02/01/2024
Itaú altera aferição de resultados de meses anteriores e prejudica centenas de trabalhadores
Nos últimos dias, diversos bancários do Itaú entraram em contato com o movimento sindical relatando um sentimento de frustração em relação a aferição das metas e as práticas de gestão nos setores comerciais do banco.
Representantes dos trabalhadores procuraram o Itaú e abordaram diversos tópicos, desde possíveis irregularidades na contabilização de produções até a falta de incentivo dos gerentes gerais na leitura e compreensão das regras estabelecidas.
Confira abaixo as principais questões e as respostas fornecidas pelo banco:
"Roubo" de produções e falhas no monitoramento
O movimento sindical questionou a possível ocorrência de "roubo" de produções relacionadas a financiamentos de veículos, com a anuência do banco, pois o sistema Credline permitiria que pessoas de todo o Brasil cadastrassem produções sem realizar a transação, prejudicando gerentes sem uma ação efetiva por parte do banco.
Em resposta, o Itaú afirmou estar ciente da situação e em processo de apuração, destacando seu compromisso com a ética.
Já os bancários afirmam que o sistema Credline é apenas uma das formas de “roubo de produção”, e exemplificaram que no sistema VAI, outra ferramenta de aferição de produção, a contabilização fica para o último bancário que fizer um registro de interação. Não para quem efetivamente realizou a venda e, ao registrarem o conflito, são orientados a “resolverem entre si”.
"Grana Extra" e problemas na premiação
Representantes dos empregados levantaram com o banco a questão do "Grana Extra", campanha de incentivo que promete valores adicionais à comissão daqueles que atingirem metas ainda maiores que o padrão, na qual um cálculo errado na planilha de acompanhamento prejudicou vários bancários.
O banco nega a existência de uma planilha oficial, sugerindo que poderia ser um documento não autorizado. Os bancários replicam, afirmando que o banco disponibilizou a planilha no sistema da instituição e questionam a legitimidade das práticas.
Sistema de alavancas e cobrança de metas
O movimento sindical apontou que o sistema de alavancas - métrica de priorização sobre quais produtos valem mais a pena ser comercializados - se transformou em uma espécie de "pirâmide" para os gerentes gerais, pois da forma como está desenhado faz com que eles não estejam preocupados com as entregas individuais ou coletivas da equipe, mas sim com seu próprio resultado financeiro, o que tem interferido diretamente na cobrança agressiva das metas e adoecimento de vários trabalhadores.
O Itaú respondeu que as alavancas são itens de produção e negou mudanças recentes.
Os bancários discordam, exemplificando itens como NPS (pesquisa de satisfação) e Engajamento (registro de contato com clientes), que não estão nas metas individuais dos gerentes 1 e Premium no segmento Uniclass. Porém, são cobrados como se estivessem, gerando sanções caso não sejam cumpridas.
Erro no cálculo de contratações de empréstimo
O movimento sindical destacou um erro no cálculo das contratações de empréstimos em julho.
O banco admitiu o erro e afirmou que não descontará os valores do resultado mensal, mas irá fazê-lo no resultado semestral. Isso irá penalizar os trabalhadores, pois o comunicado chegou no último dia útil de trabalho de 2023, impossibilitando a reversão dos resultados que foram diminuídos. Quem pagou a conta do erro foram os bancários.
Falta de transparência no acompanhamento semestral
Dirigentes sindicais também questionaram a frequência com que os resultados das premiações Dobra Aí (impulsionamento de comissões) e Viagem (viagens internacionais com despesas pagas pelo banco) são divulgados, pois os bancários que não planilham por conta própria suas produções não conseguem contestar os resultados apresentados, uma vez que o prazo de contestação é bem menor do que a atualização dos resultados parciais do acompanhamento das premiações.
O banco discordou da afirmação, alegando que os relatórios de produção estão disponíveis em D+2 nos sistemas GPS (acompanhamento) e Inovas (informações), além de relatórios mensais. Já os bancários afirmaram que a última atualização ocorreu em novembro de 2023, e a próxima está estimada para fevereiro de 2024 quando o resultado final será divulgado.
Falta de incentivo na leitura de regras
O movimento sindical apontou a falta de treinamento do Itaú para gerentes de relacionamento e agentes de negócio, além de não haver incentivo dos gerentes gerais na leitura de regras. Muitos trabalhadores descobrem quais são os procedimentos corretos ao receberem sanções como feedbacks registrados e advertências.
O banco respondeu que existem cartilhas e manuais, mas que irão sugerir aos gestores que realizem conversas periódicas sobre as regras estabelecidas.
"O Sindicato está acompanhando a situação no Itaú, cujos problemas reforçam a importância da negociação urgente por parte do banco sobre como metas, por exemplo, entre outras várias demandas dos trabalhadores. É importante que bancários e bancárias de nossa base entrem em contato com nossa entidade e nos mantenham informados sobre questões relacionadas aos setores comerciais, tanto para solicitar orientações e saber como proceder nestes casos quanto para que possamos cobrar do banco soluções para os problemas apresentados", ressalta o diretor do Sindicato dos Bancários de Catanduva e região, Ricardo Jorge Nassar Jr.
Além do Canal Oficial de Denúncias, o bancário pode entrar em contato com o Sindicato via WhatsApp (17) 99259-1997, por telefone (17) 3522-2409 ou diretamente com um dirigente sindical em visita periódica às agências.
Representantes dos trabalhadores procuraram o Itaú e abordaram diversos tópicos, desde possíveis irregularidades na contabilização de produções até a falta de incentivo dos gerentes gerais na leitura e compreensão das regras estabelecidas.
Confira abaixo as principais questões e as respostas fornecidas pelo banco:
"Roubo" de produções e falhas no monitoramento
O movimento sindical questionou a possível ocorrência de "roubo" de produções relacionadas a financiamentos de veículos, com a anuência do banco, pois o sistema Credline permitiria que pessoas de todo o Brasil cadastrassem produções sem realizar a transação, prejudicando gerentes sem uma ação efetiva por parte do banco.
Em resposta, o Itaú afirmou estar ciente da situação e em processo de apuração, destacando seu compromisso com a ética.
Já os bancários afirmam que o sistema Credline é apenas uma das formas de “roubo de produção”, e exemplificaram que no sistema VAI, outra ferramenta de aferição de produção, a contabilização fica para o último bancário que fizer um registro de interação. Não para quem efetivamente realizou a venda e, ao registrarem o conflito, são orientados a “resolverem entre si”.
"Grana Extra" e problemas na premiação
Representantes dos empregados levantaram com o banco a questão do "Grana Extra", campanha de incentivo que promete valores adicionais à comissão daqueles que atingirem metas ainda maiores que o padrão, na qual um cálculo errado na planilha de acompanhamento prejudicou vários bancários.
O banco nega a existência de uma planilha oficial, sugerindo que poderia ser um documento não autorizado. Os bancários replicam, afirmando que o banco disponibilizou a planilha no sistema da instituição e questionam a legitimidade das práticas.
Sistema de alavancas e cobrança de metas
O movimento sindical apontou que o sistema de alavancas - métrica de priorização sobre quais produtos valem mais a pena ser comercializados - se transformou em uma espécie de "pirâmide" para os gerentes gerais, pois da forma como está desenhado faz com que eles não estejam preocupados com as entregas individuais ou coletivas da equipe, mas sim com seu próprio resultado financeiro, o que tem interferido diretamente na cobrança agressiva das metas e adoecimento de vários trabalhadores.
O Itaú respondeu que as alavancas são itens de produção e negou mudanças recentes.
Os bancários discordam, exemplificando itens como NPS (pesquisa de satisfação) e Engajamento (registro de contato com clientes), que não estão nas metas individuais dos gerentes 1 e Premium no segmento Uniclass. Porém, são cobrados como se estivessem, gerando sanções caso não sejam cumpridas.
Erro no cálculo de contratações de empréstimo
O movimento sindical destacou um erro no cálculo das contratações de empréstimos em julho.
O banco admitiu o erro e afirmou que não descontará os valores do resultado mensal, mas irá fazê-lo no resultado semestral. Isso irá penalizar os trabalhadores, pois o comunicado chegou no último dia útil de trabalho de 2023, impossibilitando a reversão dos resultados que foram diminuídos. Quem pagou a conta do erro foram os bancários.
Falta de transparência no acompanhamento semestral
Dirigentes sindicais também questionaram a frequência com que os resultados das premiações Dobra Aí (impulsionamento de comissões) e Viagem (viagens internacionais com despesas pagas pelo banco) são divulgados, pois os bancários que não planilham por conta própria suas produções não conseguem contestar os resultados apresentados, uma vez que o prazo de contestação é bem menor do que a atualização dos resultados parciais do acompanhamento das premiações.
O banco discordou da afirmação, alegando que os relatórios de produção estão disponíveis em D+2 nos sistemas GPS (acompanhamento) e Inovas (informações), além de relatórios mensais. Já os bancários afirmaram que a última atualização ocorreu em novembro de 2023, e a próxima está estimada para fevereiro de 2024 quando o resultado final será divulgado.
Falta de incentivo na leitura de regras
O movimento sindical apontou a falta de treinamento do Itaú para gerentes de relacionamento e agentes de negócio, além de não haver incentivo dos gerentes gerais na leitura de regras. Muitos trabalhadores descobrem quais são os procedimentos corretos ao receberem sanções como feedbacks registrados e advertências.
O banco respondeu que existem cartilhas e manuais, mas que irão sugerir aos gestores que realizem conversas periódicas sobre as regras estabelecidas.
"O Sindicato está acompanhando a situação no Itaú, cujos problemas reforçam a importância da negociação urgente por parte do banco sobre como metas, por exemplo, entre outras várias demandas dos trabalhadores. É importante que bancários e bancárias de nossa base entrem em contato com nossa entidade e nos mantenham informados sobre questões relacionadas aos setores comerciais, tanto para solicitar orientações e saber como proceder nestes casos quanto para que possamos cobrar do banco soluções para os problemas apresentados", ressalta o diretor do Sindicato dos Bancários de Catanduva e região, Ricardo Jorge Nassar Jr.
Além do Canal Oficial de Denúncias, o bancário pode entrar em contato com o Sindicato via WhatsApp (17) 99259-1997, por telefone (17) 3522-2409 ou diretamente com um dirigente sindical em visita periódica às agências.
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