14/02/2014
Lucro do BB é o maior da história. Falta agora melhorar condições de trabalho
O Banco do Brasil registrou lucro líquido contábil de R$ 15,758 bilhões em 2013, com alta de 29,1% em relação a 2012, rentabilidade anualizada sobre o patrimônio líquido médio de 22,9% e R$1,3 trilhão em ativos, superando o Itaú e conquistando o melhor resultado da história do sistema financeiro nacional. No entanto, mesmo abrindo 88 novas agências, fechou 1.966 postos de trabalho no ano passado.O desempenho do lucro contábil inclui resultados não recorrentes ou extraordinários, a exemplo dos ganhos de R$ 9,82 bilhões com a venda de ações do BB Seguridade.
O BB registrou 112.216 funcionários em 31 de dezembro de 2013, com o desligamento de 1.966 trabalhadores (uma redução de 1,72% em doze meses), seguindo a tendência dos bancos privados. Apesar da queda no emprego, foram abertas 88 novas agências bancárias em 2013, que totalizaram 5.450 unidades.
"Quando nós trabalhadores olhamos o lucro de um banco público, não é somente o resultado financeiro que temos que nos atentar, mas sim a forma como esse resultado foi atingido e se ele foi Bom PraTodos. É inaceitável que um banco público atinja esse resultado às custas da redução de empregos e da precarização das relações de trabalho", critica William Mendes, coordenador da Comissão de Empresa dos Funcionários do BB e secretário de Formação da Contraf-CUT.
"No acordo coletivo de trabalho de 2013, o BB se comprometeu a contratar três mil funcionários até agosto deste ano. Vamos exigir o cumprimento desse compromisso", alerta William.
O coordenador da Comissão de Empresa observa sobre o balanço que o banco foi importante no financiamento imobiliário e no agronegócio, "mas ainda está longe do ideal quando se fala da agricultura familiar, pois R$ 8 bilhões é muito pouco pela importância desse setor, que é responsável pela alimentação do povo brasileiro".
"Outro fator que chama a atenção - acrescenta William - é o banco pôr em risco, a todo instante, anos e anos de especialização de nossos trabalhadores e know how nas áreas de cadastro, crédito e cobrança, bem como na prospecção e gerenciamento de oferta de crédito adequado a cada cliente e empresa brasileira. A direção do banco segue com seus projetos absurdos de terceirização e precarização dos direitos e do atendimento à sociedade. Em 2013 o banco aumentou a terceirização na área de recuperação de crédito. Agora a direção está terceirizando o importante trabalho de microcrédito. Temos que barrar esta decisão porque isso não é Bom Pra Todos."
Expansão da carteira de crédito
Os ativos do BB em 2013 totalizaram R$ 1,3 trilhão, com alta de 13,5% em relação a 2012, decorrente da expansão da carteira de crédito. Com esse resultado, o BB manteve a liderança em ativos entre as empresas do setor financeiro da América Latina. A carteira de crédito ampliada, que inclui Títulos e Valores Mobiliários (TVM) privados e garantias prestadas, atingiu R$ 692,9 bilhões, com alta de 19,3% no ano.
Os destaques foram o financiamento imobiliário, crédito ao agronegócio e às empresas, que tiveram, respectivamente, crescimento anual de 87,2%, 34,5% e 19,5%. O BB detém a maior participação no crédito do sistema financeiro nacional, ao atingir 21,1% de participação de mercado.
O índice de inadimplência (atrasos acima de 90 dias) representou 1,98% da carteira de crédito no ano, índice menor do que a média do sistema financeiro, que foi de 3,0% no período. Apesar da trajetória de queda da inadimplência, as despesas com provisões de crédito totalizaram R$ 15,6 bilhões, com alta de 6,5% no ano.
As receitas de serviços e tarifas totalizaram R$ 23,3 bilhões, com alta de 10,6%, enquanto as despesas de pessoal foram de R$ 17,1 bilhões (crescimento de 8,5% no período), o que resultou num índice de cobertura de 136,07% no ano.
Veja aqui análise do balanço realizada pelo Dieese.
Fonte: Contraf-CUT
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