12/07/2023

Preços de alimentos, bebidas e transporte caem e país tem deflação de 0,08%

O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), em junho, medido pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), divulgado na terça-feira (11), foi de menos 0,08%. Puxada pela queda nos preços de alimentos, bebidas e transporte, a inflação tem a menor variação para o mês desde 2017, quando o índice foi de -0,23%.

Somente no grupo alimentação a queda em junho foi de menos 0,14%.

O produto que mais baixou foi o óleo de soja (-8,96%).  As frutas também baixaram (-3,38%), o leite longa vida (-2,68%) e as carnes (-2,10%). No lado das altas, batata-inglesa (6,43%) e alho (4,39%) subiram de preço.

“Nos últimos meses, os preços dos grãos, como a soja, caíram. Isso impactou diretamente o preço do óleo de soja e indiretamente os preços das carnes e do leite, por exemplo. Essas commodities são insumos para a ração animal, e um preço mais baixo contribui para reduzir os custos de produção. No caso do leite, há também uma maior oferta no mercado”, explica André Almeida, do IBGE.

Em transportes (-0,41%), o resultado foi influenciado pelo recuo nos preços dos automóveis novos (-2,76%) e dos automóveis usados (-0,93%). Além disso, destaca-se o resultado de combustíveis (-1,85%), por conta das quedas do óleo diesel (-6,68%), do etanol (-5,11%), do gás veicular (-2,77%) e da gasolina (-1,14%). No lado das altas, as passagens aéreas subiram 10,96%, após queda de 17,73% em maio.

“Todos os combustíveis pesquisados apresentaram queda. Além disso, a gasolina, é o subitem de maior peso individual no IPCA, com 4,84%. A queda na gasolina, esse mês, teve um impacto de -0,06 p.p.”, destaca o analista.

Os nove grupos que compõem o IPCA tiveram os seguintes índices em junho:
 
  • Alimentação e bebidas: -0,66%;
  • Artigos de residência: -0,42%;
  • Transportes: -0,41%;
  • Comunicação: -0,14%.
  • Educação: 0,06%;
  • Saúde e cuidados pessoais: 0,11%;
  • Vestuário: 0,35%;
  • Despesas pessoais: 0,36%;
  • Habitação: 0,69%.
No ano, o IPCA que mede a inflação para famílias de até 40 salários mínimos, acumula alta de 2,87% e, nos últimos 12 meses, de 3,16%, abaixo dos 3,94% observados nos 12 meses imediatamente anteriores. Em junho de 2022, a variação havia sido de 0,67%.

Para o cálculo do índice do mês, foram comparados os preços coletados entre 30 de maio e 28 de junho de 2023 (referência) com os preços vigentes entre 29 de abril e 29 de maio de 2023 (base).

Deflação reforça urgência da diminuição na taxa de juros

Com estes números, não há mais justificativas plausíveis para o Banco Central manter a taxa básica de juros (Selic) em 13,75%. O desenvolvimento do país, os investimentos e a geração de emprego e renda são extremamente prejudicados com a manutenção da maior taxa de juros reais do mundo no Brasil.

No dia 21 de junho, mesmo com apelos do governo federal e da população, o Comitê de Política Monetária (Copom) decidiu por manter a taxa no mesmo patamar pela sétima vez seguida. A próxima reunião está marcada para os dias 1º e 2 de agosto e, por isso, é preciso seguir pressionando o BC e seu presidente, Campos Neto, pela queda da Selic.

"Os dados demonstram que não há nenhuma perspectiva de disparo de preços dos alimentos, ao contrário, há estabilidade em itens básicos, e até quedas como no caso dos combustíveis e, por isso, a preocupação do Banco Central com o descontrole da inflação não passa de especulação. A taxa Selic nas alturas, mantida mesmo em um cenário de deflação, segura o crescimento do país e endivida as famílias. Queremos juros baixos já!", ressalta o presidente do Sindicato dos Bancários de Catanduva e região, Roberto Vicentim.

Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC)

O INPC que mede a inflação para as famílias com renda de um a 10 salários mínimos teve queda maior do que o IPCA, de -0,10% em junho, abaixo do mês anterior (0,36%).

No ano, o INPC acumula alta de 2,69% e, nos últimos 12 meses, de 3,00%, abaixo dos 3,74% observados nos 12 meses imediatamente anteriores. Em junho de 2022, a taxa foi de 0,62%.

Os produtos alimentícios caíram 0,66% em junho, após alta de 0,16% em maio. Nos produtos não alimentícios, houve alta de 0,08%, desacelerando em relação a maio (0,43%).

Doze áreas registraram queda em junho. O menor resultado foi em Goiânia (-0,86%), onde pesaram as quedas nos preços da gasolina (-5,40%) e da energia elétrica residencial (-4,79%).

A maior variação, por sua vez, foi em Recife (0,38%), puxada pelas altas na gasolina (4,09%) e na energia elétrica residencial (3,73%).

O cálculo para se chegar ao índice do INPC é o mesmo do IPCA. A pesquisa completa do IBGE pode ser acessada aqui.


 
Fonte: CUT, com edição de Seeb Catanduva

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