24/09/2020
Santander segue na contramão e impõe aos bancários acordo prejudicial de home office

Trabalhadores de algumas áreas receberam na quarta-feira (23), pelo portal RH, acordo aditivo ao contrato de trabalho extremamente prejudicial para atuarem em home office a partir de primeiro de outubro de 2020.
As cláusulas determinam que os trabalhadores irão arcar com todos os custos dos equipamentos para executarem o trabalho ao banco, que lucrou R$ 14 bilhões somente em 2019. Além disso, serão responsabilizados pelos riscos à saúde (veja no quadro abaixo).
“Ou seja, o bancário terá toda a responsabilidade do trabalho e também vai arcar sozinho com custos e será responsável por não ficar doente. Você vai pagar para trabalhar para o Santander, uma vez que o trabalho em casa traz custos extras que ficarão na sua conta, bancário”, afirma Lucimara Malaquias, coordenadora da Comissão de Organização dos Empregados (COE) do Santander.
Nenhuma negociação coletiva com a participação dos Sindicatos foi realizada na elaboração deste acordo. O banco ainda obriga a assinatura até 25 de setembro, não deixando opção para o trabalhador.
“A pressão para que seja assinado às pressas é mais um abuso de poder do banco. O Santander tem atuado na contramão dos seus concorrentes em diversas medidas tomadas durante a pandemia, e este acordo reforça as práticas abusivas e desrespeitosas da direção brasileira do banco espanhol, que adotou postura contrária em outros países”, enfatiza Lucimara.
Na contramão
Em setembro, o Bradesco assinou com o Sindicato um acordo de home office que garante vantagens ao trabalhador. O Itaú também está em processo de negociação na elaboração de cláusulas para o teletrabalho.
Na Argentina, o Santander paga aos trabalhadores do país vizinho um bônus para quem está em home office. Mas o trabalhador brasileiro, que responde por 29% do lucro mundial do banco, é sempre tratado com discriminação, e toda vez que o Sindicato não participa da construção de um acordo resulta em prejuízo para o bancário.
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Antitrabalhador
Apesar de o banco citar na cláusula 2 do acordo o artigo 62 parágrafo III da CLT, isso não tira o direito de o bancário cumprir horas extras, horário de almoço, de início e fim de jornada de trabalho, como determina a lei. E este ponto é passível de judicialização.
“Ao que tudo indica, o Santander não tem mais nenhum interesse em negociar, não tem nenhum pudor em retirar direitos e vai aos poucos se consolidando como o pior banco no Brasil para clientes e funcionários. Os protestos e as denúncias vão aumentar contra o Santander. Queremos negociar, Santander. Não fuja das suas responsabilidades”, afirma a dirigente.
Na avaliação do secretário geral do Sindicato dos Bancários de Catanduva e Região, Júlio César Trigo, o banco se aproveita de uma negociação direta com o trabalhador, sem a intermediação do Sindicato, justamente para impor o que lhe é mais conveniente, ainda que isso represente grandes perdas e fira os direitos da categoria.
“Além de demitir em plena pandemia, o Santander Brasil tem apostado na gestão do terror, do medo, da alta competitividade, e muitas vezes com práticas humilhantes e vexatórias de cobrança. Não bastasse, empurra para o trabalhador um acordo totalmente desrespeitoso e na contramão de seus concorrentes, que têm se mostrado dispostos à negociação coletiva. E negociação coletiva é o mínimo para uma empresa que pretende atuar com alguma resposabilidade social, inclusive é critério e condição importantes e necessárias em tratados internacionais dos quais o Santander é signatário. O banco passa a imagem de empresa responsável socialmente, coisa que na realidade não é. Mostra com sua postura ser uma empresa antissindical e anti trabalhador e toda a sociedade brasileira paga essa conta”, denuncia Trigo.
O diretor reforça também a importância da participação de todos os bancários nos protestos desta quinta-feira (24), Dia Nacional de Luta. Para denunciar o desrespeito do Santander, que vem sistematicamente demitindo trabalhadores e trabalhadoras neste momento de descontrole da pandemia do novo coronavírus no Brasil, os trabalhadores realizarão um tuitaço, a partir das 12h, com as hashtags #SantanderPareAsDemissões #SantanderNãoTerceirize
Bancário do Santander, procure o Sindicato
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