07/07/2022
Campanha Nacional: discriminação é maior quando a pele é mais escura
Pontos importantes relacionados à discriminação de bancários por questões raciais foram levantados por representantes da categoria na mais recente rodada de negociação da Campanha 2022, em reunião com a Federação Nacional dos Bancos (Fenaban) na quarta-feira (6).
“Quanto mais melanina, maior o preconceito, maior a discriminação profissional contra o trabalhador”, denunciou o secretário de Combate ao Racismo da Confederação dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT), Almir Aguiar.
A afirmação de Almir é confirmada por dados estatísticos oficiais. Conforme estudo da subseção Rede Bancários do Departamento Intersindical de Estatísticas e Estudos Socioeconômicos (Dieese), feito com base em dados da Relação Anual de Informações Sociais (RAIS), enquanto 72,6% dos empregados no setor são brancos, apenas 3,3% são pretos e 20,3% são pardos. Os termos usados para a identificação étnica seguem os mesmos do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
“A questão racial no trabalho precisa ser discutida com olhar amplo e histórico. Até tivemos avanços ao longo dos anos, mas, hoje temos um governo que incentiva o preconceito contra mulheres, contra negros, contra minorias”, destaca Almir. “Esse quadro só vai mudar com mais emprego, renda e educação; tem que haver mais contratação dos segmentos mais discriminados, como mulheres, pessoas negras e indígenas”, completa.
Cargos e salários
Os cargos de liderança são outro item que revela o preconceito acentuado setor financeiro, onde 77,2% dos postos são ocupados por brancos; 16,8%, por pardos; e só 2,5%, por negros. A remuneração do trabalhador, também. Enquanto o salário médio de um homem branco bancário é de R$ 10,2 mil, o de uma mulher negra é de R$ 5,9 mil.
“O que vemos é preconceito de alto a baixo no mercado de trabalho do ramo financeiro. É preciso reduzir essas distorções, não é possível que uma sociedade admita que ainda hoje uma funcionária negra ganhe, na mesma função, 59% menos que um trabalhador branco”, conclui Almir.
Júlio Trigo, secretário geral do Sindicato dos Bancários de Catanduva e região, reforça a importância de ampliar o debate sobre temas tão importantes na luta do movimento sindical e da categoria bancária por mais inclusão, acessibilidade e igualdade de oportunidades.
"A representatividade é fundamental para compor um ambiente livre de desigualdades e preconceitos, além de refletir a diversidade do país. Ao adequar suas políticas de inclusão, os bancos tornam o ambiente profissional mais diverso, agregam valores e não dispersam culturas, as quais são fundamentais na conquista de novos espaços no mercado de trabalho. É preciso que todos tomem consciência da importância de lutar para combater a discriminação. A luta do Sindicato é pela conquista de direitos iguais para todos, auxiliando na construção de um país justo e igualitário", defende Trigo.
Campanha Nacional
Na quarta-feira (6), o Comando Nacional dos Bancários discutiu com a Fenaban as cláusulas sobre Igualdade de Oportunidades. A principal questão em foco foi o combate ao assédio sexual. Também foram tratados os temas relacionados à mulher, à diversidade, ao racismo e às pessoas com deficiência. Confira detalhes da reunião.
Próximas reuniões
“Quanto mais melanina, maior o preconceito, maior a discriminação profissional contra o trabalhador”, denunciou o secretário de Combate ao Racismo da Confederação dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT), Almir Aguiar.
A afirmação de Almir é confirmada por dados estatísticos oficiais. Conforme estudo da subseção Rede Bancários do Departamento Intersindical de Estatísticas e Estudos Socioeconômicos (Dieese), feito com base em dados da Relação Anual de Informações Sociais (RAIS), enquanto 72,6% dos empregados no setor são brancos, apenas 3,3% são pretos e 20,3% são pardos. Os termos usados para a identificação étnica seguem os mesmos do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
“A questão racial no trabalho precisa ser discutida com olhar amplo e histórico. Até tivemos avanços ao longo dos anos, mas, hoje temos um governo que incentiva o preconceito contra mulheres, contra negros, contra minorias”, destaca Almir. “Esse quadro só vai mudar com mais emprego, renda e educação; tem que haver mais contratação dos segmentos mais discriminados, como mulheres, pessoas negras e indígenas”, completa.
Cargos e salários
Os cargos de liderança são outro item que revela o preconceito acentuado setor financeiro, onde 77,2% dos postos são ocupados por brancos; 16,8%, por pardos; e só 2,5%, por negros. A remuneração do trabalhador, também. Enquanto o salário médio de um homem branco bancário é de R$ 10,2 mil, o de uma mulher negra é de R$ 5,9 mil.
“O que vemos é preconceito de alto a baixo no mercado de trabalho do ramo financeiro. É preciso reduzir essas distorções, não é possível que uma sociedade admita que ainda hoje uma funcionária negra ganhe, na mesma função, 59% menos que um trabalhador branco”, conclui Almir.
Júlio Trigo, secretário geral do Sindicato dos Bancários de Catanduva e região, reforça a importância de ampliar o debate sobre temas tão importantes na luta do movimento sindical e da categoria bancária por mais inclusão, acessibilidade e igualdade de oportunidades.
"A representatividade é fundamental para compor um ambiente livre de desigualdades e preconceitos, além de refletir a diversidade do país. Ao adequar suas políticas de inclusão, os bancos tornam o ambiente profissional mais diverso, agregam valores e não dispersam culturas, as quais são fundamentais na conquista de novos espaços no mercado de trabalho. É preciso que todos tomem consciência da importância de lutar para combater a discriminação. A luta do Sindicato é pela conquista de direitos iguais para todos, auxiliando na construção de um país justo e igualitário", defende Trigo.
Campanha Nacional
Na quarta-feira (6), o Comando Nacional dos Bancários discutiu com a Fenaban as cláusulas sobre Igualdade de Oportunidades. A principal questão em foco foi o combate ao assédio sexual. Também foram tratados os temas relacionados à mulher, à diversidade, ao racismo e às pessoas com deficiência. Confira detalhes da reunião.
Próximas reuniões
- Sexta-feira, 22 de julho: Cláusulas Sociais e Teletrabalho
- Quinta-feira, 28 de julho: Cláusulas Sociais e Segurança Bancária
- Segunda-feira, 1º de agosto: Saúde e Condições de Trabalho
- Quarta-feira, 3 de agosto: Cláusulas Econômicas
- Quinta-feira, 11 de agosto: Continuação das Cláusulas Econômicas
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