06/02/2017

BB quer impor aumento de contribuição e funcionário arcar com déficit do Economus

Os integrantes do Economus, responsável pelo fundo de pensão e pelo plano de saúde dos funcionários da antiga Nossa Caixa (incorporada pelo Banco do Brasil), têm de estar atentos e mobilizados para evitar que arquem com a maior parte do déficit de R$ 511 milhões no Plano C.

Em reunião realizada na quinta-feira 2, convocada pela diretoria do Economus, a Contraf-CUT, representantes de entidades de aposentados e de associações de funcionários foram novamente informados sobre a situação delicada do fundo de pensão e apresentaram a necessidade de haver  aporte – do banco e dos assistidos – para sanear as contas do Plano C. Sendo que a cobrança aos participantes já foi aprovada pela diretoria e conselhos Deliberativo e Fiscal, e pode começar em março.

O integrante da Comissão de Empresa dos Funcionários do Banco do Brasil, João Fukunaga, participou da reunião e critica a medida que está sendo imposta pelo Economus. Ele argumenta que, além de penalizar os participantes, poupa o Banco do Brasil de discutir a situação com seriedade.
 
“O Banco do Brasil comprou a Nossa Caixa em 2008 e passou à condição de patrocinador do Economus. Com isso ganhou a prerrogativa de indicar todos os diretores eleitos, metade dos conselheiros Deliberativo e Fiscal, além de possuir o voto de Minerva. Ou seja, em todo esse tempo deu as cartas na gestão do Economus sem consulta aos participantes. Tudo era ‘pintado’ como exemplo de administração. Agora usa esse controle que tem no Economus para tentar impor essa conta aos trabalhadores”, critica o dirigente sindical. “O problema só veio à tona em meados do ano passado em função de uma determinação de órgão regulador, a Previc, de que tem de haver equacionamento quando fundos de pensão apresentam déficit.”

João Fukunaga destaca que os trabalhadores ainda estão pagando um aporte cobrado pelo Economus em 2006. “Esse novo socorro gerará uma nova cobrança aos trabalhadores e ainda deixará em descoberto 40% do déficit. Uma medida tapa buraco, pois esse restante poderá ser cobrado no futuro dos assistidos”, explica o dirigente sindical. “Ou seja, se não houver mudança na composição das diretorias, assegurando que os funcionários tenham representantes eleitos na direção, para garantir uma gestão compartilhada – da forma como é na Previ e na Cassi – é possível que esses aportes não tenham fim.”

O dirigente sindical Ernesto Izumi, secretário de Formação da Contraf-CUT, registrou na reunião a preocupação com a ausência de executivos do Banco do Brasil, que é responsável pela sustentação financeira do Economus junto com os funcionários. “É lamentável a ausência de executivos do BB para ouvir as preocupações dos associados e responderem a questões dos bancários da ativa e aposentados. Os dados apresentados são preocupantes e o banco deveria ter aberto a discussão sobre o equacionamento com os associados antes de impor o processo. Não validamos um processo que já foi decidido e reivindicamos diálogo. O BB indica a diretoria do Economus e representantes nos conselhos e ainda tem o voto de minerva. O banco não pode se esconder”, ressaltou.

Na apresentação, a direção do Economus expôs os “percentuais de contribuição extra” que vão afetar bancários da ativa (2,04%), aposentados (3,2%) e outros grupos. Além desse percentual, o Economus pretende criar um “fundo previdencial e contribuições” com contribuição dos funcionários da ativa (4,19%), aposentados (1,98%) e pensionistas (4,19%). O BB também contribui com os mesmos percentuais.

O dirigente sindical destacou que o banco deveria arcar integralmente, primeiro porque o BB herdou as responsabilidades do BNC, segundo porque essa situação deveria ter sido identificada na aquisição do banco estadual e negociações deveriam ter sido realizadas desde então. “Se o banco não sabia do problema, precificou mal a aquisição, ou se sabia, calou-se desde 2009 e agora vem apresentar a conta e os associados não podem pagar”, disse Ernesto.

Durante a campanha de 2016 a Comissão de Empresa dos Funcionários cobrou mesa de negociação específica resposta sobre Economus ao Banco do Brasil. O Sindicato dos Bancários de Catanduva e Região, por meio de seus representantes na Contraf-CUT, está averiguando medidas a serem tomadas para barrar mais essa cobrança dos assistidos e, para isso, vai continuar mobilizando sua base e cobrando também da direção do Economus a abertura da mesa temátiva.

Fonte: Contraf-CUT e Seeb SP, com edição de Seeb Catanduva

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