Protesto contra enfraquecimento da Caixa Econômica Federal será nesta terça-feira 12

Início de ano é para recobrar as energias, definir metas e planejar o desenvolvimento de projetos. O movimento sindical bancário, antenado de que 2016 será um período bastante intenso, se organiza para reforçar as lutas na defesa dos trabalhadores e seus direitos. Uma das mobilizações é a da luta contra o Projeto de Lei do Senado 555 (PLS 555/2015) – que obriga empresas 100% públicas a se tornarem sociedades anônimas.
Os primeiros protestos contra a abertura de capital das estatais deste ano já estão agendados para amanhã, dia 12 de janeiro, em várias regiões do país. A data coincide com o aniversário de 156 anos da Caixa Federal, motivando a realização de um grande ato em frente à matriz da instituição, em Brasília.
Na ocasião, das 11h30 às 13h, as centrais sindicais CUT, CTB, CSP-Conlutas e Intersindical, além de Contraf-CUT, Fenae, sindicatos de bancários e outras entidades representativas dos trabalhadores, vão protestar contra o processo de enfraquecimento do banco em curso.
O PLS 555, ou Estatuto das Estatais, iniciou tramitação em setembro de 2015, sem qualquer debate com a sociedade, abrindo caminho para a privatização de empresas como a Caixa Federal, BNDES e Correios.
“O projeto modifica a relação de todas as empresas públicas municipais, estaduais e federais com sua gestão, já que teriam dois anos para colocar no mercado de capitais 25% de suas ações. Também autoriza a inserção de representantes do mercado em seus conselhos e, como se não bastasse, criminaliza a participação de quem atua em partidos e/ou sindicatos”, explica Maria Rita Serrano, representante dos trabalhadores no Conselho de Administração da Caixa, diretora da Contraf-CUT e do Sindicato dos Bancários do ABC. “Tudo isso fere o princípio da democracia, colocando em risco o papel e a autonomia das estatais”.
Para o presidente da Fenae, Jair Pedro Ferreira, é preciso impedir um retrocesso. "Nos últimos dez anos, a Caixa tem sido protagonista na execução de políticas públicas e, consequentemente, no crescimento econômico e social do país. No entanto, o que vemos hoje é uma realidade que lembra a década de 1990, quando se tentou diminuir a importância da empresa para privatizá-la. Não podemos retroceder. O banco surgiu em 1861 já com um importante papel social. O Brasil precisa de uma Caixa forte e a serviço da população, sobretudo dos mais humildes.”
“É um ataque ao patrimônio do país”, critica Antonio Sabóia, diretor de Bancos Públicas da Fetec-CUT/SP. “Temos de ampliar a mobilização, denunciar os riscos à sociedade e sensibilizar os parlamentares a rejeitarem tamanho retrocesso”, avisa o dirigente.
Mais contrações
Os protestos do dia 12 também marcarão a continuidade da luta por mais empregados na Caixa Federal, com a campanha pela volta das contratações, como forma de promover a melhoria das condições de trabalho em todos os setores do banco público e, consequentemente, a melhoria do atendimento à população.
Isso porque aumentar o número de empregados é uma das formas de fortalecer a Caixa. Em 2015, quando o banco completou 154 anos, o total era de pouco mais de 100 mil trabalhadores. Agora são menos de 98 mil, já que cerca de 3 mil saíram no Plano de Apoio à Aposentadoria (PAA) que foi realizado entre fevereiro e abril.
“Enquanto 30 mil aprovados no concurso de 2014 aguardam convocação, empregados e clientes sofrem no dia a dia das agências. É inamissível que a direção da empresa não reponha sequer esses que se aposentaram”, disse Fabiana Matheus, coordenadora da Comissão Executiva dos Empregados (CEE/Caixa).
Segundo ela, falta transparência na gestão da Caixa. “O banco tem nos desrespeitado nas negociações e descumprido cláusulas dos Acordos Coletivos de Trabalho. Também tem reestruturado áreas sem nenhum debate com as entidades e os trabalhadores. O enfraquecimento da empresa não interessa aos brasileiros, e é por isso que temos que lutar todos os dias contra isso”, destacou.
Em 2014, a Caixa aprovou em concurso público 32.879 candidatos, mas até agora convocou apenas 3.182 (9,67% do total) e admitiu apenas 2.482 (7,54% do total). Atualmente, em média, são 23 empregados trabalhando em cada unidade do banco, a pior situação desde 2003.
"Mais empregados para a Caixa, além de diminuir a sobrecarga de trabalho que tanto adoece os trabalhadores, também significa fortalecer a atuação da instituição na operacionalização de programas sociais de extrema importâcia para o desenvolvimento do país”, completa Leonardo dos Santos Quadros, diretor de Imprensa da Fetec-CUT/SP e dirigente da Caixa Federal.
Nos últimos cinco meses, a Caixa liderou o ranking de reclamações do Banco Central, sendo a maioria das queixas relacionada a “irregularidades relativas a integridade, confiabilidade, segurança, sigilo ou legitimidade das operações e serviços de cartões de crédito.
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