º de julho, quando estará liberado da regra de "quarentena", estabelecida legalmente, com o objetivo de evitar conflito de interesses, para que ex-diretores e ex-presidentes do BC possam assumir cargos ou estabelecer vínculos profissionais com instituições financeiras.
Mesmo assim, o tom das notícias que percorrem em diversos canais de comunicação é de conflito de interesses. "O conflito está claro: enquanto esteve no BC, Campos Neto produziu medidas e até fez discursos que beneficiaram diretamente as fintechs e agora vai trabalhar em uma delas", destacou Juvandia Moreira, presidenta da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT).
Os indícios do interesse de Campos Neto por trás do incentivo às fintechs não param por aí. Em abril de 2024, o jornal Valor Econômico noticiou que pessoas próximas do então presidente do BC informaram que o mesmo planejava abrir uma fintech. Ele não concluiu seu plano de criação, mas agora está à frente de uma das principais em atuação hoje, no mercado financeiro nacional, e num cargo inédito, criado só para ele: o de vice-presidente do Conselho de Administração, que, até então, não existia na holding Nubank.
“O movimento sindical bancário já indicou conflito de interesses, em outra questão: na política monetária de forte alta da taxa básica de juros (a Selic), durante o seu mandato à frente do Banco Central. Campos Neto tem uma investigação aberta no Conselho de Ética da Presidência da República porque possui quatro empresas em paraísos fiscais com investimentos em títulos públicos emitidos pelo Tesouro Nacional, portanto, que se beneficiam com a especulação da Selic”, observa Juvandia Moreira.
“Estamos avaliando as medidas cabíveis de denúncias, em órgãos competentes, incluindo a CVM (Comissão de Valores Mobiliários). Também defendemos o fim da porta giratória dos dirigentes do Banco Central. Sair do banco para ir trabalhar no setor financeiro é no mínimo imoral e antiético. Campos Neto simplesmente passa a assumir posição em uma das fintechs que mais cresceram no país, nos últimos anos, e que hoje tem ativos bilionários e que a coloca em pé de igualdade com bancos tradicionais, mas que, entretanto, não é responsabilizada socialmente e economicamente da mesma forma que os bancos tradicionais, contribuindo para a insegurança de todo o sistema financeiro nacional”, concluiu a dirigente.
Campos Neto esteve à frente do BC, entidade definidora das políticas monetária e de regulação do sistema financeiro nacional, de 2019 até 2024. Neste período, o número de empresas de tecnologia que oferecem serviços financeiros (as chamadas fintechs), reguladas pelo BC, saltou de 1 para 258.
A normativa que regulamenta fintechs para atuarem no sistema financeiro do país foi publicada pelo BC em 2018. Antes disso, em 2013, o BC havia editado uma circular que disciplinava a prestação de serviço por parte de instituições de pagamento. Entretanto, em abril de 2019, somente 34 fintechs tinham obtido o aval da entidade.
Foi a partir da posse de Campos Neto, na presidência do BC, que ocorreu um forte impulsionamento da atuação dessas empresas operando no sistema financeiro nacional, apesar de inúmeras preocupações levantadas no setor sobre as diferenças regulatórias entre os bancos tradicionais e as fintechs, estas últimas sujeitas a regras e critérios menos rígidos em termos de recolhimento de alíquotas, segurança de dados e direitos trabalhistas.
Campos Neto tomará posse de fato, dos cargos na holding Nubank, em 1º de julho, quando estará liberado da regra de "quarentena", estabelecida legalmente, com o objetivo de evitar conflito de interesses, para que ex-diretores e ex-presidentes do BC possam assumir cargos ou estabelecer vínculos profissionais com instituições financeiras.
Mesmo assim, o tom das notícias que percorrem em diversos canais de comunicação é de conflito de interesses. "O conflito está claro: enquanto esteve no BC, Campos Neto produziu medidas e até fez discursos que beneficiaram diretamente as fintechs e agora vai trabalhar em uma delas", destacou Juvandia Moreira, presidenta da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT).
Os indícios do interesse de Campos Neto por trás do incentivo às fintechs não param por aí. Em abril de 2024, o jornal Valor Econômico noticiou que pessoas próximas do então presidente do BC informaram que o mesmo planejava abrir uma fintech. Ele não concluiu seu plano de criação, mas agora está à frente de uma das principais em atuação hoje, no mercado financeiro nacional, e num cargo inédito, criado só para ele: o de vice-presidente do Conselho de Administração, que, até então, não existia na holding Nubank.
“O movimento sindical bancário já indicou conflito de interesses, em outra questão: na política monetária de forte alta da taxa básica de juros (a Selic), durante o seu mandato à frente do Banco Central. Campos Neto tem uma investigação aberta no Conselho de Ética da Presidência da República porque possui quatro empresas em paraísos fiscais com investimentos em títulos públicos emitidos pelo Tesouro Nacional, portanto, que se beneficiam com a especulação da Selic”, observa Juvandia Moreira.
“Estamos avaliando as medidas cabíveis de denúncias, em órgãos competentes, incluindo a CVM (Comissão de Valores Mobiliários). Também defendemos o fim da porta giratória dos dirigentes do Banco Central. Sair do banco para ir trabalhar no setor financeiro é no mínimo imoral e antiético. Campos Neto simplesmente passa a assumir posição em uma das fintechs que mais cresceram no país, nos últimos anos, e que hoje tem ativos bilionários e que a coloca em pé de igualdade com bancos tradicionais, mas que, entretanto, não é responsabilizada socialmente e economicamente da mesma forma que os bancos tradicionais, contribuindo para a insegurança de todo o sistema financeiro nacional”, concluiu a dirigente.
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