14/10/2020
Direito respeitado: movimento sindical cobra e Santander paga abono para demitidos

O Santander estava descumprindo a Convenção Coletiva de Trabalho (CCT) dos bancários e não estava pagando aos demitidos em setembro, o abono único de R$ 2 mil previsto no acordo conquistado na Campanha Nacional deste ano. O Sindicato, representado pela COE (Comissão de Organização dos Empregados) nas negociações com o banco, cobrou e o Santander pagará aos trabalhadores o que lhes é devido. Assim, os bancários demitidos entre 4 e 30 de setembro deste ano receberão o abono único, previsto na CCT da categoria. Os desligados não precisam acionar o banco, o pagamento será automático nos próximos dias.
“A CCT 2020-2022 é clara: determina o pagamento do abono único no valor de R$ 2 mil a todos os bancários que estavam ativos até 31 de agosto deste ano. E o prazo para que os bancos efetuassem esse crédito era até 30 de setembro. Portanto, os desligados do Santander em setembro devem receber esse valor imediatamente”, explica a coordenadora da COE, Lucimara Malaquias.
“O Santander foi o primeiro dos grandes bancos a descumprir o compromisso de não demitir durante a pandemia, assumido em março. E foi a instituição financeira que mais desligou trabalhadores, deixando milhares de pais e mães de família sem emprego em plena crise sanitária, mesmo tendo apresentado lucro. Seria mais absurdo ainda que, além de demitir, o banco ainda deixasse de pagar os direitos devidos a esses trabalhadores, prejudicando-os ainda mais”, critica a dirigente.
Diante de denúncias de bancários, o movimento sindical enviou ofício ao banco, no início de outubro, cobrando que cumprisse o acordo. “A cláusula 68 da Convenção Coletiva de Trabalho 2020/2022 é clara e determina que o abono deve ser pago aos trabalhadores que estivessem com contratos ativos em 31 de agosto deste ano. Após as denúncias, as entidades representativas cobraram do banco que cumprisse o acordo assinado, respeitando os direitos da categoria. Nossa atuação só foi possível devido a parceria dos bancários, reportando ao movimento sindical suas demandas. É fundamental fortalecermos esse vínculo e que os trabalhadores continuem buscando pelo sindicato para denunciar qualquer irregularidade", ressalta o secretário geral do Sindicato dos Bancários de Catanduva e Região, Júlio César Trigo.
É preciso destacar que sobre o valor do abono ainda há incidência do Imposto de Renda.
Relembre
A Campanha Nacional dos Bancários 2020 conquistou um acordo de dois anos (2020-2022) que, além de manter todos os direitos da CCT da categoria, determinou para este ano: reajuste de 1,5% sobre salários, mais abono único de R$ 2 mil a todos os bancários; e ainda reposição da inflação para demais verbas como VA, VR, auxílio-creche/babá e valores fixos e tetos da PLR. E para 2021: aumento real de 0,5% para salários e demais verbas.
SINDICALIZE-SE
MAIS NOTÍCIAS
- Conquista: inscrições até 18 de maio para as novas turmas de capacitação de mulheres em TI
- Banco Central eleva Selic para 14,75% e reforça aperto econômico à população
- Estudo da Unicamp mostra que quase 21 milhões de trabalhadores estão em sobrejornada
- Prejuízo ao país: Copom deve elevar Selic em 0,5 ponto na reunião desta quarta-feira (7)
- “Campos Neto na gestão do Nubank é conflito de interesses”, alerta movimento sindical bancário
- COE Bradesco critica fechamento de unidades em reunião com o banco
- Novo Estatuto mantém teto de 6,5% e escancara descuido da Caixa com a saúde dos empregados
- 5ª Conferência Nacional do Meio Ambiente é aberta em Brasília
- “Banco Central precisa rever regulação se quiser evitar risco para o sistema”, alertam trabalhadores
- Plano Juventude Negra Viva avança em reunião no Palácio do Planalto, com apoio do movimento sindical bancário
- 62 anos de luta, conquistas e resistência: a história viva do Sindicato dos Bancários de Catanduva e Região
- Itaú muda regras e aumenta a taxa do crédito imobiliário para funcionários
- 5ª CNMA começa hoje (6) com base em caderno de propostas construído pela sociedade civil
- Lucro do Santander cresce 27,8% no 1º trimestre de 2025
- Nova NR-1 passa a valer em maio de 2025 com foco em saúde mental e riscos psicossociais