30/08/2019

Desigualdade e empobrecimento: as consequências da falta de sindicatos nos EUA


(Montagem: Linton Publio)

 
 
O acadêmico e deputado norte-americano pelo Estado da Califórnia Ro Khana afirmou que o enfraquecimento dos sindicatos e a diminuição dos trabalhadores sindicalizados nos Estados Unidos são os responsáveis pelo aumento da desigualdade e o encolhimento da classe média no país.

“Se você está se perguntando por que os Estados Unidos têm um nível de desigualdade da época da Grande Depressão e a classe média desapareceu, considere que os trabalhadores sindicalizados estão diminuindo há décadas”, escreveu ele no Twitter em julho.

 


 
Grande Depressão é o nome dado a maior crise econômica do século 20, que teve início em 1929, com a quebra da bolsa de valores de Nova York, e persistiu durante toda a década de 1930.

Os EUA enfrentam há quase 40 anos a estagnação da renda da metade mais pobre da sua população. Desde 1980, o valor médio dos rendimentos anuais brutos desse segmento aumentou apenas US$ 200 (R$ 760), para US$ 16,6 mil ao ano. 

Ao mesmo tempo, a renda média anual bruta dos 10% mais ricos dobrou (para US$ 311 mil); e a do 1% no topo triplicou (US$ 1,3 milhão). 

Já a classe média (os 40% no estrato social entre ricos e pobres) apresentou crescimento em sua renda pouco acima de 40%, o que a empobreceu em relação à camada mais rica. Os dados são do Relatório da Desigualdade Global 2018, da equipe do economista francês Thomas Piketty, e os valores são de 2016. Os números foram publicados pela Folha de S. Paulo.

É válido destacar que nos Estados Unidos, os trabalhadores do ramo financeiro simplesmente não contam com sindicatos que os representem. E no país que é considerado o centro mundial do sistema capitalista, esses trabalhadores ganham menos do que a média nacional daquele país.
É preciso fortalecer os sindicatos  

Em outro tweet, de agosto do ano passado, Ro Khana defendeu o fortalecimento dos sindicatos e a expansão das sindicalizações nos Estados Unidos como forma de aumentar o poder dos trabalhadores frente aos patrões.

“Em 1945, 33% dos trabalhadores eram sindicalizados. Hoje apenas 10% são sindicalizados. Se você está se perguntando por que os salários estão diminuindo cada vez mais e os lucros das corporações ‘voando a alta altitude’, basta olhar para o poder de negociação dos trabalhadores. Nós precisamos expandir o poder dos sindicatos”.
 

 
Khana está entre os seis membros da Casa dos Representantes dos EUA (equivalente à Câmara dos Deputados), e entre os dez do Congresso que não aceitam contribuições de campanha de empresas. Suas doações de campanha vêm somente dos eleitores.

 

O deputado e congressista Ro Khana

 
Sindicatos fortes, representativos e combativos estão intimamente ligados à ampliação de direitos e ao aumento da renda dos trabalhadores que representam. Um exemplo que comprova este fato é que os trabalhadores bancários, que contam com sindicatos fortes, tiveram aumento real de 21,84% desde 2004. Se levarmos em conta o aumento de 1% acima da inflação deste ano, esse índice sobe para 23,06%.

Por essa razão é fundamental associar-se ao Sindicato, pois uma entidade forte que consegue conquistar direitos e aumentos reais só pode ser construída com o apoio dos trabalhadores.
Fonte: Seeb SP, com edição de Seeb Catanduva

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