Transgênico ameaça meio ambiente, afirma Stedile
Há uma ignorância generalizada sobre os transgênicos, apesar do consumo cada vez maior desse tipo de alimento no Brasil e da falta de estudos conclusivos sobre o que eles podem causar à saúde. A preocupação foi manifestada pelo coordenador do Movimento dos Sem-Terra (MST) João Pedro Stedile, convidado do MB em Debate Especial que discutiu o tema.
Mediado pela secretária-geral do Sindicato dos Bancários de São Paulo, Raquel Kacelnikas, o programa foi transmitido ao vivo pelo site nesta terça-feira 13.
Stedile explicou como a técnica dos transgênicos, usada na agricultura para alterar a formação genética de algumas plantas – no Brasil principalmente a soja e o milho –, faz parte da lógica do agronegócio, que cria e comercializa uma cadeia de produtos: a semente transgênica, o agrotóxico para essa plantação, que mata qualquer inseto menos a planta transgênica, e o adubo químico que será comprado pelo produtor depois que o herbicida matar o solo.
Ele citou como exemplo a multinacional Monsanto, que vende a soja transgênica – cobrando royalties dos agricultores pelo cultivo – e o agrotóxico ao qual essa soja é resistente. “Em 10 anos, essa empresa norte-americana que começou comercializando grãos, hoje vende, além de sementes transgênicas, adubos químicos e agrotóxicos, e se transformou em um conglomerado de mais de 30 empresas em todo o mundo”, informou.
Stedile chamou atenção ainda para os perigos ambientais do uso de transgênicos. “Por meio da polinização, a cultura transgênica contamina outras plantações vizinhas que acabam se tornando transgênicas também, e o veneno usado na sua cultura contamina lençóis freáticos e mata nutrientes do solo. O resultado é que o produtor vai precisar comprar os adubos químicos da Monsanto para recuperar este solo. É um negócio em cadeia.” E a contaminação de plantações naturais, acrescentou, é uma ameaça à biodiversidade do mundo. “Ainda que vários agricultores não queiram plantar transgênicos, corremos o risco de, daqui a 50 ou 100 anos, só ter variedades desse tipo.”
Para o coordenador do MST, o caminho para deter o avanço desse tipo de plantação no Brasil, um dos quatro maiores produtores de transgênicos do mundo, ao lado dos EUA, Canadá e Argentina, está na conscientização dos consumidores. “É preciso que o consumidor exija o rótulo, obrigatório por lei, que informa quando há componentes transgênicos no produto. A saída é alertar a sociedade sobre o problema.”
Fonte: Sindicato dos Bancários de São Paulo
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