14/09/2020
Desigualdade: no mundo, 32 empresas aumentam lucro em R$ 577 bi com a pandemia

Oxfam revela que se cobrasse uma tributação sobre esse lucro, o valor cobriria todos
os custosde testagem e produção de vacinas para todas as pessoas do planeta
(Foto: arquivo/ebc)
A Oxfam Brasil mostra que a pandemia de coronavírus ampliou a desigualdade econômica global. Enquanto 400 milhões de trabalhadores perderam o emprego, as 32 empresas mais lucrativas do mundo conseguiram se blindar das consequências econômicas da covid-19 e aumentaram o lucro em até R$ 577 bilhões a mais em 2020, considerando o período da pandemia em relação aos anos anteriores.
O relatório “Poder, Lucros e Pandemia” da entidade revela que, como muitos dos bilionários do mundo também são alguns dos maiores acionistas dessas empresas, a fortuna dos 25 mais ricos aumentou em R$ 1,3 trilhão, só entre meados de março e final de maio.
Em contrapartida, essas empresas não compensaram esse aumento em seus lucros pagando mais impostos ou ampliando atividades filantrópicas e doações. De acordo com a estimativa da Oxfam, as doações feitas pelas maiores empresas do mundo durante a pandemia da covid-19 representaram, em média, 0,32% da sua receita operacional em 2019.
O relatório aponta que se cobrasse uma tributação sobre esse lucro na pandemia, o valor cobriria todos os custos de testagem e produção de vacinas para todas as pessoas do planeta. “Um imposto sobre lucros durante a pandemia, no estilo do adotado durante a Segunda Guerra Mundial, geraria bilhões de dólares. Considerando apenas as 32 empresas globais que mais estão lucrando com o coronavírus, estima-se que poderiam ser geradas receitas de R$ 551 bilhões, em 2020, para fazer frente ao vírus.”
Distribuição de lucros
Para a Oxfam, a distribuição excessiva de lucros e dividendos a acionistas, antes da crise, deixou empresas, trabalhadores e governos vulneráveis ao choque da pandemia. Ou seja, uma reserva financeira protegeria empregos e ajustaria modelos de negócios.
Os acionistas ainda mantiveram esse repasse de lucros após a eclosão da pandemia. A entidade levantou os relatórios financeiros das empresas Microsoft e Google, que distribuíram mais de R$ 111 bilhões e R$ 79 bilhões aos seus acionistas, respectivamente.
O fundador da Amazon, Jeff Bezos, aumentou seu patrimônio líquido em R$ 69 bilhões, em apenas um dia, durante a pandemia. Apesar da crise econômica mundial, ele aumentou sua fortuna de R$ 392 bilhões para um pouco mais de R$ 1 trilhão, apenas em 2020.
Levantamento da Oxfam mostra que Bezos poderia pagar a cada um de seus 876 mil funcionários da Amazon um bônus de mais de R$ 530 mil, e ainda seria tão rico quanto era antes da pandemia de covid-19.
Zero mudanças
Enquanto a pandemia provocou e incentivou novos modelos de negócios, a Oxfam alerta que poucas mudanças significativas estão sendo implementadas a partir dos escritórios dos executivos e “expõe a lacuna entre o compromisso e prática”.
Em mais de 100 casos em todo o mundo, as empresas continuam distribuindo lucros e dividendos a acionistas, mantêm programas de remuneração de executivos e continuam a demitir trabalhadores. Além disso, fazem lobby junto a governos pela desregulação de proteções ambientais, fiscais e sociais.
“A discrepância observada nos impactos econômicos da covid-19 não é resultado do acaso, e sim de um modelo econômico que gera lucros para os ricos enquanto extrai valor de muitos. A pandemia não gerou as atuais injustiças econômicas, raciais e de gênero: ela as expôs e ampliou”, acrescenta o relatório.
O relatório “Poder, Lucros e Pandemia” da entidade revela que, como muitos dos bilionários do mundo também são alguns dos maiores acionistas dessas empresas, a fortuna dos 25 mais ricos aumentou em R$ 1,3 trilhão, só entre meados de março e final de maio.
Em contrapartida, essas empresas não compensaram esse aumento em seus lucros pagando mais impostos ou ampliando atividades filantrópicas e doações. De acordo com a estimativa da Oxfam, as doações feitas pelas maiores empresas do mundo durante a pandemia da covid-19 representaram, em média, 0,32% da sua receita operacional em 2019.
O relatório aponta que se cobrasse uma tributação sobre esse lucro na pandemia, o valor cobriria todos os custos de testagem e produção de vacinas para todas as pessoas do planeta. “Um imposto sobre lucros durante a pandemia, no estilo do adotado durante a Segunda Guerra Mundial, geraria bilhões de dólares. Considerando apenas as 32 empresas globais que mais estão lucrando com o coronavírus, estima-se que poderiam ser geradas receitas de R$ 551 bilhões, em 2020, para fazer frente ao vírus.”
Distribuição de lucros
Para a Oxfam, a distribuição excessiva de lucros e dividendos a acionistas, antes da crise, deixou empresas, trabalhadores e governos vulneráveis ao choque da pandemia. Ou seja, uma reserva financeira protegeria empregos e ajustaria modelos de negócios.
Os acionistas ainda mantiveram esse repasse de lucros após a eclosão da pandemia. A entidade levantou os relatórios financeiros das empresas Microsoft e Google, que distribuíram mais de R$ 111 bilhões e R$ 79 bilhões aos seus acionistas, respectivamente.
O fundador da Amazon, Jeff Bezos, aumentou seu patrimônio líquido em R$ 69 bilhões, em apenas um dia, durante a pandemia. Apesar da crise econômica mundial, ele aumentou sua fortuna de R$ 392 bilhões para um pouco mais de R$ 1 trilhão, apenas em 2020.
Levantamento da Oxfam mostra que Bezos poderia pagar a cada um de seus 876 mil funcionários da Amazon um bônus de mais de R$ 530 mil, e ainda seria tão rico quanto era antes da pandemia de covid-19.
Zero mudanças
Enquanto a pandemia provocou e incentivou novos modelos de negócios, a Oxfam alerta que poucas mudanças significativas estão sendo implementadas a partir dos escritórios dos executivos e “expõe a lacuna entre o compromisso e prática”.
Em mais de 100 casos em todo o mundo, as empresas continuam distribuindo lucros e dividendos a acionistas, mantêm programas de remuneração de executivos e continuam a demitir trabalhadores. Além disso, fazem lobby junto a governos pela desregulação de proteções ambientais, fiscais e sociais.
“A discrepância observada nos impactos econômicos da covid-19 não é resultado do acaso, e sim de um modelo econômico que gera lucros para os ricos enquanto extrai valor de muitos. A pandemia não gerou as atuais injustiças econômicas, raciais e de gênero: ela as expôs e ampliou”, acrescenta o relatório.
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