Pressionada, Caixa Federal ignora acordo firmado no MPT e desrespeita empregados
A direção da Caixa pensa que pode fazer “gato-sapato” e continua descumprindo o acordo firmado em audiência de mediação realizada em 26 de abril, na Procuradoria Regional do Trabalho da 10ª região, em Brasília.
Na audiência, os representantes da Caixa se comprometeram em disponibilizar, com cinco dias de antecedência, listagem das agências que abrirão aos sábados e a relação de escala de folga dos empregados isentos do registro de jornada. Se comprometeu, mas não cumpriu.
A APCEF/SP bem como os sindicatos encaminharam ofícios à todas as Superintendências Regionais (SR) do Estado de São Paulo, nos meses em que ocorreram os ‘convites’ para o trabalho extraordinário aos sábados. Apenas uma SR respondeu à Apcef, e de forma incompleta.
Por que a Caixa não responde e não cumpre seus compromissos firmados com o Ministério Público do Trabalho, com os seus empregados e com as entidades representativas? A direção da Caixa acha que pode fazer o que quer e bem entende.
Horas extras – na mesma audiência de mediação, no Ministério Público do Trabalho, a Caixa reconheceu que estava pagando 50% do adicional das horas extras do trabalho aos sábados e se comprometeu a pagar com adicional de 100%, sem compensação.
Há denúncias de que o banco não está cumprindo com este acordo e que as diferenças nos pagamentos estão pendentes desde maio. Também há denúncias de que os empregados não receberam o vale-transporte para os trabalhos extraordinários.
Ação – Representantes dos trabalhadores entraram com ação em defesa e manutenção da jornada de trabalho de seis horas, que é conquista coletiva dos bancários. Alguns empregados entenderam que individualmente estavam sendo beneficiados com as horas extras e chegaram a criticar a ação da entidade.
“Entendemos que o direito coletivo deve ser sempre defendido e deve prevalecer ao direito individual”, afirma o diretor da APCEF/SP Leonardo dos Santos Quadros.
Situação dos empregados só piora – o extraordinário na Caixa é interminável. Desde o início do ano os empregados emendam finais de semana de trabalho. Uma hora é atendimento da população para o saque do FGTS inativo, outra hora é Feirão da Casa Própria, fora a jornada extra no dia a dia das agências.
Não há respeito com a jornada, nem com os outros compromissos dos empregados, com sua saúde e qualidade de vida, que já sentem o peso dos ‘convites’ feitos pelo banco.
“A Caixa vai acrescentando datas de trabalho no calendário e suprimindo o tempo de descanso e qualidade de vida dos trabalhadores”, aponta a diretora da APCEF/SP Ivanilde de Miranda.
O diretor do Sindicato dos Bancários de Catanduva e Região e da Apcef-SP Antonio Júlio Gonçalves Neto, o Tony, ressalta que falta de empregados no dia-a-dia das agências já causa grande transtorno, demandas abusivas e péssimas condições de trabalho. Em ações específicas, como a abertura das agências aos sábados para a liberação do FGTS, o caos é multiplicado. “Há registros de filas imensas e demora no atendimento, reflexos da política deste governo de desmantelamento da Caixa, que geram alto grau de estresse nos empregados e também na população”.
Tony ainda destaca a instansigência da direção do banco em relação ao descomissionamento arbitrário, como o ocorrido com as bancárias em licença-maternidade, conforme previsto na nova versão do RH 184, e o pagamento da Participação nos Lucros e Resultados (PLR). Para o dirigente, a recusa da empresa em rever os valores da PLR fazendo uma nova distribuição com base no lucro recorrente é uma prova de que a instituição não adota, já há algum tempo, uma política de valorização dos funcionários.
Denúncias - caso você esteja enfrentando qualquer problema com o descumprimento da Caixa aos acordos firmados com o Ministério do Trabalho, entre em contato com o Sindicato através da página Denuncie.
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