15/02/2017
Banco Mundial: 3,6 milhões de brasileiros podem voltar à pobreza até o fim do ano

A crise econômica poderá levar até 3,6 milhões de brasileiros para abaixo da linha de pobreza até o fim do ano. A estimativa é do Banco Mundial, que divulgou, na segunda-feira 13, um estudo referente ao impacto da recessão sobre o nível de renda do brasileiro.
A projeção leva em conta uma retração de 1% na economia no segundo semestre de 2016 e no primeiro semestre deste ano. Em um cenário mais otimista, com crescimento de 0,5% neste período, o total de pobres seria de 2,5 milhões.
O estudo considerou como pessoas abaixo da linha da pobreza aquelas que vivem com menos de R$ 140 mensais. De acordo com o Banco Mundial, a maior parte dos “novos pobres” será de áreas urbanas, uma vez que as taxas de vulnerabilidade já são altas nas regiões rurais.
Para o economista Eduardo Fagnani, professor do Instituto de Economia da Unicamp, o “ajuste fiscal” promovido pelo governo Temer é ineficaz para a retomada do crescimento econômico e o combate à pobreza. “Você combate pobreza com crescimento econômico, com geração de empregos e valorização do salário mínimo”, defende.
“Não é isso que está acontecendo. O único projeto desses interlocutores da riqueza é colocar a inflação no centro da meta a qualquer custo. A economia de um país não é como o orçamento de uma casa, onde você não gasta mais do que arrecada. Você gasta mais hoje, a economia se recupera, e você arrecada depois com impostos”, explica o economista.
Segundo Fagnani, o governo Temer segue uma receita de austeridade semelhante à que quebrou países europeus como, por exemplo, a Grécia. “São vistos como problemas os investimentos sociais, com saúde, educação, a previdência.”
“Alternativas existem. O problema central do país chama-se taxa de juros. São necessárias medidas anticíclicas para retomar o crescimento econômico. Vários economistas apontam para esse caminho. Porém, eles não são os queridinhos do mercado”, conclui.
Bolsa Família
De acordo com o estudo do Banco Mundial, para combater a pobreza extrema seria necessário aumentar já em 2017 o orçamento do Bolsa Família para R$ 30,4 bilhões. A instituição recomenda que os recursos destinados ao programa cresçam acima da inflação. No cenário mais otimista, o Bolsa Família teria de ser reajustado 4,73% acima da inflação. No mais pessimista, 6,9%.
Apesar de não considerar no estudo os efeitos da aprovação da PEC 241, que congelou investimentos públicos por 20 anos, o Banco Mundial avalia que a ampliação do Bolsa Família não comprometeria o ajuste fiscal.
“O ajuste fiscal que vem sendo implementado no Brasil pode ser alcançado praticamente sem onerar ou onerando muito pouco a população pobre (...) A despeito das limitações no espaço fiscal a médio prazo, existe uma grande margem para ampliar o orçamento para os elementos mais progressivos da política social, remanejando verbas de programas de benefícios e melhorando a eficiência do gasto público”, destaca o Banco Mundial.
A projeção leva em conta uma retração de 1% na economia no segundo semestre de 2016 e no primeiro semestre deste ano. Em um cenário mais otimista, com crescimento de 0,5% neste período, o total de pobres seria de 2,5 milhões.
O estudo considerou como pessoas abaixo da linha da pobreza aquelas que vivem com menos de R$ 140 mensais. De acordo com o Banco Mundial, a maior parte dos “novos pobres” será de áreas urbanas, uma vez que as taxas de vulnerabilidade já são altas nas regiões rurais.
Para o economista Eduardo Fagnani, professor do Instituto de Economia da Unicamp, o “ajuste fiscal” promovido pelo governo Temer é ineficaz para a retomada do crescimento econômico e o combate à pobreza. “Você combate pobreza com crescimento econômico, com geração de empregos e valorização do salário mínimo”, defende.
“Não é isso que está acontecendo. O único projeto desses interlocutores da riqueza é colocar a inflação no centro da meta a qualquer custo. A economia de um país não é como o orçamento de uma casa, onde você não gasta mais do que arrecada. Você gasta mais hoje, a economia se recupera, e você arrecada depois com impostos”, explica o economista.
Segundo Fagnani, o governo Temer segue uma receita de austeridade semelhante à que quebrou países europeus como, por exemplo, a Grécia. “São vistos como problemas os investimentos sociais, com saúde, educação, a previdência.”
“Alternativas existem. O problema central do país chama-se taxa de juros. São necessárias medidas anticíclicas para retomar o crescimento econômico. Vários economistas apontam para esse caminho. Porém, eles não são os queridinhos do mercado”, conclui.
Bolsa Família
De acordo com o estudo do Banco Mundial, para combater a pobreza extrema seria necessário aumentar já em 2017 o orçamento do Bolsa Família para R$ 30,4 bilhões. A instituição recomenda que os recursos destinados ao programa cresçam acima da inflação. No cenário mais otimista, o Bolsa Família teria de ser reajustado 4,73% acima da inflação. No mais pessimista, 6,9%.
Apesar de não considerar no estudo os efeitos da aprovação da PEC 241, que congelou investimentos públicos por 20 anos, o Banco Mundial avalia que a ampliação do Bolsa Família não comprometeria o ajuste fiscal.
“O ajuste fiscal que vem sendo implementado no Brasil pode ser alcançado praticamente sem onerar ou onerando muito pouco a população pobre (...) A despeito das limitações no espaço fiscal a médio prazo, existe uma grande margem para ampliar o orçamento para os elementos mais progressivos da política social, remanejando verbas de programas de benefícios e melhorando a eficiência do gasto público”, destaca o Banco Mundial.
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