22/08/2024
Setor bancário destoa do mercado e continua demitindo
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A Pesquisa do Emprego Bancário de agosto, elaborada pelo Dieese com base nos dados do Novo Caged, mostra que o setor eliminou 482 postos de trabalho em junho. Entre janeiro e junho de 2024, o saldo de emprego bancário (resultado das contratações, menos as demissões) é negativo em 1.020. Em 12 meses, a redução é ainda maior, chegando a 2.352 postos de trabalho bancário a menos.
“O setor bancário é uma máquina de ganhar dinheiro, que ultra explora a sociedade e os trabalhadores. Mais uma vez, os bancos demonstram sua face cruel e de total descompromisso com a sociedade brasileira”, disse o secretário de Assuntos Socioeconômicos da Contraf-CUT, Walcir Previtale. “Enquanto vários setores apresentam crescimento no número de empregos, enquanto a economia segue aquecida, os bancos continuam demitindo e extinguindo postos de trabalho”, acrescentou.
Como observado por Walcir, o mercado de trabalho formal como um todo segue em sentido inverso, tendo criado 201.705 postos de trabalho em junho. Quando considerado o primeiro semestre de 2024, o número de novas vagas no país chega a 1,3 milhão, o que fez com que o Brasil registrasse, entre abril e junho de 2024, uma taxa de desocupação de 6,9% (7,5 milhões de desempregados), a menor desde junho de 2014.
"O debate sobre a defesa do emprego e dos direitos dos bancários tem sido pauta permanente em todas as instâncias do Sindicato. Clientes são empurrados para os serviços digitais, sem que muitos deles tenham habilidade ou acesso à tecnologia. Outros precisam se locomover quilômetros atrás de atendimento até a agência mais próxima. Enquanto isso, funcionários adoecem devido à sobrecarga de trabalho e metas inatingíveis. É preciso que a população saiba que a culpa pelo atendimento precarizado não é do bancário, é do banqueiro que lucra milhões, mas insiste na redução de custos através dos cortes na folha de pagamento de salários e na redução de estruturas operacionais”, denuncia o presidente do Sindicato dos Bancários de Catanduva e região, Roberto Vicentim.
“Outra consequência da falta de responsabilidade social dos bancos é que, além do prejuízo direto aos trabalhadores demitidos, o corte de postos de trabalho afeta negativamente também o comércio e serviços locais”, acrescenta o secretário geral do Sindicato, Júlio César Trigo.
Movimentação do emprego bancário
A redução de postos de trabalho no setor bancário poderia ser ainda pior, se não fosse a abertura de vagas de Escriturário, via contratação do Banco do Brasil, no primeiro bimestre (+ 941 vagas). Nos meses seguintes, março até junho, foram extintas 1.961 vagas. “Neste sentido, apesar de não ser possível estabelecer dados precisos, o saldo negativo pode ser atribuído, especialmente, aos bancos privados”, observa o Dieese na pesquisa.
A entidade ressalta ainda que “a movimentação do emprego, segundo CNAE, mostra a concentração do saldo negativo nos Bancos Múltiplos com Carteira Comercial, que em 12 meses extinguiram 3.176 empregos bancários, reforçando a hipótese que os bancos privados são os responsáveis pelo fechamento de vagas no setor.”
“É inadmissível a falta de compromisso dos bancos com a estabilização e o crescimento da economia brasileira e com o bem-estar da população, ainda mais considerando que estamos em pleno processo de reconstrução do país”, destacou o dirigente da Contraf-CUT.
Dados por estado, gênero e faixa etária
No semestre, 10 estados apresentaram saldo positivo, sendo o Rio Grande do Sul responsável pela abertura de 132 postos. Contudo, 16 estados acusaram fechamento de vagas. São Paulo é responsável pelo maior número de eliminação de postos de trabalho bancário (-480 vagas), seguido por Rio de Janeiro (-404) e Paraná (-204).
Sobre a distribuição da movimentação do emprego com recorte de gênero, para o primeiro semestre, identifica-se que o saldo negativo ocorreu exclusivamente entre as mulheres. No período, ocorreram 9.229 admissões de mulheres (número 18% inferior ao das contratações de bancários homens) e 10.498 desligamentos de mulheres (5% inferior às demissões dos homens), resultando em saldo negativo de 1.269 vagas. De maneira distinta, o saldo da movimentação para os homens foi positivo em 249 vagas.
No que diz respeito às diferentes faixas etárias, é observado que existe a criação de novas vagas para as faixas inferiores, até 29 anos, com ampliação de 4.510 postos de trabalho e eliminação de vagas para as faixas superiores, com fechamento de 5.330 vagas.
Mais informações no documento elaborado pelo Dieese.
“O setor bancário é uma máquina de ganhar dinheiro, que ultra explora a sociedade e os trabalhadores. Mais uma vez, os bancos demonstram sua face cruel e de total descompromisso com a sociedade brasileira”, disse o secretário de Assuntos Socioeconômicos da Contraf-CUT, Walcir Previtale. “Enquanto vários setores apresentam crescimento no número de empregos, enquanto a economia segue aquecida, os bancos continuam demitindo e extinguindo postos de trabalho”, acrescentou.
Como observado por Walcir, o mercado de trabalho formal como um todo segue em sentido inverso, tendo criado 201.705 postos de trabalho em junho. Quando considerado o primeiro semestre de 2024, o número de novas vagas no país chega a 1,3 milhão, o que fez com que o Brasil registrasse, entre abril e junho de 2024, uma taxa de desocupação de 6,9% (7,5 milhões de desempregados), a menor desde junho de 2014.
"O debate sobre a defesa do emprego e dos direitos dos bancários tem sido pauta permanente em todas as instâncias do Sindicato. Clientes são empurrados para os serviços digitais, sem que muitos deles tenham habilidade ou acesso à tecnologia. Outros precisam se locomover quilômetros atrás de atendimento até a agência mais próxima. Enquanto isso, funcionários adoecem devido à sobrecarga de trabalho e metas inatingíveis. É preciso que a população saiba que a culpa pelo atendimento precarizado não é do bancário, é do banqueiro que lucra milhões, mas insiste na redução de custos através dos cortes na folha de pagamento de salários e na redução de estruturas operacionais”, denuncia o presidente do Sindicato dos Bancários de Catanduva e região, Roberto Vicentim.
“Outra consequência da falta de responsabilidade social dos bancos é que, além do prejuízo direto aos trabalhadores demitidos, o corte de postos de trabalho afeta negativamente também o comércio e serviços locais”, acrescenta o secretário geral do Sindicato, Júlio César Trigo.
Movimentação do emprego bancário
A redução de postos de trabalho no setor bancário poderia ser ainda pior, se não fosse a abertura de vagas de Escriturário, via contratação do Banco do Brasil, no primeiro bimestre (+ 941 vagas). Nos meses seguintes, março até junho, foram extintas 1.961 vagas. “Neste sentido, apesar de não ser possível estabelecer dados precisos, o saldo negativo pode ser atribuído, especialmente, aos bancos privados”, observa o Dieese na pesquisa.
A entidade ressalta ainda que “a movimentação do emprego, segundo CNAE, mostra a concentração do saldo negativo nos Bancos Múltiplos com Carteira Comercial, que em 12 meses extinguiram 3.176 empregos bancários, reforçando a hipótese que os bancos privados são os responsáveis pelo fechamento de vagas no setor.”
“É inadmissível a falta de compromisso dos bancos com a estabilização e o crescimento da economia brasileira e com o bem-estar da população, ainda mais considerando que estamos em pleno processo de reconstrução do país”, destacou o dirigente da Contraf-CUT.
Dados por estado, gênero e faixa etária
No semestre, 10 estados apresentaram saldo positivo, sendo o Rio Grande do Sul responsável pela abertura de 132 postos. Contudo, 16 estados acusaram fechamento de vagas. São Paulo é responsável pelo maior número de eliminação de postos de trabalho bancário (-480 vagas), seguido por Rio de Janeiro (-404) e Paraná (-204).
Sobre a distribuição da movimentação do emprego com recorte de gênero, para o primeiro semestre, identifica-se que o saldo negativo ocorreu exclusivamente entre as mulheres. No período, ocorreram 9.229 admissões de mulheres (número 18% inferior ao das contratações de bancários homens) e 10.498 desligamentos de mulheres (5% inferior às demissões dos homens), resultando em saldo negativo de 1.269 vagas. De maneira distinta, o saldo da movimentação para os homens foi positivo em 249 vagas.
No que diz respeito às diferentes faixas etárias, é observado que existe a criação de novas vagas para as faixas inferiores, até 29 anos, com ampliação de 4.510 postos de trabalho e eliminação de vagas para as faixas superiores, com fechamento de 5.330 vagas.
Mais informações no documento elaborado pelo Dieese.
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