Economistas destacam os desafios da política monetária no país: juros, inflação e crédito
Presidente do Banco Central, Ilan Goldfajn, e o ex-ministro da Fazenda Henrique Meirelles. O capital no comando
(Foto: Fabio R. Pozzebom/ABR)
Como reduzir a taxa de juros (Selic) sem perder o controle da inflação? Como a política monetária pode contribuir para o crescimento econômico? Como reduzir os juros finais cobrados de consumidores e empresários? Os economistas Guilherme Mello e André Biancarelli, professores da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) propõem um debate dessas questões no mais recente artigo da série "Brasil de Amanhã".
Neste artigo, os professores da Unicamp questionam os preceitos que passaram a conduzir a economia do país desde meados dos anos 1990. Mesmo com a chegada do governo Lula ao poder, a cartilha macroeconômica passou por alguns arranjos pontuais, mas jamais conseguiu propor uma ruptura com o modelo neoliberal subordinado à financeirização, que hoje comanda as economias do mundo.
Baseada num tripé composto por metas de inflação, de superávit primário (assegurar sobras das receitas da União para pagar juros aos bancos que se beneficiam da política de juros altos) e política de câmbio "flutuante" (em que em vez de fixar a relação real/dólar a modalidade permite que os humores do mercado conduzam a taxa de valorização da moeda americana, dentro de uma faixa de "tolerância", que uma vez rompida obriga o Banco Central a intervir para forçar a valorização ou desvalorização do real.
Por ter grande dependência de financiamento interno e externo, somente a partir do segundo mandato de Luiz Inácio Lula da Silva e no primeiro de Dilma Rousseff (2007-2014), o governo brasileiro empreendeu uma gestão combinando medidas microeconômicas chamadas de anticíclicas (por se contrapor ao ciclo de crise ocasionado pela crise bancária mundial de 2008.
Após o golpe de 2016, no entanto, o gerenciamento rigorosamente neoliberal das contas retrocedeu aos patamares de 1999. Mesmo num cenário em que a inflação anual esteja abaixo da meta (o chamado centro da meta é de 4,5% e a inflação anual está abaixo de 3%), a economia do país não aponta para uma retomada que leve à criação de empregos e, por consequência, a um aquecimento do mercado interno. Por que? Por que a taxa básica de juros (6,5%continua, em termos reais (cerca de quatro pontos percentuais acima da inflação), uma das mais altas do mundo? Qual o impacto dessa política de juros na concessão de crédito ao setor produtivo e ao mercado consumidos?
São estas algumas das questões abordadas no recente artigo do projeto "Brasil de Amanhã". A íntegra do trabalho está no link a seguir:
Acompanhe aqui a série completa
A coleção traz ainda outros 10 capítulos com objetivo de formular projetos para um Brasil com democracia, crescimento, distribuição de renda e promoção do trabalho decente.
:: Democratizar a comunicação (Rui Falcão)
:: Crescimento e inclusão social no Brasil (Ricardo Carneiro)
:: Para que bancos públicos federais de varejo? (Jorge Mattoso)
:: A crise do BNDES: como evitar sua desmontagem (Ernani Teixeira Torres Filho)
:: Desafios para enfrentar a agenda de redução do custo do trabalho no Brasil (Clemente Ganz Lúcio)
:: Sem indústria dinâmica e inovadora não há desenvolvimento social (Fernando Sarti)
:: Política fiscal para o desenvolvimento inclusivo (Esther Dweck e Pedro Rossi)
:: A política de gás no Brasil: trajetória recente e desafios atuais (Rodrigo Pimentel Ferreira Leão e William Nozaki)
:: Mudanças no setor de Petróleo: Novo Papel da Petrobras (José Sérgio Gabrielli)
:: Os novos desafios da Previdência Social (Carlos Gabas)
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