21/07/2023
Itaú espera tragédia para reforçar segurança nas agências

Há anos o movimento sindical bancário vem cobrando do Itaú o reforço na segurança de suas agências. Mas, o banco segue na direção contrária ao retirar vigilantes e portas giratórias de segurança em muitas das suas unidades que estão adotando o novo modelo, chamado de “Espaço Itaú de Negócios”.
Além de a saúde dos bancários já ser prejudicada pelas metas abusivas e pelo assédio moral, eles ainda precisam trabalhar sob o risco constante de serem vítimas de algum tipo de violência. "É de uma irresponsabilidade assustadora retirar portas giratórias e a vigilância das agências enquanto arrombamentos e explosões de terminais de autoatendimento são cada vez mais frequentes. Além disso, muitas agências pelo país estão localizadas em locais com grande incidência de assaltos. É preciso que fique bem claro que, entre a manutenção da rentabilidade dos bancos e a segurança dos bancários, a vida dos trabalhadores está acima de tudo", ressalta o diretor do Sindicato dos Bancários de Catanduva e região, Ricardo Jorge Nassar Jr.
A principal alegação do Itaú para o afrouxamento das medidas de segurança é que essas unidades não movimentam numerário. Uma inverdade, porque apesar de não possuírem caixas, essas agências mantêm áreas de autoatendimento com caixas eletrônicos, e muitas delas realizam a compensação dos depósitos no seu interior.
Além disso, clientes, bancários e as próprias agências possuem itens visados por criminosos, como notebooks, computadores e telefones celulares. Para completar, atualmente existem novas modalidade de crime que dispensam numerário.
A direção do banco alega ainda que essas novas unidades são monitoradas por equipes de segurança; que estão equipadas com botão de pânico, telefone de emergência e consultoria de segurança; e que são feitos estudos para identificar quais delas podem dispensar segurança armada, como monitoramento e análise do perfil das pessoas que as frequentam. Ainda segundo o Itaú, é mantido contato com policiais e com delegacias nas cercanias das unidades.
Nem 3% do lucro gasto com segurança
O Itaú atualmente divulga em seu demonstrativo financeiro as despesas com segurança agregadas a outros gastos (Serviços de Terceiros, Sistema Financeiro, Segurança e Transporte). Desta forma, não é possível identificar quanto o banco investe nessa área.
Mas em 2019, o banco desembolsou R$ 744 milhões com segurança (apenas 2,6% do lucro) e, em 2020, R$ 730 milhões, ou 3,8% do lucro – naquele ano o resultado do banco foi menor por causa da pandemia. Por esta razão, a proporção aumentou. Ou seja, estima-se que o Itaú não desembolse 3% do lucro com segurança.
Em 2022, Bradesco, Santander, Banco do Brasil e Caixa (quatro dos cinco maiores bancos que atuam no país, juntos com o Itaú) desembolsaram R$ 3,3 bilhões em despesas com “Serviços de vigilância e segurança”, o que representa cerca de 4,3% do lucro do período (R$ 75,222 bilhões). Os dados são dos demonstrativos financeiros dos bancos.
Na Campanha Nacional dos Bancários de 2022, os representantes dos trabalhadores apresentaram à Fenaban levantamento que apontou 839 ataques em 2020, dos quais 321 explosões ou arrombamentos de caixas eletrônicos; 439 assaltos ou tentativas; 34 ataques a carro-forte; e 45 saidinhas bancárias. Além de 40 assaltos a correspondentes e 86 a agências dos Correios ou lotéricas. Dentre as ocorrências, foram identificadas seis vítimas fatais.
A pesquisa feita pela Contraf-CUT e confederações dos vigilantes leva em consideração assaltos, saidinhas, explosões de caixas eletrônicos – inclusive os não consumados –, e foi feita com base em notícias na imprensa, dados de secretarias de segurança pública e de sindicatos.
O movimento sindical continuará protestando e cobrando para que as vidas dos trabalhadores e dos clientes do Itaú e dos demais bancos sejam levadas a sério. “Com o aumento dos registros e da venda de armas nos últimos anos no país, não vai demorar muito para que, nestas agências sem aparatos de segurança, as agressões descambem para situações graves. Temos que avançar na questão da segurança e não retroceder”, reforça o diretor do Sindicato.
Além de a saúde dos bancários já ser prejudicada pelas metas abusivas e pelo assédio moral, eles ainda precisam trabalhar sob o risco constante de serem vítimas de algum tipo de violência. "É de uma irresponsabilidade assustadora retirar portas giratórias e a vigilância das agências enquanto arrombamentos e explosões de terminais de autoatendimento são cada vez mais frequentes. Além disso, muitas agências pelo país estão localizadas em locais com grande incidência de assaltos. É preciso que fique bem claro que, entre a manutenção da rentabilidade dos bancos e a segurança dos bancários, a vida dos trabalhadores está acima de tudo", ressalta o diretor do Sindicato dos Bancários de Catanduva e região, Ricardo Jorge Nassar Jr.
A principal alegação do Itaú para o afrouxamento das medidas de segurança é que essas unidades não movimentam numerário. Uma inverdade, porque apesar de não possuírem caixas, essas agências mantêm áreas de autoatendimento com caixas eletrônicos, e muitas delas realizam a compensação dos depósitos no seu interior.
Além disso, clientes, bancários e as próprias agências possuem itens visados por criminosos, como notebooks, computadores e telefones celulares. Para completar, atualmente existem novas modalidade de crime que dispensam numerário.
A direção do banco alega ainda que essas novas unidades são monitoradas por equipes de segurança; que estão equipadas com botão de pânico, telefone de emergência e consultoria de segurança; e que são feitos estudos para identificar quais delas podem dispensar segurança armada, como monitoramento e análise do perfil das pessoas que as frequentam. Ainda segundo o Itaú, é mantido contato com policiais e com delegacias nas cercanias das unidades.
Nem 3% do lucro gasto com segurança
O Itaú atualmente divulga em seu demonstrativo financeiro as despesas com segurança agregadas a outros gastos (Serviços de Terceiros, Sistema Financeiro, Segurança e Transporte). Desta forma, não é possível identificar quanto o banco investe nessa área.
Mas em 2019, o banco desembolsou R$ 744 milhões com segurança (apenas 2,6% do lucro) e, em 2020, R$ 730 milhões, ou 3,8% do lucro – naquele ano o resultado do banco foi menor por causa da pandemia. Por esta razão, a proporção aumentou. Ou seja, estima-se que o Itaú não desembolse 3% do lucro com segurança.
Em 2022, Bradesco, Santander, Banco do Brasil e Caixa (quatro dos cinco maiores bancos que atuam no país, juntos com o Itaú) desembolsaram R$ 3,3 bilhões em despesas com “Serviços de vigilância e segurança”, o que representa cerca de 4,3% do lucro do período (R$ 75,222 bilhões). Os dados são dos demonstrativos financeiros dos bancos.
Na Campanha Nacional dos Bancários de 2022, os representantes dos trabalhadores apresentaram à Fenaban levantamento que apontou 839 ataques em 2020, dos quais 321 explosões ou arrombamentos de caixas eletrônicos; 439 assaltos ou tentativas; 34 ataques a carro-forte; e 45 saidinhas bancárias. Além de 40 assaltos a correspondentes e 86 a agências dos Correios ou lotéricas. Dentre as ocorrências, foram identificadas seis vítimas fatais.
A pesquisa feita pela Contraf-CUT e confederações dos vigilantes leva em consideração assaltos, saidinhas, explosões de caixas eletrônicos – inclusive os não consumados –, e foi feita com base em notícias na imprensa, dados de secretarias de segurança pública e de sindicatos.
O movimento sindical continuará protestando e cobrando para que as vidas dos trabalhadores e dos clientes do Itaú e dos demais bancos sejam levadas a sério. “Com o aumento dos registros e da venda de armas nos últimos anos no país, não vai demorar muito para que, nestas agências sem aparatos de segurança, as agressões descambem para situações graves. Temos que avançar na questão da segurança e não retroceder”, reforça o diretor do Sindicato.
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