29/10/2021

Sindicato participa de Encontro da Fetec/SP sobre projeto ''Basta! Não vamos nos calar!''



O Sindicato dos Bancários de Catanduva e região, participou, na quinta-feira (28), de um encontro virtual organizado pela Fetec-CUT/SP para apresentação do projeto Basta! Não irão nos calar!, criado para capacitar os sindicatos a terem seu próprio canal de denúncia e acolher vítimas de violência doméstica e familiar.

Idealizado pelo Sindicato dos Bancários de São Paulo, Osaco e região, em 2019, e lançado nacionalmente em agosto pela Contraf-CUT, desde sua criação o projeto já atendeu mais de 200 vítimas e suas famílias. 

A presidenta da Fetec-CUT/SP, Aline Molina, disse que a ampla participação dos sindicatos no evento, demonstra o interesse pelo tema. ''Espero que nossos sindicatos se apoderem desse tema para que, de alguma forma, possamos acolher tantas mulheres e famílias que diariamente sofrem a humilhação e o trauma da violência doméstica''. 

Maria de Lourdes Alves da Silva, dirigente na Fetec-CUT/SP, lembra que os sindicatos são ferramentas de suma importância no combate à violência contra a mulher. ''Nosso objetivo é discutir a implementação do projeto em cada sindicato de nossa base'', afirma. 

Impacto econômico

''Esse é um projeto que nos traz muito orgulho'', diz Elaine Cutis, secretária da Mulher na Contraf-CUT. Ela lembra que a categoria é a única a ter mesa permanente sobre Igualdade de Oportunidades, criada no ano 2000, e  destaca que uma mulher vítima de violência chega a se ausentar, por ano, cerca de 18 dias no local de trabalho. ''Além de toda a violência e trauma sofridos, esse ciclo também causa um grande impacto na economia das cidades e do país''. 

Elaine informa que o projeto oferece assessoria jurídica para as vítimas e que há a possibilidade de ser aberto não só para bancárias, mas também para mulheres de toda a sociedade. ''O projeto vai além da assessoria jurídica, porque encaminha a vítima para os serviços públicos com atendimento multidiscilplinar, com assistentes sociais e psicólogos''.

Violência explodiu na pandemia

Advogada feminista, Phamela Godoy, que assessora tecnicamente o o projeto, informa que, de acordo com o Fórum de Segurança Pública, uma em cada quatro mulheres sofreu violência durante a pandemia. 

A advogada citou exemplos de ações que já foram tomadas desde a criação do 'Basta!'. ''Dependendo do caso, solicitamos medida protetiva urgente, com base na Lei Maria da Penha e a retirada do agressor de dentro do lar, para preservar a vida da mulher e da família''.

''Vamos elaborar os protocolos com cada entidade, a exemplo da formação da equipe, para criar expertise na área do Direito da Família e da Violência contra a mulher. Além de uma formação para o conjunto dos dirigentes e funcionários dos sindicatos, no intuito de que todos tenham compreensão do tema para fazer o canal funcionar'', explica Phamela. 

A advogada ressalta que o projeto não tem o intuito de substituir o papel do Estado. ''Nosso objetivo é garantir que as mulheres, da categoria ou não, tenham assessoria jurídica nesse processo, ajudando as federações e sindicatos a criarem seus próprios canais de atendimento para as vítimas''. 

Também será realizado um mapeamento nas cidades da base do Sindicato para levantar quais serviços públicos compõem a rede de proteção contra a violência. 

"O Brasil tem números alarmantes de agressões praticadas diariamente contra as mulheres em suas próprias casas. As bancárias não estão imunes. Humilhadas e constrangidas, muitas vezes precisam faltar ao trabalho, perdem produtividade e muitas acabam sendo demitidas. Isso é punir quem é vítima! Parte dessa luta contra a violência de gênero está nosso empenho em buscar formação para mudarmos uma cultura enraízada na sociedade na qual estamos incluídos. É muito importante ampliarmos essa defesa possibilitando às bancárias proteção e assistência também no Sindicato. É importante que saibam que somos muito mais do que uma entidade que faz reivindicações salariais. Somos um sindicato cidadão, e estamos na luta e na vida com a categoria!", ressalta o presidente do Sindicato, Roberto Vicentim.


 
Fonte: Fenae, com edição de Seeb Catanduva

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