21/06/2021

Ruas se movem contra Bolsonaro com revolta reforçada por marca de 500 mil mortos



No dia em que os brasileiros saíram às ruas arriscando-se, porque pior que o vírus é o presidente Jair Bolsonaro (ex-PSL), negacionista, que chama a pandemia do novo coronavírus de ‘gripezinha’ e demorou meses para comprar as vacinas contra a Covid-19, o Brasil ultrapassou a trágica marca de mais de 500 mil pessoas mortas.

Enquanto milhares de pessoas estavam nas ruas pedindo vacina para todos  e todas e o fim da fome – vacina no braço, comida no prato – e gritando ‘fora, Bolsonaro’, às 14h15 de sábado (19), o país registrou 1.401 mortes e 20.483 novos casos da doença, elevando o total de óbitos para 500.022, e o de casos, para 17.822.659, segundo dados das secretarias de Saúde coletados pelo consórcio de imprensa.

Esse número é sete vezes a capacidade da Marques de Sapucai, a passarela do samba carioca, segundo o UOL. É como se as pessoas centenas de municípios brasileiros tivessem morrido, diz o portal, lembrando que apenas 49 dos 5.570 muncipios do país têm mais de 500 mil habitantes.

Para além dos números, são mães, pais, filhos, irmãos, tios, primos, amigos e colegas de trabalho morrendo por falta da vacina e isso foi cobrado do presidente nas ruas do país.

A dor da perda, culpa de Bolsonaro, foi exposta as ruas de Recife no #19JForaBolsonaro por uma mãe que perdeu a filha para a Covid-19. Ela chora a trágica partida da filha, sem despedidas, sem velório, mas está na luta por justiça e pela destituição do responsável. 


Esteve presente também nos cartazes, como esse onde está escrito "parem de nos matar e matar nossos filhos', exibido por uma senhora no Rio de Janeiro.
 

 
E também nas faixas 'fora, Bolsonaro", 'fora, genocida' e 'vacina já' exibidas em todo o país. 



 
Deste o começo da pandemia, o Sindicato dos Bancários de Catanduva e região, assim como diversos veículos de imprensa, organizações sindicais e movimentos sociais, denunciam o descaso de Bolsonaro com as milhares de vidas perdidas para a Covid-19, e luta pela inclusão da categoria, considerada essencial pelo governo, entre os grupos prioritários do Plano Nacional de Imunização, sempre defendendo #VacinaParaTodosJá.

"Neste 19 de junho, a entidade cidadã uniu-se aos trabalhadores de todo o país nas redes sociais para fortalecer a mobilização por condições dignas à todos e por vacinação em massa e, sobretudo, para denunciar o desrespeito do governo com a vida de cada cidadão brasileiro. Bolsonaro, desde o início da pandemia, incentivou e promoveu aglomerações; divulgou mais de 2 mil mentiras sobre a covid-19, entre elas, informações falsas contra o uso de máscaras. Atacou com desinformação, rejeitou e ignorou vacinas. Além de todo o histórico de falas e atitudes concretas como aliado do vírus, o governo federal chegou a entrar na Justiça contra prefeitos e governadores que adotaram medidas de isolamento social para frear o Covid-19. Hoje, são mais de 500 mil mortes. São nomes, rostos, olhares, sorrisos que deixaram saudades e vazios imensos. E, enquanto sobram crimes de responsabilidades, ele segue sabotando o combate à pandemia. É preciso começar desde já a reconstruir a Brasil, um país que seja novamente mais justo e democrático, para que mais vidas não sejam ceifadas por esse política genocida", ressaltou o presidente do Sindicato, Roberto Vicentim.

Brasil é o segundo país com mais mortes

Com cerca de 211 milhões de habitantes, o Brasil é o segundo país a ultrapassar os 500 mil mortos. Está atrás apenas dos Estados Unidos, que têm 328,2 milhões de habitantes e registraram 600 mil mortes em decorrência da Covid-19 em 15 de junho.

A diferença é que lá, 148 milhões de norte-americanos (45% da população) estão imunizados. Já aqui, com o boicote às vacinas promovido pelo governo Bolsonaro, apenas 24 milhões de brasileiros (11% da população) estão imunizados.

O que explica essa tragédia

O que explica a nova escalada da pandemia é ausência de uma política nacional de prevenção, controle e segurança por parte do governo de Jair Bolsonaro.

A avaliação é de especialistas da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz). De acordo com eles, estados e municípios não apresentam conduta baseada em critérios uniformes orientado pela ciência. Além disso, muitos passaram a abandonar o isolamento social e flexibilizar a economia, reabrindo lojas de rua, restaurantes, serviços como salão de cabeleireiros e shoppings.

Diante deste cenário, os especialistas falam em mais de 850 mil mortes até que o país alcance o número de vacinados suficiente para fazer a pandemia recuar.

O descaso no combate à Covid-19, ausência de apoio aos trabalhadores e empreendedores mais vulneráveis à situação de pandemia e a política deliberada de estimular a propagação do vírus em vez de priorizar a vacinação estão entre os principais motivos dos protestos realizados no sábado. Em todo o Brasil e em várias partes do mundo, o “Fora Bolsonaro” foi a frase mais dita.

Sobe média móvel de mortes e novos casos

A média móvel de mortes nos últimos 7 dias ficou acima de 2 mil pelo terceiro dia seguido na última sexta-feira (18). Em comparação à média de 14 dias atrás, a variação foi de +24% e indica tendência de alta nos óbitos decorrentes do vírus.

A média móvel diária de novas contaminações nos últimos 7 dias foi de 71.565  - 15% a mais em relação aos casos registrados em duas semanas, o que indica tendência de alta nos diagnósticos pela primeira vez após mais de 50 dias.

 
Fonte: CUT, com edição de Seeb Catanduva

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