28/01/2022

Dia da Visibilidade Trans: todos pela promoção da igualdade de oportunidades e direitos


Há 18 anos, no dia 29 de janeiro de 2004, foi promovido um ato no Congresso Nacional, em Brasília, pelo Departamento de DST, Aids e Hepatites Virais do Ministério da Saúde com um grupo de mulheres e homens trans e travestis. Era o lançamento da campanha “Travesti e Respeito”. A data se tornou um marco contra a transfobia no Brasil e foi escolhida como o Dia da Visibilidade Trans.

Por mais que continuem invisíveis, diversas pessoas transgênero ocupam lugares de destaque na sociedade brasileira. No trabalho, cumprem suas funções, ocupam espaços na vida pública e na política, com representação nos parlamentos, programas de TV, enfim, é uma realidade que está posta e só não vê quem não quer.

Séries de TV, com atrizes e atores trans no elenco, como Orange is the new black, Sense 8, Psi, Euphoria e Verdades Secretas 2, na qual a atriz Gabrielle Gambine reclamou de transfobia durante as gravações, tratam abertamente de questões envolvendo pessoas transgênero. Além disso, nos últimos dias, a participação da Linn da Quebrada num reality show, tem conquistado grande atenção dos brasileiros para o tema.

Essas iniciativas louváveis confirmam o crescimento do reconhecimento e das contratações. E isso é muito bom! É sinal do quanto se pode avançar nas políticas públicas e que as pessoas trans e travestis podem e precisam ser inseridas no mercado de trabalho, com políticas públicas de capacitação. Mas, também mostra que que elas estão aptas. Basta não discriminar!

Para além das “telas”

É lamentável, no entanto, que a maioria das pessoas transgênero ainda seja “invisibilizada”. Infelizmente, ainda persiste o preconceito e a discriminação. Com exceção de quem tem destaque social, as demais pessoas transgênero têm dificuldade de conseguir emprego. As que conseguem, não ficam no atendimento ao público, não conseguem ascensão na carreira profissional e muitas delas continuam à margem da sociedade, sendo obrigadas a se prostituir para sobreviver. Sem falar dos inúmeros casos de violência a que estas pessoas são submetidas.

Não existem informações oficiais sobre a quantidade e nem como vivem as brasileiras e os brasileiros trans. As informações são levantadas por entidades que trabalham com este público, como a Associação Nacional de Travestis e Transexuais (Antra), que estima que 1,9% da população nacional seja composta por trans.

Com relação à violência, o levantamento aponta que, de 2010 para 2020, o número de assassinatos de pessoas trans aumentou de 99 para 175, um aumento de 76,8%. Os números totais de 2021 ainda não foram computados, mas dados do Boletim 002-2021, da Antra, apontam que foram registrados 89 assassinatos de pessoas trans no primeiro semestre do ano passado.
 

Sindicato e o combate ao preconceito

O presidente do Sindicato dos Bancários de Catanduva e região, Roberto Vicentim, ressalta que as pessoas trans conseguiram ampliar seu espaço de atuação na sociedade, mas estes números nos trazem uma triste realidade que ainda precisa ser superada.

O apoio à diversidade sempre fez parte da história do Sindicato. A luta pela igualdade e pela defesa do direito à vida, à educação e ao trabalho decente podem ser observadas não só na conquista de direitos iguais para casais homoafetivos na Convenção Coletiva de Trabalho (CCT), mas em ações diretas envolvendo a sociedade na construção de um país justo e igualitário.

"O Sindicato, neste dia, reitera seu compromisso de luta pela liberdade democrática e pelos direitos sociais, trabalhistas e previdenciários do conjunto da classe trabalhadora, e contra a onda conservadora que estimula a violência transfóbica e agrava ainda mais as condições de vida dos trabalhadores. Juntos podemos parar a violência e a discriminação contra pessoas LGBT+ e em especial as T,” ressalta o presidente da entidade, Roberto Carlos Vicentim.
Fonte: Contraf-CUT, com edição de Seeb Catanduva

SINDICALIZE-SE

MAIS NOTÍCIAS