24/04/2018

Bancos eliminaram mais de 2.200 empregos somente no primeiro trimestre deste ano, revela Caged

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Mesmo tendo apresentando recorde de lucro em 2017, os bancos brasileiros seguiram promovendo demissões de trabalhadores no primeiro trimestre de 2018. Foram eliminados 2.226 postos de trabalho no período. Apenas em março, as instituições fecharam 1.836 vagas. Os números são do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), compilados pelo Ministério do Trabalho. 

De janeiro a março, somente a Caixa – maior banco totalmente público do país – foi responsável por fechar 1.268 postos de trabalho, sendo 1.255 apenas em março. 
 
Apenas em 2017, os cinco maiores bancos que atuam no país (Itaú, Bradesco, Caixa Econômica Federal, Banco do Brasil e Santander) lucraram R$ 77,342 bilhões (33,5% a mais em relação a 2016). Somente com a receita total de prestação de serviços e tarifas cobradas dos clientes, esses bancos obtiveram R$ 126,423 bilhões (10,1% a mais em relação a 2016). O valor cobre toda a folha salarial dessas empresas e ainda sobram R$ 28 bilhões. 

Essas mesmas instituições financeiras eliminaram 14 mil postos de trabalho somente em 2017. Levando em conta todo o setor bancário, o número de vagas extintas no ano passado chegou a 17,9 mil.
 
"Os bancos, ano após ano, persistem em manter uma política que visa apenas o lucro, sem nenhum preocupação com seus trabalhadores. Além de inúmeras demissões, promovem também o adoecimento da categoria por meio do assédio moral, sobrecarga de trabalho, acúmulo de funções e cobrança de metas abusivas sobre os bancários que permanecem nas agências. Há ainda a precarização do atendimento em decorrência do quadro de funcionários, levando ao aumento de reclamações de clientes no Banco Central", critica o presidente do Sindicato dos Bancários de Catanduva e Região.

Somente em 2013 (ano com as estatísticas mais recentes), mais de 18 mil bancários (18.671) foram afastados, de acordo com dados do INSS, em todo o país. Do total de auxílios-doença concedidos pelo INSS, 52,7% tiveram como causas principais os transtornos mentais e as doenças do sistema nervoso. Isso significa dizer que, de cada dez bancários doentes, cinco são por depressão.

Salários mais baixos

Os bancos não lucram apenas com o fechamento de postos de trabalho. A alta rotatividade com redução salarial é outra forma utilizada para aumentar os ganhos. De janeiro a março, os bancários admitidos recebiam, em média, R$ 4.054, enquanto os desligados tinham remuneração média de R$ 6.615. Ou seja, os admitidos entram ganhando 61% do que os que saem.

Discriminação de gênero

A discriminação de gênero segue elevada no setor bancário. As mulheres foram contratadas ganhando em média R$ 3.445, equivalente a 74% do salário médio dos homens que começaram recebendo R$ 4.630. As bancárias demitidas recebiam, em média, R$ 5.718,equivalente a 77% do salário médio dos homens desligados que ganhavam R$ 7.467.

A diferença salarial entre homens e mulheres torna-se ainda mais injusta se comparado o nível de escolaridade. Entre as bancárias, 82,5% têm curso superior, enquanto que 76,9% dos bancários têm diploma universitário, de acordo com o II Censo da Diversidade, realizado em 2014. Os dados comprovam que a teoria da meritocracia, tão defendida pelos bancos, torna-se um discurso vazio.

Brasil

O mercado formal de trabalho criou 56.151 vagas em março (aumento de 0,15% no estoque). Os regimes de contrato de trabalho intermitente ou parcial foram responsáveis por 6.400 desses postos. E quem é contratado continua ganhando menos do que o demitido, segundo o Caged.

No intervalo de praticamente dois anos, o Brasil sob o comando do presidente Michel Temer perdeu aproximadamente 1,4 milhão de postos de trabalho formais, de acordo com os números do IBGE. E "ganhou" 1,7 milhão de desempregados.
Fonte: Seeb SP, com edição do Seeb Catanduva

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