16/07/2018
Sindicato se reúne com Superintendência para debater condições de trabalho nas agências

Aparecido Augusto Marcelo e Luiz Eduardo Campolungo, diretores do Sindicato dos Bancários de Catanduva
e Região, em reunião com a Suprerintendência Regional do Santander e Sindicato dos Bancários de Araraquara
(Foto: Seeb Catanduva)
Os diretores do Sindicato dos Bancários de Catanduva e Região Aparecido Augusto Marcelo e Luiz Eduardo Campolungo estiveram, na última sexta-feira (13), reunidos com a Superintendência Regional do Santander, em Araraquara, para debater demandas específicas dos trabalhadores e cobrar da direção do banco solução imediata para questões referentes à segurança bancária, condições de trabalho e combate ao assédio moral.
Representando o banco, estiveram presentes a Superintendente Regional Cintia Luiz Oliveira Diniz, e a Gerente Regional de Atendimento Lais Ferreira da Silva. Participaram, ainda, o presidente do Sindicato dos Bancários de Araraquara Paulo Roberto Redondo e Viviane Helena da Costa, secretária de imprensa e comunicação da entidade.
Segundo denúncias ao Sindicato, a compensação de horas extras no Santander vem sendo realizada de forma totalmente irregular em agências da região, com graves prejuízos para os funcionários.
A remuneração, que deveria ocorrer de forma integral, vem sendo promovida parcialmente, e o restante da compensação, através de “folgas”. Apesar de haver uma previsão no Acordo Coletivo, a lei não está sendo cumprida na prática.
Para os dirigentes, o problema denuncia a falta de funcionários nas agências, e a quantidade de horas extras que os bancários estão fazendo demonstra que o banco espanhol precisa contratar urgentemente.
“O Santander prega um discurso de que essas horas devem ser compensadas a partir de um acordo entre o gestor e o bancário, que precisa ser bom também para o trabalhador. Entretanto, o funcionário, ao chegar a agência, é ordenado a voltar para a casa e tirar “folga” no mesmo dia. Ou lhe é imposto pelo gestor que aumente seu intervalo de almoço para permanecer mais tempo nas agências. Isso é inaceitável”, denunciam.
De acordo com a lei, o bancário que foi solicitado para trabalho extra no fim do dia e que tenha cumprido o tempo que lhe dá direito ao pagamento extra, teria que receber o acréscimo integral sobre a hora trabalhada e ser antecipadamente avisado sobre sua folga, dando a ele a possibilidade de desfrutá-la adequadamente. Mais uma vez, a instituição repete o que já está virando rotina: não cumpre seu discurso na prática.
Outra irregularidade apurada pelo Sindicato refere-se à restrição do período de férias dos funcionários. O banco tem se negado a permitir que os trabalhadores gozem dos 30 dias corridos. O dirigente lembra que o parcelamento de férias deve ser opcional e que casos de imposição por parte dos gestores devem ser imediatamente denunciados.
Outro problema verificado diz respeito à segurança. Algumas agências da região contam apenas com dois vigilantes. Devido ao número limitado, os vigias ficam impossibilitados de cumprir o período destinado ao almoço em horários adequados. O Sindicato também solicitou ao banco apoio para cobrar das empresas responsáveis pela vigilância que cumpram com os direitos trabalhistas, pois muitas delas se negam a pagar os cursos de reciclagem (solicitados a serem realizados nos finais de semana) e a repassar a contribuição ao INSS.
O Sindicato também tem recebido diversas denúncias de assédio moral. O combate à prática é uma das principais bandeiras de luta da entidade. Diante disso, os diretores reivindicaram que o Santander oriente todos os seus gestores para que não assediem seus subordinados, seja por meio de perseguição, coação e constrangimento, imposição de metas abusivas e excesso de cobranças até mesmo além do expediente (via WhatsApp), práticas tão características da gestão do banco espanhol.
Os dirigentes explicam que grande parte desses problemas se deve à falta de funcionários. “Não respeitar o limite mínimo de trabalhadores é um dos principais fatores responsáveis por dificultar o atendimento aos clientes, aumentar a sobrecarga de trabalho, elevando assim o número de casos de adoecimento da categoria em consequência do assédio. Reivindicamos que o banco respeite seus funcionários e lhes assegure as devidas condições de trabalho, bem como o atendimento de qualidade merecido pelos clientes”, defendem.
O banco se comprometeu a averiguar as questões.
Denuncie - As principais armas contra o assédio moral são a união e a denúncia. Se você é vítima, procure ajuda do Sindicato e dos colegas e denuncie. Se é testemunha, seja solidário. São os laços afetivos e a troca de informações que permitem a resistência, porque o medo só reforça o poder do agressor. A denúncia deve ser feita via site do Sindicato, no canal Denuncie. O sigilo é garantido.
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