Na noite de segunda-feira (4), foi iniciada a 1ª Jornada do Terceiro Setor da ARCOS (Associação e Rede de Cooperação Social), com a participação de autoridades e palestras sobre o Terceiro Setor e a Violência contra Mulher, no auditório do Campus São Francisco do Centro Universitário Padre Albino/Unifipa.

O Sindicato dos Bancários de Catanduva e região participou do evento representado por seu presidente, Roberto Carlos Vicentim.

“O movimento sindical bancário sempre pauta essa discussão nas negociações com os bancos, que se comprometeram a implantar canais de atendimento às mulheres vítimas de violência, e a instruir gestores para reconhecerem e encararem este drama social de forma séria. Mas, este é um debate que nos interessa também como entidade cidadã e, por isso, nos juntamos à causa como colaboradores na promoção de políticas mais efetivas no combate à violência de gênero em todos os espaços da sociedade”, ressaltou Vicentim.

Na solenidade de abertura, o presidente da Arcos, Dr. Wagner Ramos de Quadros, falou sobre a proposta da jornada. “Precisamos saber onde nós estamos, com quem nós estamos, como as pessoas estão, quais os sofrimentos invisíveis ou que as vezes são invisíveis para a gente. Precisamos começar a enxergar as coisas como elas são e ao enxergar as coisas e identificar que existe dor e sofrimento, a gente pode passar pela oportunidade de sentir algo e fazer alguma coisa a respeito”.

Ligia Silva, diretora da Arcos, explicou que “os trabalhos em rede da associação têm necessidade do envolvimento de pessoas públicas, privadas, organizações sociais e também pessoas da sociedade comum para que elas juntas possam ter um olhar de forma igualitária e democrática para criação de projetos que impactem a vida da comunidade”.

Na segunda parte do evento foram ministradas palestras de organizações parceiras da Arcos, começando pela presidente do Conselho da Mulher de Catanduva, Luísa Helena Marques de Fázio, representante da OAB. Luísa explicou como funciona o Conselho, apresentou seus conselheiros e também os eventos e campanhas realizados ao longo de um ano de existência.

Maria Terezinha Ratton Sanchez, discursou pelo Clube Soroptimista Internacional, mencionando a importância de todas as mulheres e meninas terem acesso aos estudos e se profissionalizarem.

Com o tema “Violência contra Mulher”, a advogada Sissyane Rodrigues debateu sobre os preconceitos contra as mulheres, que muitas vezes ocorrem em decorrência da cultura patriarcal e machista ainda existente na sociedade brasileira. Citou os exorbitantes números crescentes de feminicídios no país e reforçou que todas mulheres têm seus direitos e devem ser protegidos.

Representante da Flor de Lis, Dra. Patrícia da Conceição Santos, juíza na cidade de Tabapuã, discursou sobre casos de feminicídios que aconteceram em sua Comarca. Disse que depois que chegou a Tabapuã instaurou duas frentes de trabalho, a prevenção e a repressão, pois só é possível avançar na proteção das mulheres através de uma rede de apoio entre o Poder Público, polícias militar e civil, assistência e educação.

Na sequência, a psicóloga e presidente da Associação Monserrat, Natália Carnelossi, falou sobre a importância de prestar serviço de atendimento jurídico, psicológico, social, acompanhamento, orientação e encaminhamento de mulheres vítimas de violência doméstica e abuso sexual. A associação atua também na capacitação profissional e geração de renda para essas mulheres.

A promotora de justiça da comarca de Tabapuã e presidente do Instituto Visão Futuro, Dra. Bruna Buck Muniz explanou sobre a importância das medidas protetivas para mulheres que sofrem violência doméstica, forçando os órgãos de assistência social a acompanhar essas vítimas durante um ano. Reforçou também que muitas vezes é necessário recorrer ao terceiro setor para apoio de atendimento dessas famílias, por falta de políticas públicas mais efetivas. A promotora relembrou, ainda, as conquistas das mulheres, que precisam ser preservadas e ampliadas.

Roberto Vicentim, destacou que o evento proporcionou conhecer inúmeras instituições engajadas nessa luta, que deve ser de todos, e ressaltou a importância de entidades como o sindicato também protagonizarem o combate à violência contra as mulheres nas suas atividades. “A categoria bancária conquistou, na Campanha Nacional 2020, a inclusão das cláusulas 48 a 54 na Convenção Coletiva de Trabalho (CCT), de prevenção à violência contra a mulher e estamos avaliando também a implementação Projeto Basta, que capacita nosso Sindicato a prestar assistência jurídica gratuita a mulheres em situação de violência. Também queremos participar efetivamente dessa luta, desde a orientação para a procura dos canais sociais e serviços públicos até orientações sobre questões como a guarda de filhos”, acrescentou o dirigente.

Nesta terça-feira (5), o Sindicato também participa do Ato Público do Comitê Saciedade em prol da Promoção Social, realizado no Ginásio do SESC. A entidade sindical, juntamente com outras mais de 35 organizações do terceiro setor firmarão publicamente o compromisso de juntas, gerar benefícios a população, garantindo o Princípio da Dignidade da Pessoa Humana.

“Como entidade cidadã, onde houver pessoas em situações de vulnerabilidade, lá nós estaremos para oferecer nosso apoio solidário e nossa disposição para propor ações de melhoria, pautadas pela justiça e igualdade social”, concluiu Vicentim.