06/03/2017

Caixa confirma redução do quadro de pessoal e propósito de extinguir funções gratificadas

A direção da Caixa Econômica Federal encaminhou na última semana uma correspondência confidencial aos gestores (CE Depes/Surbe 024/2017), na qual anuncia oficialmente o propósito de, por meio do Programa de Desligamento Voluntário Extraordinário (PDVE), reduzir o quadro de pessoal e extinguir funções gratificadas. O recado é claro: não haverá reposição das vagas deixadas pelos empregados que aderirem ao PDVE e deixarem o banco.

A meta da direção da Caixa era de desligar 10 mil trabalhadores. Segundo a Comissão Executiva dos Empregados (CEE/Caixa), foram 4.645 adesões ao plano de demissão. Não se trata, no entanto, do total de trabalhadores que sairão da Caixa até 31 de março, data-limite para desligamento, já que poderão ocorrer desistências pelos próprios empregados e recusa pelo banco.

“O desenho que está sendo pensado para a Caixa é semelhante ao modelo proposto para os bancos que foram enfraquecidos e privatizados nos anos 90, durante o governo de Fernando Henrique Cardoso. As demissões desenfreadas, tidas como voluntárias, serão aceleradas. O sonho de uma Caixa sintonizada com os desafios do Brasil ficará cada vez mais distante. O banco é um dos poucos instrumentos de política social, mas esse perfil será riscado do mapa caso esse processo obtenha êxito”, denuncia Jair Pedro Ferreira, presidente da Fenae.

Fabiana Matheus, diretora de Administração e Finanças da Federação, afirma que todos perdem, pois a redução dos postos de trabalho agrava as já precárias condições de trabalho e compromete a qualidade no atendimento à população. “A Caixa já não contrata ninguém há dois anos, embora tenha realizado Planos de Apoio à Aposentadoria e, agora, um PDVE com a intenção de desligar 10 mil trabalhadores. É fundamental que as contratações sejam retomadas. Há mais de 30 mil aprovados em concurso aguardando convocação”, acrescenta.

Para o diretor do Sindicato dos Bancários de Catanduva e Região, Antônio Júlio Gonçalves Neto, o Tony, esse é o momento em que mais se faz necessário um banco público para que se possa gerar investimentos, emprego e renda para a população, visto que a Caixa é a maior financiadora de habitação, de empréstimos populares e de implementação de políticas públicas de desenvolvimento do país. “A falta de transparência da Caixa e do Governo Federal e essa redução no quadro de empregados é um desrespeito com os trabalhadores, prejudica principalmente a população e é um claro ataque ao papel social do banco público", critica o dirigente.

Fonte: Fenae, com edição do Seeb Catanduva

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