20/11/2018
Raposa no galinheiro: Executivo do banco Santander vai comandar Banco Central

Futuro presidente indica mais executivo de banco para presidir órgão regulador do sistema bancário
(Foto: Divulgação Bacen)
O executivo do Santander Roberto Campos Neto foi indicado pelo presidente eleito Jair Bolsonaro, na quinta-feira (15), para presidir o Banco Central. A nomeação significa que mais uma pessoa com ligações próximas aos bancos comandará o órgão regulador do setor financeiro. Campos Neto é um dos nomes que aparece na investigação do Consórcio Internacional de Jornalistas Investigativos (ICIJ) chamada Bahamas Leaks, uma lista de empresários e banqueiros brasileiros com registros de empresas offshores naquele paraíso fiscal, e divulgada aqui no Brasil pelo jornalista Fernando Rodrigues.
“O comando do Bacen será trocado de 6 por meia dúzia. Sai Ilan Godfajn, um executivo do Itaú, e entra um executivo do Santander. A raposa continuará cuidando do galinheiro. O dono da bola [sistema financeiro] continuará ditando as regras do jogo”, alerta a coordenadora da COE do Santander, Maria Rosani.
São atribuições do Banco Central fiscalizar o funcionamento das instituições financeiras; elaborar políticas de controle da inflação; realizar operações de compra e venda de títulos públicos federais; receber recolhimentos compulsórios e voluntários das instituições financeiras; realizar operações de redesconto e empréstimo às instituições financeiras; regular a execução dos serviços de compensação de cheques e outros papéis; exercer o controle de crédito, dentre outras.
Tramita no Congresso Nacional projeto de lei que prevê autonomia do Banco Central, com mandato fixo para o presidente e diretores da instituição, não coincidente com o do presidente da República (PLP 32/03). Com isso, o presidente do Banco Central não será mais subordinado ao presidente da República.
Diretores do Santander causaram estragos em Porto Rico
O dedo de agentes egressos do Santander na política econômica já causou estragos em Porto Rico. Na ilha caribenha, Carlos Garcia, ex-diretor do Santander, foi um dos principais artífices de uma fórmula de capitalização de juros da dívida pública daquele país, da qual o banco espanhol é um dos maiores beneficiários.
Como consequência, uma dívida que era de US$ 4,3 bilhões saltou para mais de US$ 70 bilhões.
Para enfrentar a situação o governo norte-americano, que controla a ilha, formou uma junta composta também por ex-diretores do Santander que impôs à população uma política de corte nas políticas públicas e sociais, o que agravou ainda mais a situação calamitosa do país, inclusive com fechamento de escolas e hospitais. Tudo isso para pagar juros de uma dívida da qual um dos principais credores é o Santander.
Linhagem liberal
O futuro presidente do Bacen é neto de Roberto Campos, ex-ministro do Planejamento no governo militar do marechal Castelo Branco. Roberto Campos (o avô) ficou conhecido como Bob Fields pela proximidade com os EUA e por ter adotado posições liberais na economia.
Sempre contra o povo
Maria Rosani lembra que, em 2017, o Santander defendeu a aprovação da reforma trabalhista, que exterminou uma série de direitos dos trabalhadores, e tem interesse na reforma da Previdência.
“Após defender publicamente a nova lei trabalhista, o banco espanhol foi a primeira instituição financeira a colocar em prática as mudanças nocivas aos trabalhadores, mudando o regime de férias e de cumprimento de horas extras, além de mudanças drásticas que encareceram demais o plano de saúde. E agora defende a reforma da Previdência que, se for aprovada, resultará no aumento do lucro da instituição financeira por meio da venda de planos de previdência privada.”
“O comando do Bacen será trocado de 6 por meia dúzia. Sai Ilan Godfajn, um executivo do Itaú, e entra um executivo do Santander. A raposa continuará cuidando do galinheiro. O dono da bola [sistema financeiro] continuará ditando as regras do jogo”, alerta a coordenadora da COE do Santander, Maria Rosani.
São atribuições do Banco Central fiscalizar o funcionamento das instituições financeiras; elaborar políticas de controle da inflação; realizar operações de compra e venda de títulos públicos federais; receber recolhimentos compulsórios e voluntários das instituições financeiras; realizar operações de redesconto e empréstimo às instituições financeiras; regular a execução dos serviços de compensação de cheques e outros papéis; exercer o controle de crédito, dentre outras.
Tramita no Congresso Nacional projeto de lei que prevê autonomia do Banco Central, com mandato fixo para o presidente e diretores da instituição, não coincidente com o do presidente da República (PLP 32/03). Com isso, o presidente do Banco Central não será mais subordinado ao presidente da República.
Diretores do Santander causaram estragos em Porto Rico
O dedo de agentes egressos do Santander na política econômica já causou estragos em Porto Rico. Na ilha caribenha, Carlos Garcia, ex-diretor do Santander, foi um dos principais artífices de uma fórmula de capitalização de juros da dívida pública daquele país, da qual o banco espanhol é um dos maiores beneficiários.
Como consequência, uma dívida que era de US$ 4,3 bilhões saltou para mais de US$ 70 bilhões.
Para enfrentar a situação o governo norte-americano, que controla a ilha, formou uma junta composta também por ex-diretores do Santander que impôs à população uma política de corte nas políticas públicas e sociais, o que agravou ainda mais a situação calamitosa do país, inclusive com fechamento de escolas e hospitais. Tudo isso para pagar juros de uma dívida da qual um dos principais credores é o Santander.
Linhagem liberal
O futuro presidente do Bacen é neto de Roberto Campos, ex-ministro do Planejamento no governo militar do marechal Castelo Branco. Roberto Campos (o avô) ficou conhecido como Bob Fields pela proximidade com os EUA e por ter adotado posições liberais na economia.
Sempre contra o povo
Maria Rosani lembra que, em 2017, o Santander defendeu a aprovação da reforma trabalhista, que exterminou uma série de direitos dos trabalhadores, e tem interesse na reforma da Previdência.
“Após defender publicamente a nova lei trabalhista, o banco espanhol foi a primeira instituição financeira a colocar em prática as mudanças nocivas aos trabalhadores, mudando o regime de férias e de cumprimento de horas extras, além de mudanças drásticas que encareceram demais o plano de saúde. E agora defende a reforma da Previdência que, se for aprovada, resultará no aumento do lucro da instituição financeira por meio da venda de planos de previdência privada.”
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