25/05/2021
Desligamentos por morte de ‘celetistas’ crescem 71,6% no 1º tri de 2021, mostra Dieese

O número de desligamentos por morte de trabalhadores com carteira assinada cresceu 71,6% na comparação entre os primeiros trimestres de 2020 e 2021, de acordo com o Boletim Emprego em Pauta, elaborado pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese). Em números, essa porcentagem representa um aumento de 13,2 mil em 2020 para 22,6 mil em 2021. Se pegarmos os dados só da categoria bancária, esse número é ainda maior. O número de desligamentos por morte saltou de 55 no primeiro trimestre de 2020 para 152 no mesmo período de 2021, crescimento de 176,4%.
“Infelizmente, este importante estudo do Dieese reflete nossa percepção do aumento da incidência de adoecimento e morte na categoria derivado da Covid-19. Mostra a necessidade de manter e intensificar os cuidados, ainda mais, com uma nova onda sendo sinalizada pelos especialistas”, afirmou Mauro Salles, secretário da Saúde da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT). “Cobramos informações dos bancos para podermos elaborar estratégias de prevenção. Entretanto, os bancos estão protelando a entrega de dados. Mas, acima de tudo, o estudo mostra a importância de que nossa categoria esteja incluída na lista de prioridades do Plano Nacional de Imunização (PNI)”, completou.
O secretário lembra ainda que “o estudo mostra as mortes, mas também estamos acompanhando as sequelas, que vemos com bastante preocupação, diante da gravidade das consequências físicas e psicológicas”, acrescentou.
Bancários também são trabalhadores essenciais e estão na linha de frente do perigo
Preocupadas em resgardar a vida da categoria e diante da negligência do governo e banqueiros, as entidades sindicais vêm lutando pela garantia de medidas de proteção e protocolos de segurança nos bancos públicos e privados.
"Desde o início da pandemia, a organização sindical foi essencial para avançar e lutar pelos trabalhadores, a partir de reivindicações urgentes, conforme recomendações de organizações nacionais e internacionais, como a OMS, para promover a proteção da categoria. Conseguimos a implementação de comunicação preventiva em todos locais de trabalho, que tem um impacto na vida do trabalho e no dia a dia das pessoas. Avançamos e conquistamos também home office para grande parte da categoria, contingenciamento de acesso às agências, redução do horário de atendimento, entre muitas outras conquistas. Estamos aumentando o tom das cobranças para que sejam implantadas medidas como a suspensão de metas e demissões pelos bancos e a inclusão dos bancários em grupo prioritário no Plano Estadual de Imunização, uma medida que trará mais segurança tanto para os trabalhadores, como para toda a população", reforçou o presidente do Sindicato dos Bancários de Catanduva e região, Roberto Vicentim.
Durante a pandemia, muitos trabalhadores perceberam que os sindicatos têm um papel fundamental na organização da classe trabalhadora na luta por uma sociedade justa e democrática e pela ampliação dos direitos individuais e coletivos. Sem os sindicatos teríamos uma situação de poderes absolutos dos detentores do capital para ditar as regras do mundo do trabalho em suas diversas esferas como remuneração, jornada e condições de trabalho.
O Dieese destaca ainda o aumento de mortes de profissionais da saúde nos três primeiros meses de cada ano. A morte de médicos cresceu 204%, partindo de 25 para 65. Enfermeiros, 116%, de 25 para 54. Mas destacam-se também a morte de profissionais de educação (106,7%), de informação e comunicação (124,2%) e eletricidade e gás (142,1%).
O estudo foi elaborado a partir de dados do novo Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) sobre o mercado formal de trabalho divulgados pelo Ministério da Economia. O Dieese analisou as informações sobre os cancelamentos de contratos de trabalho celetista ocasionados por óbito do trabalhador entre janeiro de 2020 e março de 2021. Foram comparados os dados do primeiro trimestre de 2020, que não teve impacto muito significativo da pandemia, com o primeiro trimestre de 2021, marcada pelo auge da segunda onda da covid-19 em março.
SINDICALIZE-SE
MAIS NOTÍCIAS
- Banco do Brasil: Plano 1 da Previ volta a atuar com superávit
- COE Itaú se reunirá na segunda-feira (15) com os representantes do banco
- Bancários defendem no Congresso Nacional redução do IR na PLR
- Com divulgação do INPC, veja como fica reajuste salarial e outras verbas da categoria
- Demissões no Itaú: Coordenação da COE se reuniu com o banco e pediu revisão de desligamentos
- Itaú demite cerca de mil bancários em home office sem qualquer advertência prévia ou diálogo com sindicatos
- Sindicato conquista reintegração de bancário demitido injustamente pelo Itaú
- Fintechs: da promessa de modernização à rota para lavagem de dinheiro
- FUNCEF: Campanha sobre a meta atuarial esclareceu participantes e alerta sobre revisão anual da taxa
- Participantes da SantanderPrevi podem alterar Perfil de Investimentos até 16 de setembro
- 7 de setembro: Sindicato vai às ruas em defesa da soberania nacional
- Comitê de Credenciamento e Descredenciamento do Saúde Caixa deve se reunir nesta semana. Envie sua demanda!
- Fundação Sudameris: mais uma vez Santander ataca aposentados
- PLR: Mercantil pagará primeira parcela no dia 25 de setembro
- Pesquisa da Fenae reforça demandas por melhorias do Saúde Caixa e defesa do reajuste zero