17/04/2018
Federação de planos privados de saúde articulam com governo o fim do SUS
Garantido pela Constituição Federal de 1988, o Sistema Único de Saúde (SUS) vive sob ameaça constante desde sua concepção devido ao subfinanciamento, seja por parte de governos, ou pelas operadoras de planos de saúde privados, que não repassam as verbas referentes a gastos médicos de usuários que não foram atendidos e tiveram de recorrer ao sistema público.
Desde que o governo Temer tomou o poder, os ataques ao que é considerado o maior sistema de saúde público do mundo se intensificaram. O mais recente projeto de ataque ocorreu na semana passada, quando a Federação Brasileira de Planos de Saúde (Febraplan) defendeu que até 2038, apenas 50% da população tenha acesso ao SUS, e o sistema seja privatizado.
Ainda de acordo com a federação, a outra parcela de usuários seria obrigada a contratar um plano privado ou pagar exames e consultas particulares caso precise de atendimento médico. Durante o seminário foi apresentada a proposta de desconstrução do SUS por meio de sua capacidade de financiamento.
Segundo o deputado federal Esperidião Amin (PP-SC), a justificativa está no fato do SUS ser “um projeto comunista cristão”. De acordo com Arthur Chioro, ex-ministro da Saúde e professor de Medicina na Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), a proposta é uma sandice.
“O SUS é um modelo de forte inspiração no modelo do Reino Unido e do Canadá. Comparar com modelo cristão comunista é, no mínimo, uma imbecilidade”, afirma.
Subfinanciamento
Chioro ressalta que os planos de saúde privados atualmente já transferem para o SUS a maioria dos procedimentos de alta complexidade, como transplantes de órgãos, hemodiálise, medicamentos de alto custo, quimioterapia.
O ex-ministro forneceu um dado que revela o total subfinanciamento do sistema. “O empresário de ônibus em São Paulo cobra R$ 4 por viagem. O SUS, para garantir da vacina ao transplante, passando pela internação, gastou, no ano passado, apenas R$ 3,20 por habitante brasileiro por dia.”
Se os gastos já são insuficientes, a situação deverá se agravar graças ao garrote fiscal nos investimentos públicos representado pela Emenda Constitucional 95, que congelou gastos em saúde por 20 anos. Até o ano de 2037, o gasto primário do governo federal fica limitado por um teto definido pelo total gasto do ano anterior reajustados pela inflação acumulada, medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA).
Calote das operadoras de planos privados
No ano passado, os planos de saúde repassaram apenas 41% do valor gasto com procedimentos médicos (R$ 458,81 milhões). Foram identificados 852 mil atendimentos de usuários de planos privados no SUS. Desde 2000, quando foi criada a Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS), responsável pela cobrança e repasse ao SUS, foram cobrados R$ 7,5 bilhões dos planos e transferido R$ 1,9 bilhão ao SUS, equivalente a 25,3% da dívida.
Roberto Carlos Vicentim, presidente do Sindicato dos Bancários de Catanduva e Região, afirma que o governo atual e empresários têm interesse em acabar com SUS a fim de empurrar os brasileiros para os planos de saúde privados.
“Mesmo com os problemas enfrentados nas unidades de atendimento, o Sistema Único de Saúde é uma das principais conquistas do povo brasileiro. É fundamental estarmos atentos contra este e outros golpes que o setor empresarial pretende aplicar contra o Brasil, se aproveitando de um governo ilegítimo e frágil para se apropriar de recursos públicos. Não podemos aceitar que o acesso gratuito à saúde, direito tão importante, seja retirado da população. Precisamos nos unir na luta pela defesa do SUS", conclama Vicentim.
Desde que o governo Temer tomou o poder, os ataques ao que é considerado o maior sistema de saúde público do mundo se intensificaram. O mais recente projeto de ataque ocorreu na semana passada, quando a Federação Brasileira de Planos de Saúde (Febraplan) defendeu que até 2038, apenas 50% da população tenha acesso ao SUS, e o sistema seja privatizado.
Ainda de acordo com a federação, a outra parcela de usuários seria obrigada a contratar um plano privado ou pagar exames e consultas particulares caso precise de atendimento médico. Durante o seminário foi apresentada a proposta de desconstrução do SUS por meio de sua capacidade de financiamento.
Segundo o deputado federal Esperidião Amin (PP-SC), a justificativa está no fato do SUS ser “um projeto comunista cristão”. De acordo com Arthur Chioro, ex-ministro da Saúde e professor de Medicina na Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), a proposta é uma sandice.
“O SUS é um modelo de forte inspiração no modelo do Reino Unido e do Canadá. Comparar com modelo cristão comunista é, no mínimo, uma imbecilidade”, afirma.
Subfinanciamento
Chioro ressalta que os planos de saúde privados atualmente já transferem para o SUS a maioria dos procedimentos de alta complexidade, como transplantes de órgãos, hemodiálise, medicamentos de alto custo, quimioterapia.
O ex-ministro forneceu um dado que revela o total subfinanciamento do sistema. “O empresário de ônibus em São Paulo cobra R$ 4 por viagem. O SUS, para garantir da vacina ao transplante, passando pela internação, gastou, no ano passado, apenas R$ 3,20 por habitante brasileiro por dia.”
Se os gastos já são insuficientes, a situação deverá se agravar graças ao garrote fiscal nos investimentos públicos representado pela Emenda Constitucional 95, que congelou gastos em saúde por 20 anos. Até o ano de 2037, o gasto primário do governo federal fica limitado por um teto definido pelo total gasto do ano anterior reajustados pela inflação acumulada, medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA).
Calote das operadoras de planos privados
No ano passado, os planos de saúde repassaram apenas 41% do valor gasto com procedimentos médicos (R$ 458,81 milhões). Foram identificados 852 mil atendimentos de usuários de planos privados no SUS. Desde 2000, quando foi criada a Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS), responsável pela cobrança e repasse ao SUS, foram cobrados R$ 7,5 bilhões dos planos e transferido R$ 1,9 bilhão ao SUS, equivalente a 25,3% da dívida.
Roberto Carlos Vicentim, presidente do Sindicato dos Bancários de Catanduva e Região, afirma que o governo atual e empresários têm interesse em acabar com SUS a fim de empurrar os brasileiros para os planos de saúde privados.
“Mesmo com os problemas enfrentados nas unidades de atendimento, o Sistema Único de Saúde é uma das principais conquistas do povo brasileiro. É fundamental estarmos atentos contra este e outros golpes que o setor empresarial pretende aplicar contra o Brasil, se aproveitando de um governo ilegítimo e frágil para se apropriar de recursos públicos. Não podemos aceitar que o acesso gratuito à saúde, direito tão importante, seja retirado da população. Precisamos nos unir na luta pela defesa do SUS", conclama Vicentim.
SINDICALIZE-SE
MAIS NOTÍCIAS
- Audiência na Câmara debate situação do plano de saúde dos aposentados do Itaú
- COE Bradesco avança em negociação de dois acordos inéditos com o banco
- Veja ao vivo a abertura dos congressos de trabalhadores de bancos públicos
- Como 0,1% dos super-ricos do Brasil acumulou mais renda que 80 milhões de pessoas
- Chegaram os Canais do Sindicato no WhatsApp! Siga-nos agora!
- Sindicato denuncia fechamento da agência do Bradesco em Pindorama
- Itaú apresenta avanços em resposta às reivindicações do GT Saúde
- BB lança protocolo de apoio a bancárias vítimas de violência doméstica
- Encontro Nacional dos Funcionários do Santander debaterá cenário econômico, perspectivas do sistema financeiro e plano de luta da categoria
- Delegados aprovam Plano de Lutas na 27ª Conferência Estadual da FETEC-CUT/SP
- CEE cobra e Caixa garante que reestruturação não trará perdas financeiras
- Impactos da digitalização no mercado financeiro foi tema de encontro da UNI América Finanças
- Negociações sobre custeio do plano associados da Cassi avançam, mas ainda sem acordo
- 27ª Conferência Estadual da FETEC-CUT/SP reafirma defesa da soberania e dos empregos frente à IA
- Recorte da Consulta Nacional revela falta de comprometimento dos bancos com igualdade de oportunidades