03/01/2019
Aonde está a ética? Cassi contratou sócio de diretor eleito como analista de Saúde

(Charge: Márcio Baraldi)
A Cassi contratou como Analista de Saúde Senior Milton Murakami, por indicação proposta pelo seu sócio, o diretor eleito da caixa de assistência Luiz Satoru. Em um processo no mínimo eticamente questionável, Murakami foi contratado para o cargo mesmo sem experiência em organização de serviços de saúde e, para piorar, residindo em estado diferente do qual realiza suas atividades como analista da Cassi, o que gera para a caixa de assistência recorrentes despesas com suas viagens.
“Mesmo sem experiência na organização de serviços médicos, Murakami foi contratado para atuar em um projeto na Cassi Paraná, reorganizando o atendimento médico na Cinicassi e rede credenciada. A única razão possível que enxergo para que uma pessoa sem experiência em gestão de serviços de saúde, residindo em estado diferente daquele onde realizará suas atividades, é que a vaga em questão estava previamente destinada para ele, o que se torna ainda mais grave pelo fato do contratado ser sócio do diretor que propôs a sua contratação”, relata o membro da Comissão de Empresa dos Funcionários do BB, João Fukunaga.
De acordo com a proposta inicialmente apresentada por Satoru, a contratação de Murakami se daria numa vaga existente na Cassi Brasília, vaga essa que seria transferida para a Cassi São Paulo, onde se daria de fato a contratação.
Entretanto, durante apresentação da proposta de contratação à diretoria da Cassi, Satoru não conseguiu responder os questionamentos sobre o local de residência e a experiência de Murakami para ocupar o cargo. Então, retirou a proposta de pauta e, uma semana depois, apresentou novo documento com a proposta de contratação do seu sócio, dessa vez sem citar a realização de viagens a serviço, reduzindo seu valor no orçamento solicitado e afirmando que a contratação seria destinada para a classificação das Cassi estaduais, não para o projeto do Paraná.
Após a apresentação desse segundo documento, Satoru contratou Murakami, o instalou na Cassi São Paulo e o faz viajar frequentemente para Curitiba e Brasília, utilizando para isso as verbas de viagens da sua diretoria. Portanto, não se trata apenas de contratar o sócio para um trabalho ao qual ele não está apto. Nem mesmo apenas contratá-lo numa cidade diferente daquela onde o projeto está funcionando. Trata-se de alterar o documento que aprovou a contratação para adaptá-la ao sócio e camuflar as despesas com viagens.
É válido lembrar que a Cassi enfrenta uma situação deficitária, decorrente de um problema de gestão causado pela inépcia do patrocinador, Banco do Brasil, e que, portanto, nesse contexto, contratações fraudulentas como a de Milton Murakami tornam-se ainda mais danosa para a entidade, levando a apadrinhamentos na Cassi e aumento de despesas pagas por seus associados.
O presidente do Sindicato dos Bancários de Catanduva e Região, Roberto Carlos Vicentim, destaca que a entidade sempre defendeu a transparência e responsabilidade na Cassi, sobretudo nos processos seletivos.
O dirigente também ressalta que é inaceitável um diretor eleito contratar seu sócio, que mora em São Paulo, para atuar no Paraná, gerando custos para a Cassi, enquanto justifica votos que oneram os associados com o discurso de conter custos e promover a sustentabilidade da caixa de assistência.
"Reivindicamos explicações aos associados sobre a maneira como se deu a contratação de Murakami. O Sindicato, como entidade representativa dos funcionários do BB, da ativa e aposentados, defende que seja realizada uma investigação séria para avaliar a legalidade dessa contratação”, conclui Vicentim.
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