01/02/2017
Pesquisa revela que correntistas têm dificuldade em renegociar dívidas

Uma pesquisa feita pelo Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor (Idec) mostra que os clientes têm dificuldades para renegociar suas dívidas com os bancos. Dos 1.815 internautas que responderam ao questionário disponibilizado pelo Idec em seu site, entre julho e setembro de 2016, 53% apontaram que já tentaram negociação com bancos e, desses, 60,8% informaram que não tiveram sucesso.
Os principais motivos apontados foram a transferência do débito para empresas especializadas em cobrança (29,1%); não conseguir um novo prazo para pagar (27,3%); e o banco se negar a renegociar dívidas cujo pagamento ainda não está em atraso (24,2%), que é o que ocorre em linhas de crédito rotativo como a do cartão de crédito.
Os bancos mais citados pelos internautas (85%) que não tiveram êxito com a negociação foram os cinco maiores: Banco do Brasil, Caixa Federal, Itaú, Bradesco e Santander.
O Idec também procurou as instituições financeiras mas, segundo o órgão, elas não apresentaram respostas efetivas. “As respostas são genéricas e contrastam com o que dizem os consumidores”, relata a economista do instituto Ione Amorim.
Altos juros
A economista explica que o que motivou o Idec a fazer a pesquisa foi o fato de que a inadimplência em contratos renegociados com os bancos ser a segunda maior, ficando atrás apenas da inadimplência com cartões de crédito. “Isso mostra que mesmo quando os consumidores renegociam suas dívidas, continuam tendo dificuldades para pagar”.
Para Ione, os altos juros bancários no Brasil têm papel importante nesse problema. “A maior parte das dívidas das pessoas que responderam à pesquisa é no rotativo do cartão de crédito, por exemplo, que tem juros muito altos”, diz. As taxas nessa modalidade chegam a 484% ao ano. Já os do cheque especial, também importante fonte de endividamento, estão em 328,6% ao ano.
“Houve nos últimos 10 anos incentivo muito grande para que as pessoas utilizassem cartões de crédito. Os bancos oferecem o produto, facilitam sua aquisição, mas não orientam os clientes sobre educação financeira”, critica.
Resolução do BC
Diante disso, a economista diz que o instituto vê como positiva a medida recentemente editada pelo Banco Central que limita o financiamento do crédito rotativo ao vencimento da próxima fatura. Assim, o saldo devedor remanescente do cartão de crédito pode ser refinanciado para pagamento parcelado desde que em linha de crédito que seja mais vantajosa para o cliente que a do rotativo do cartão.
“A Resolução 4.549 do BC [publicada no Diário Oficial de segunda 30 e com validade a partir de 3 de abril] é positiva, mas ainda precisa de mais detalhamentos. Por exemplo, se no mês seguinte o cliente não puder pagar o total da fatura do cartão novamente, como vai fazer? Essa dívida também será parcelada com juros mais atraentes? São detalhes que o Banco Central ainda tem de explicar melhor, e acredito que até 3 de abril deva fazer isso”, diz Ione.
Ela destaca que medidas similares voltadas para outras linhas de crédito rotativo como o do cheque especial também seriam bem vindas. “Apesar de juros um pouco menores, o cheque especial é outra linha de crédito rotativo que precisava ser regulamentada.”
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