21/09/2021
Bancários protestam contra retorno presencial no Banco do Brasil

A Comissão de Empresa dos Funcionários do Banco do Brasil (CEBB) é contrária ao comunicado interno divulgado pelo BB, na última quinta-feira (15), para informar que as funcionárias e os funcionários que estão em home office e não pertencem ao grupo de risco, poderão retornar ao trabalho presencial de forma opcional a partir do dia 20 de setembro, mesmo aqueles que ainda não se vacinaram ou completaram as duas doses do imunizante.
“Mesmo seguindo todas as regras e protocolos de distanciamento e higiene, não precisamos ir muito longe para saber que o trabalho presencial aumenta o risco de contaminação pela Covid-19”, ponderou Fernanda Lopes, representante da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT) nas negociações com o BB.
O Banco do Brasil se comprometeu a se reunir com o Sindicato dos Bancários de Brasília na próxima sexta-feira (24). “Até momento o BB não se reuniu com a Comissão de Empresa dos Funcionários. Enaltecemos a importância da reunião que ocorrerá na sexta, com o Sindicato de Brasília, mas continuamos cobrando uma reunião com os representantes de todo o país, pois afinal os problemas estão aumentando e cada vez mais de voluntário somente a fala do presidente”, completou a representante da Contraf-CUT.
“A cada dia que passa, recebemos relatos do Brasil inteiro em que o fato de ser voluntario passou a ser uma nova forma do banco cobrar metas de volta de pessoas. Denúncias de gerentes gerais convocando indiscriminadamente funcionários na Ditec, em departamentos como Cenops e ainda alguns postando fotos falando que tem torta para comer. Chega à beira o ridículo essa postura da direção do BB. Os funcionários merecem mais respeito, através da vacinação e não de tortas”, finalizou.
Protesto e fiscalização em Brasília
Nesta segunda-feira (20), antes das 7h, representantes dos funcionários do BB já se encontravam nos prédios administrativos em protesto contra a decisão do banco.
O objetivo dos protestos era buscar diálogo com os trabalhadores que foram pegos de surpresa na última quinta-feira (16), quando o banco divulgou comunicado interno informando que os bancários e bancárias que estão em home office, e não pertençam ao grupo de risco, poderiam retornar ao trabalho presencial de forma “voluntária” a partir desta segunda.
É inaceitável que o Banco do Brasil, unilateralmente coloque em risco a construção negocial que, ao longo desse um ano e sete meses, garantiu protocolos de saúde e segurança decisivos à proteção das vidas. A postura adotada pelo banco desrespeita a mesa de negociação, rompe o acordo e coloca em risco a vida dos trabalhadores e trabalhadoras. O movimento sindical dialoga com a ciência e é sabido que ainda não é a hora de retornar, e espera que a direção do banco reveja esta medida e se sensibilize para proteger a vida.
É válido destacar, ainda, que o processo de retorno ao trabalho precisa ser algo pensado, dialogado e organizado, observando os números de involução da doença para salvaguardar a vida dos bancários.
Representantes dos funcionários verificaram, diretamente nos locais de trabalho, situações temidas com a postura unilateral adotada pelo banco. Atenção e planejamento precisam, com urgência, serem reforçados nas unidades de negócios e PSO, de modo a fortalecer a proteção dos colegas e assegurar condições dignas de trabalho. Esse sim um critério de justiça a se adotar.
“O resultado da pesquisa do Dieese mostra que estávamos certos quando reivindicamos, logo no início da pandemia, o teletrabalho. E avaliamos que o retorno presencial neste momento não encontra respaldo nem em argumentos sanitários. Ainda estamos na pandemia, por isso é inadmissível tratar essa questão como algo voluntário. Pelo contrário, o banco precisará de toda atenção, planejamento e prudência para restabelecer, no momento adequado, esse retorno. A prioridade agora deveria ser não aumentar a circulação do vírus", ressalta o presidente do Sindicato dos Bancários de Catanduva e região, Roberto Vicentim.
O Sindicato orienta aos funcionários que entrem em contato com a entidade e denunciem caso se sintam pressionados para retornar ao trabalho de forma presencial. As denúncias podem ser feitas através da ferramenta Denuncie, no site do Sindicato, pelo telefone (17) 3522-2409 ou pelo WhatsApp (17) 99259-1987. A identidade do denunciante é sempre mantida em sigilo!
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