25/06/2020

Senador solicita explicações do BC sobre fechamento de quase 300 agências pelo país



Na quarta-feira (24), o senador Jean Paul Prates (PT-RN) protocolou, no plenário do Senado, o requerimento 1058/20, solicitando informações atuais ao presidente do Banco Central (Bacen), Roberto Campos, sobre o fechamento de quase 300 agências bancárias em diversas localidades do país.

Um levantamento do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), com base em dados do Banco Central, revela que 42% dos municípios do país não possuem nenhuma agência bancária. Em 7% não existe qualquer tipo de atendimento bancário. Os dados mostram que, de janeiro a abril de 2020, foram fechadas 283 agências bancárias no país. Destas 194 foram fechadas após o início da pandemia.

O documento destaca que, em meio a uma grave crise provocada pela pandemia do coronavírus, muitas agências foram fechadas definitivamente e algumas estavam situadas em locais com déficit de postos de serviços bancários, prejudicando a categoria, empresas, prefeituras e a população em geral.

Segundo o secretário de Relações de Trabalho da Contraf-CUT, Jeferson Meira, o Jefão, esse requerimento é de extrema importância neste momento tão atípico pelo qual o país atravessa. “Enquanto o povo brasileiro sofre com os efeitos nefastos do atual governo, sem uma política de saúde que combata o avanço da contaminação pela Covid-19, e com os constantes ataques à classe trabalhadora, os donos paralelos do poder, os banqueiros, mostram que não têm compromisso com o Brasil”, ressaltou Jefão.

Ainda segundo o documento, o fechamento das agências durante a pandemia tem dificultado, para muitas pessoas, o saque do auxílio emergencial de R$ 600. Atualmente, 376 municípios brasileiros não têm qualquer tipo de atendimento bancário (agência, posto de atendimento ou caixa eletrônico), o que obriga seus moradores a terem que se deslocar para outras cidades para receber o auxílio.

“Exigimos segurança e condições dignas de trabalho e saúde aos milhares de bancários e bancárias que estão na linha de frente atendendo a população em meio à pandemia. E os bancos se aproveitando disso para fechar agências de forma definitiva aumentando ainda mais o desemprego e o desespero daqueles que, porventura, tenham que mudar de cidade para trabalhar em outra”, argumenta Jefão.

Situação crítica

O levantamento do Dieese ainda mostra que, em alguns estados, a situação é extremamente crítica, como em Roraima, onde dos 15 municípios, apenas quatro contam com agências bancárias. Em três deles existem apenas bancos públicos. Bancos privados, apenas na capital.

O presidente do Sindicato dos Bancários de Catanduva e Região, Roberto Carlos Vicentim, acrescenta que o serviço bancário é uma concessão pública regulada por lei, e que os banqueiros deveriam prestar contas disso quando retiram postos de trabalho, de serviços e atendimento ao público.

"Os bancos, enquanto concessões públicas, têm obrigação de zelar pelo seu papel social, e não a de permanecer com a sua sanha por lucros estratosféricos às custas da saúde e de todo o esforço dos bancários. Enquanto a categoria sofre sobrecarregada de trabalho e o atendimento é precarizado, as instituições financeiras lucram cada vez mais e se aproveitam do momento de crise para diminuir a oferta de um serviço essencial à população. Exigimos respeito aos trabalhadores e à sociedade", ressalta Vicentim.
Fonte: Contraf-CUT, com edição de Seeb Catanduva

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